A Arcanobacterium haemolyticum é uma bactéria gram-positiva, identificada em até 2,5% dos casos de faringite. São bactérias que sofrem hemólise lenta (em 48-72 horas), o que dificulta o diagnóstico – em geral, na ausência de hemólise em 24 horas a placa é descartada, classificando o microrganismo como não hemolítico.
Felizmente, na maioria dos casos o hospedeiro é capaz de responder bem à infecção, e os sintomas são autolimitados. Você sabe como identificar a infecção por A. haemolyticum?
Como ocorre a faringite por Arcanobacterium haemolyticum?
A Arcanobacterium haemolyticum é uma bactéria gram-positiva, anaeróbia, imóvel e de crescimento lento, com forma de bastonete. Anteriormente era conhecida como Corynebacterium haemolyticum.
O patógeno pode causar faringite, especialmente em adolescentes (o risco é maior em meninos, e entre 15 e 18 anos). Alguns indivíduos saudáveis podem apresentar a bactéria na flora respiratória e, na presença de imunocomprometimento, pode haver proliferação bacteriana sintomática, além de transmissão por gotículas / aerossóis.
A bactéria apresenta dois fatores de virulência importantes: (1) fosfolipase D, que auxilia na sua adesão ao epitélio da faringe e escape do sistema imunológico, e (2) arcanolisina, uma citolisina dependente de colesterol que auxilia na invasão tecidual.
Clinicamente, quase todos os pacientes apresentam dor de garganta e eritema de faringe. Cerca de metade apresentam febre e aumento de gânglios linfáticos. Alguns pacientes também podem apresentar erupção cutânea, como pápulas difusas e esbranquiçadas.
A apresentação clínica da faringite é muito semelhante a causada por Streptococcus e, na maioria dos casos, o curso da infecção é autolimitante. Complicações são raras, mas podem ocorrer. A principal é a Síndrome de Lemierre – com sepse e trombose jugular interna.
Como realizar o diagnóstico?
Na maioria dos casos, o diagnóstico clínico é suficiente, através da avaliação de sinais e sintomas característicos de faringite em adolescentes. Muitos profissionais de saúde realizam teste rápido de antígeno para estreptococos – em casos negativos, é possível suspeitar de infecção por A. haemolyticum.
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Para auxiliar no diagnóstico, é possível associar a confirmação laboratorial, realizando bacterioscopia + coloração de gram + cultura com amostra de swab de nasofaringe. No entanto, como citamos, o diagnóstico pode ser dificultado por ser uma bactéria que apresenta hemólise lenta.
Testes moleculares (PCR) ou MALDI-TOF-MS também podem ser realizados, e são rápidos, sensíveis e específicos.
Importante destacar: há casos raros, mas possíveis, de infecção de tecidos moles e infecção de feridas em idosos e imunocomprometidos, especialmente quando o paciente apresenta diabetes. Logo, é essencial considerar a infecção pela bactéria diante destes cenários.
Como tratar a infecção por A. haemolyticum?
Na maioria dos casos, a infecção é autolimitada. Na presença de sintomas graves, prolongados, ou para idosos e pacientes imunocomprometidos, a antibioticoterapia é uma opção.
O patógeno responde bem a diversos antibióticos, exceto sulfametoxazol + trimetoprima, e geralmente o tratamento é empírico. Como primeira linha, sugere-se azitromicina ou penicilina V por cerca de 7 dias. Ampicilina, Clindamicina e Ceftriaxona são boas opções alternativas.
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Referências:
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