Fisiologia do Pâncreas Endócrino

fisiologia do pancreas

Pâncreas: órgão responsável pela produção e secreção de insulina

Antes de mais nada, precisamos entender que o pâncreas é uma glândula mista, exerce papel exócrino e endócrino, atuando tanto na digestão como no metabolismo, utilização e armazenamento de substratos energéticos.

É um órgão retroperitoneal, localizado próximo ao duodeno. Sua maior parte é composta por células exócrinas agrupadas (ácinos), divididas por tecido conjuntivo e conectadas a ductos que drenam para o ducto pancreático comum e duodeno. No interior dos ácinos encontramos agrupamento de células altamente vascularizadas, as ilhotas de Langerhans, nas quais encontramos dois tipos predominantes de células endócrinas, as células alfa e as células beta.

As células beta representam a maior parte da massa de células endócrinas (por volta de 70%) e é ela a responsável pela secreção de insulina. Por sua vez, as células alfa constituem cerca de 20% da massa endócrina do pâncreas e são responsáveis pela secreção de glucagon. Um pequeno grupo de outro tipo celular, as células gama, são responsáveis pela secreção de somatostatina, e outro grupo menor ainda pela produção de polipeptídeo pancreático.

estrutura do pâncreas
Fonte: https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/pancreas.htm

Insulina

A insulina é uma molécula sintetizada na forma de pré-pro-hormonio. Após sofrer clivagem de seu peptídeo sinalizador, gera a pró-insulina, composta por uma cadeia alfa, uma cadeia beta e um peptídeo de conexão central, o peptídeo C.

No retículo endoplasmático celular, a pró-insulina sofre ação de endopeptidases específicas (pró-hormônios convertases), que clivam o peptídeo C e geram a forma final da insulina.

insulina

Secreção de insulina

O principal estímulo à liberação de insulina é a entrada de glicose na célula beta. Isso ocorre através de uma proteína transmembrana chamada GLUT-2 que funciona como um sensor de glicose.

Dentro da célula beta, a molécula de glicose sofre fosforilação através da ação da enzima glucoquinase, gerando glicose-6-fosfato e trifostato de adenosina (ATP) através do ciclo de Krebs. O ATP age fechando canais de potássio (K) da membrana celular, que inicialmente encontravam-se abertos, o que despolariza a célula e faz com que os canais de cálcio (Ca) abram-se e ocorra o influxo de Ca. A mobilização de Ca leva à fusão de grânulos secretores que contém insulina com a membrana plasmática celular. Assim ocorre a liberação de insulina na circulação.

Não somente a glicose, mas outros fatores também interferem na secreção de insulina, como os hormônios epinefrina, norepinefrina e somatostina, o glucagon e GLP-1, a acelticolina e a colecistoquinina, além de aminoácidos e cetoacidos.

pâncreas diabetes secreção de insulina

Efeitos fisiológicos da insulina

A insulina exerce efeito no metabolismo de carboidratos, lípides e proteínas, sendo o seu mais específico a utilização de glicose no músculo esquelético.

Além disso, estimula o transporte e utilização da glicose no tecido adiposo, influencia na captação de triglicerídeos a partir da circulação, na velocidade de síntese de colesterol no fígado e impacta a síntese de proteínas,  principalmente a nível muscular.

Pode promover a longo prazo efeitos mitogênicos e de promoção tumoral (associação com cânceres de cólon, mama, endométrio, pâncreas e fígado) e efeitos proliferativos em células musculares lisas vasculares.

 

Leia também: Câncer de pâncreas: sinais e sintomas, diagnóstico e tratamento.

Referências:

Patricia E. Molina. Fisiologia endócrina – 2ed – São Paulo: McGraw-Hill Interamericana do Brasil, 2007.

Lúcio Vilar, Claudio E Kater, et al. Endocrinologia Clínica – 7 ed – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021.

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