Atividade da Artrite Reumatoide por DAS-28

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A Artrite Reumatoide é uma doença crônica autoimune, que acomete as articulações de forma progressiva, e pode cursar com deformações. Os níveis alterados de proteína C reativa (PCR) e velocidade de hemossedimentação (VHS) acompanham a atividade da doença. Dessa forma, utilizar os escores DAS-28 PCR e DAS-28 VHS pode auxiliar na avaliação da gravidade da condição, bem como na decisão de prescrever ou não antirreumáticos de ação lenta.

Veja mais sobre estes escores, suas semelhanças e diferenças, e como interpretar os achados na avaliação de um paciente com artrite reumatoide.

DAS-28 PCR e DAS-28 VHS

Os escores DAS-28 PCR e DAS-28 VHS (do inglês, Disease Activity Score 28) são índices desenvolvidos para avaliação da gravidade da artrite reumatoide, levando em consideração a proteína C reativa sérica (PCR) ou a velocidade de hemossedimentação (VHS).

O escore DAS-28 VHS se difere do DAS-28 PCR ao refletir mudanças na atividade da doença ocorridas nas semanas precedentes, que impactam na VHS em longo prazo.

Ambos os escores são compostos por 4 critérios clínicos e laboratoriais, sendo necessário preencher com os valores do paciente para realizar o cálculo. O que muda é o critério de avaliação dos níveis de PCR ou VSH.

  1. Quantidade de articulações doloridas – entre 0 e 28.
  2. Quantidade de articulações com edema – entre 0 e 28.
  3. Escala visual de estado geral de saúde – entre 0 e 10, variando a cada 0,5, sendo 0 “muito bom” e 10 “muito ruim”.
  4. Valor de PCR sérica em mg/L OU valor de VHS em mm/hora.

das-28 artrite reumatoide

Após a atribuição dos valores em cada um dos critérios, o cálculo é feito da seguinte maneira:

DAS-28 PCR = 0,56 * √ (quantidade de articulações doloridas) + 0,28 * √ (quantidade de articulações com edema) + 0,36 * ln (PCR + 1) + 0,014 * escala visual de estado geral de saúde + 0,96

DAS-28 VHS = 0,56 * √ (quantidade de articulações doloridas) + 0,28 * √ (quantidade de articulações com edema) + 0,7 * ln (VHS) + 0,014 * (escala visual de estado geral de saúde)

 

Como interpretar os resultados?

Após o preenchimento de cada um dos critérios, é realizado o cálculo. A interpretação dependerá do valor total obtido no paciente avaliado. A gravidade estimada pode ser avaliada em uma estratificação de 4 categorias, tanto para um escore quanto para o outro. Assim, temos:

Pontuação total < 2 = Remissão clínica.

Pontuação total ≥ 2,6 até < 3,2 = Baixa atividade de doença.

Pontuação total ≥ 3,2 até ≤ 5,1 = Atividade moderada de doença.

Pontuação total > 5,1 = Alta atividade de doença.

artrite das 28

Quais as limitações e armadilhas da utilização de DAS-28?

A utilização dos escores e o cálculo em intervalos frequentes durante o tratamento pode auxiliar na verificação da eficácia terapêutica. No entanto, existe um grau de variabilidade entre os avaliadores durante a classificação, pois podem classificar uma articulação como inchada ou sensível em diferentes graus.

Além disso, em ambos os casos, as pontuações foram simplificadas – anteriormente se usavam 44 articulações, hoje utilizam apenas 28. Ainda, não são levadas em consideração as articulações dos pés nesse escore.

E lembre-se: a história clínica e o exame físico sempre devem ser realizados antes da realização dos testes diagnósticos. Os escores são úteis apenas em caso de artrite reumatoide confirmada.

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Após a obtenção dos valores, o que fazer?

O cálculo em intervalos frequentes durante o tratamento pode auxiliar na verificação da eficácia terapêutica, pois pode ser observada a melhora do nível de VHS / PCR ou remissão da doença, dando um melhor direcionamento.

Logo, é possível categorizar a efetividade do tratamento seguindo os critérios durante a repetição do cálculo ao longo do tempo.

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Referências:

Hensor EMA, et al. Discrepancies in categorizing rheumatoid arthritis patients by DAS-28(ESR) and DAS-28(CRP): can they be reduced? Rheumatology (2010) 49 (8): 1521-1529 first published online April 30, 2010. doi:10.1093/rheumatology/keq117

Inoue E, Yamanaka H, Hara M, ToBomatsu T, Kamatani N. Comparison of Disease Activity Score (DAS)28‐ erythrocyte sedimentation rate and DAS28‐ C‐reactive protein threshold values. Annals of the Rheumatic Diseases. 2007;66(3):407-409. doi:10.1136/ard.2006.054205.

Tamhane A, Redden DT, McGwin G, et al. Comparison of the Disease Activity Score using Erythrocyte Sedimentation Rate and C-reactive Protein in African-Americans with Rheumatoid Arthritis. The Journal of rheumatology. 2013;40(11):1812-1822. doi:10.3899/jrheum.121225.

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