Epcoritamabe é aprovado pela Anvisa para tratar linfoma agressivo

linfoma difuso de grandes células B

No final do ano passado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) aprovou um medicamento chamado Epcoritamabe (Epkinly, AbbvieÒ/GenmabÒ) contra um tipo agressivo de linfoma – o linfoma difuso de grandes células B recidivado / refratário. Esse é o primeiro tratamento com um anticorpo específico para a doença.

Linfoma difuso de grandes células B representa 30% dos casos de linfoma não Hodgkin

O linfoma difuso de grandes células B (LDGCB) é o tipo mais comum de linfoma não Hodgkin: corresponde a 30% dos casos. Pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais prevalente em indivíduos com idade média de 60 anos. É um tipo agressivo de câncer, com crescimento rápido e resistente a diferentes tratamentos.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a estimativa para novos casos de linfoma não Hodgkin no Brasil é de 12.040 / ano, o que corresponde a um risco de 6 por 100 mil habitantes. Já a estimativa para novos casos de LDGCB é de 150 mil casos em todo o mundo.

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Como o Epcoritamabe funciona?

O Epcoritamabe é um anticorpo biespecífico IgG1 humanizado, de administração subcutânea, que possui um mecanismo de ação especial: liga-se simultaneamente às células T CD3 e às células B malignas CD20.

Através dessa ligação aos linfócitos T, o medicamento ativa esse tipo celular que possui uma atividade citotóxica, destruindo as células do linfoma. Ou seja: o medicamento ataca diretamente as células do linfoma e ainda ativa os linfócitos T, que têm como função eliminar antígenos estranhos, como as células tumorais.

E como garantir a especificidade da ação do medicamento?

A região Fc do anticorpo foi modificada para evitar a ativação não específica de linfócitos T, impedindo a consequente liberação de citocinas e limitando a citotoxicidade apenas na presença de células alvo.

O epcoritamabe é indicado para o tratamento de pacientes adultos com linfoma difuso de grandes células B (LDGCB) recidivado ou refratário, após progressão a 2 ou mais linhas de terapia sistêmica. A manutenção da aprovação para esta indicação depende da verificação e descrição do benefício clínico nos estudos confirmatórios.

Epcoritamabe Epkinly

Como foi realizado o estudo?

A indicação para o uso desse medicamento foi realizada de acordo com um estudo global que se encontra em andamento (fase 1/2). A pesquisa foi realizada com 148 pacientes que já haviam realizado cerca de três linhas de tratamento. Entre essas linhas, 18% dos pacientes haviam realizado transplante de células tronco hematopoiéticas autólogo, e 39% tinham realizado terapia prévia com células CAR-T – sendo 29% dos pacientes refratários à terapia com células CAR-T.

Em um acompanhamento médio de 10 meses, a taxa de resposta global observada entre os pacientes foi de 63%.

Os eventos adversos verificados foram: síndrome de liberação de citocinas (49,7%); pirexia (23,6%); fadiga (22,9%); síndrome de neurotoxicidade associada a células imunes efetoras (6,4% dos pacientes, com um evento fatal); e reações gerais, como dor musculoesquelética, reações no local da injeção, dor abdominal, náuseas e diarreia.

Epcoritamabe linfoma

O perfil de segurança do Epcoritamabe é consistente com o perfil de segurança conhecido de outros anticorpos biespecíficos. As toxicidades eram controláveis com medidas de mitigação, atrasos da dose, monitoramento e/ou tratamento de suporte.

 

Referências

ANVISA. EPKINLY (Epcoritamabe): novo registro. 2023. Disponível aqui. Acesso em 19 de fevereiro de 2024.

ONCOGUIA. FDA APROVA EPCORITAMABE PARA TRATAMENTO DE ADULTOS COM LINFOMA DIFUSO DE GRANDES CÉLULAS B. Disponível aqui. Acesso em 19 de fevereiro de 2024.

MANUAL DE ONCOLOGIA CLÍNICA DO BRASIL. Epcoritamabe é aprovado no Brasil para o tratamento de linfoma agressivo. Disponível aqui. Acesso em 19 de fevereiro de 2024.

ONCONEWS. ANVISA aprova epcoritamabe para tratamento do LDGCB recidivante ou refratário. Disponível aqui. Acesso em 19 de fevereiro de 2024.

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