Como ocorre a Pneumonia na infância?

pneumonia na infância

A pneumonia é uma doença infecciosa aguda em que um microrganismo inflama o parênquima (tecido) do pulmão, resultando em infiltrado inflamatório dentro do alvéolo. Entre 20% e 40% das hospitalizações em crianças com menos de 5 anos são decorrentes da pneumonia na infância, e há pelo menos 150 milhões de casos por ano em crianças pequenas.

Qual a etiologia da pneumonia na infância?

Uma grande variedade de microrganismos tem sido implicada como agente etiológico em pneumonia nas crianças. Os agentes mais comuns envolvidos variam conforme a idade do paciente.

Em recém-nascidos até 3 meses, os patógenos são relacionados à flora bacteriana vaginal materna, como estreptococo do grupo B e patógenos gram-negativos entéricos (p.ex. Klebsiella). Após 2 semanas de vida, pode haver a “pneumonia afebril do lactente”, podendo ser causada por Chlamydia Trachomatis, Mycoplasma hominis ou Ureaplasma urealitycum.

Nos 5 primeiros anos, os agentes mais comuns são vírus, com destaque para o VSR (Vírus Sincicial Respiratório), adenovírus, parainfluenza e influenza. Bactérias também podem estar envolvidas, como S. pneumoniae (mais comum), H. influenzae (tipo B e não tipável) e S. aureus.

Em crianças maiores de 5 anos, a causa mais comum de pneumonia infantil é o S. pneumoniae. No entanto, pode relacionar-se à “pneumonia atípica do escolar/adolescente”, na qual Mycoplasma pneumoniae e Chlamydia pneumoniae são os agentes mais comumente envolvidos.

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Fisiopatologia da pneumonia infantil

Pneumonia, de forma histopatológica, é o preenchimento dos alvéolos por leucócitos, restos celulares e germes. Mas como esse patógenos chegam aí?

São 4 formas principais: aspiração, inalação, via hematogênica ou por continuidade.

A aspiração é a forma mais comum. Nossa cavidade oral é repleta de diversos microrganismos, e esporadicamente podemos ter colonização oral por bactérias que causam pneumonia como o pneumococo. Como a aspiração de pequenas partículas é comum, eventualmente esses patógenos podem ser aspirados, chegando até os pulmões.

Pode ocorrer também a inalação de partículas do ar ambiental com microrganismos, usualmente sob a forma de aerossóis. Os exemplos clássicos são Legionella e Micoplasma.

Em caso de infecção na corrente sanguínea decorrente de outro sítio infeccioso acaba chegando ao pulmão, estamos diante da via hematogênica. Por fim, o mecanismo mais raro de aquisição de um patógeno causador de pneumonia é por continuidade, quando há infecção de região próxima – como pleura ou mediastino.

 

E os fatores de risco para pneumonia infantil?

Alguns fatores de risco podem estar envolvidos na pneumonia infantil: baixo nível socioeconômico, falta de aleitamento materno, exposição ao tabagismo, comprometimento do sistema imunológico.

Algumas condições clínicas também estão associadas a um aumento do risco, como doenças cardíacas congênitas, fibrose cística, asma, anemia falciforme, desordens neuromusculares e gastrointestinais.

pneumonia infantil

Quais são os sinais e sintomas na criança?

De forma típica, a pneumonia na criança é caracterizada por um quadro prodrômico de resfriado – coriza, tosse, espirro. Há evolução evolui de forma aguda em 2 – 3 dias para febre alta, calafrios / tremores, expectoração purulenta e comprometimento do estado geral.

A criança também pode apresentar dor torácica, taquicardia, taquipneia e dispneia. No exame físico, observa-se estertoração pulmonar à ausculta, aumento do frêmito toracovocal (aumenta vibrações no tórax quando o paciente fala), redução da sonoridade à percussão e broncofonia.

O diagnóstico é baseado no trinômio: história clínica + exame físico (sempre avaliando a saturação) + raio-X de tórax. A identificação do microrganismo causador normalmente é realizada em casos de internação, refratariedade, pacientes graves ou em razão de um risco epidemiológico específico.

pneumonia em crianças

Qual o prognóstico em caso de pneumonia na infância?

Na maioria dos casos, as crianças que desenvolvem pneumonia tendem a se recuperar completamente sem demais sequelas. A mortalidade tende a ser mais baixa quanto mais desenvolvido é o país, o que se reflete em uma melhor abordagem e tratamento.

Lembrando que há duas principais vacinas que podem ser utilizadas para a prevenção de formas graves de pneumonia: (1) antipneumocócica e (2) anti-influenza.

 

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Referências:

Barson, WJ – Community-acquired pneumonia in children: Clinical features and diagnosis. In: UpToDate, Post TW (Ed), UpToDate, Waltham, MA.

Barson, WJ – Pneumonia in children: Epidemiology, pathogenesis, and etiology. In: UpToDate, Post TW (Ed), UpToDate, Waltham, MA.

 

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