A campanha de imunização contra a gripe do Ministério da Saúde tradicionalmente ocorre entre os meses de abril e maio. Esse ano a campanha foi adiantada, e teve início ainda nesse mês de março. O objetivo é oferecer a vacina da gripe com as cepas virais mais comuns para cerca de 75 milhões de brasileiros, bem como cobrir pelo menos 90% dos grupos prioritários.
Veja mais sobre a vacina da gripe.
Vacina contra Influenza reduz a morbimortalidade pelo vírus
A gripe é uma doença infectocontagiosa causada por diversos vírus RNA da família Orthomyxoviridae, levando a inúmeros sintomas como febre alta, cefaleia, tosse, prostração dor de garganta, podendo evoluir para casos graves de pneumonia.
Anualmente, são milhões de casos de infecção no mundo. Durante uma gripe sazonal, cerca de 15% da população mundial é infectada. Além disso, a OMS (Organização Mundial de Saúde) estima que as epidemias de gripe resultem em 3-5 milhões de casos graves no ano, com cerca de 500.000 mortes.
A vacina da gripe é utilizada para prevenir a infecção por vírus da Influenza, causadores da gripe. A eficácia para todos os vírus da Influenza é próximo de 60%, e a importância da vacinação reside no fato de proteger das cepas consideradas mais graves, reduzindo a morbimortalidade geral.
É uma vacina de agente não vivo, composta de vírus influenza fracionados ou subunidades – trivalentes/quadrivalentes. A composição exata da vacina é alterada anualmente, sendo determinada pela OMS a partir da prevalência das cepas do vírus influenza mais comuns no país e no mundo.
O surgimento de anticorpos pelo vacinado ocorre cerca de 2-3 semanas após a vacinação, apresentando duração de 6-12 meses. Por não conferir imunidade permanente, além do vírus apresentar mutações com frequência, os indivíduos devem ser revacinados a cada ano.
Como funciona a administração?
O imunizante é oferecido com uso de agulha hipodérmica 20 x 5,5 ou 25 x 6, sendo o esquema posológico modificado conforme a idade do indivíduo. Idealmente, todos deveriam tomar a vacina da gripe (existe a possibilidade de tomar particularmente), porém por questões de custos, o Ministério da Saúde disponibiliza para os grupos considerados de maior risco (prioritários).
São esses: crianças entre 6 meses e 6 anos de idade, idosos > 60 anos, profissionais de saúde, gestantes, mulheres com até 45 dias pós-parto, povos originários brasileiros, presos e funcionários do sistema prisional. Além disso, portadores de doenças crônicas ou de outras condições clínicas especiais também são prioritários (diabetes, imunossupressão, obesidade, transplantados e portadores de trissomias).
Crianças de 6 meses a 2 anos de idade deverão receber 2 doses via intramuscular (deltoide) ou subcutânea (cada dose com 0,25 mL), com intervalo mínimo de 4 semanas. Para crianças de 3 a 8 anos de idade, também são 2 doses via intramuscular ou subcutânea com intervalo de 30 dias – no entanto, cada dose é de 0,5 mL.
Para crianças maiores de 9 anos e adultos, o esquema de vacinação contra gripe é de 1 dose única de 0,5 mL via intramuscular ou subcutânea, uma vez ao ano.
Quais os possíveis efeitos adversos?
Reações adversas podem ocorrer em 10-64% dos indivíduos vacinados contra a gripe. Usualmente incluem: dor, eritema e enduração local, além de febre, mialgia e mal-estar, com início em 6-12 horas e persistindo por até 2 dias.
Muito raramente pode levar à Síndrome de Guillain-Barré.
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Referências:
Programa Nacional de Imunização – Ministério da Saúde do Brasil.
Brasil, Ministério da Saúde. Ministério da Saúde antecipa campanha de vacinação contra a gripe. Publicado em 28/02/2024. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2024/fevereiro/ministerio-da-saude-antecipa-campanha-de-vacinacao-contra-a-gripe. Acessado em 25/05/2024.
WHO, World Health Organization. Influenza (seasonal). Oct 3, 2023. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/influenza-(seasonal)?gad_source=1&gclid=Cj0KCQjwwYSwBhDcARIsAOyL0fhCNwqVIxsuuzGzPiSEFcNeu_z64VuHO3SYWmfA-rvdtCua7aFLwagaArLWEALw_wcB. Acessado em 25/05/2024.
