Como diagnosticar a Escarlatina?

s pyogenes escarlatina

A escarlatina é uma doença exantemática decorrente de infecção causada pela bactéria Streptococcus pyogenes, na qual há produção de toxinas que levam ao surgimento de erupções vermelhas na pele. Acomete principalmente crianças entre 3-15 anos de vida, e é mais comum no outono e no inverno. Aos 10 anos mais de 80% das crianças já possuem os anticorpos protetores contra as exotoxinas pirogênicas.

Veja mais sobre a doença, incluindo sinais e sintomas, diagnóstico e tratamento.

Entendendo a Escarlatina

A escarlatina ocorre junto a uma infecção por cepas produtoras da toxina eritrogênica (A, B ou C) do estreptococo beta-hemolítico do grupo A de Lancefield Streptococcus pyogenes. Tais infecções ocorrem mais frequentemente associadas a uma faringoamigdalite. Mais raramente pode estar associada a uma piodermite ou infecção de ferida cirúrgica – pela mesma bactéria.

Tipicamente a condição é transmitida através de gotículas de secreção (saliva ou secreção nasal) de paciente acometidos, e pode ocorrer até um dia após o início do tratamento antibiótico. O patógeno se fixa à mucosa da nasofaringe e da orofaringe (faringoamigdalite) ou à pele (piodermite) se multiplicando, colonizando e iniciando o processo infeccioso.

Na presença de cepas produtoras de toxinas eritrogênicas (A, B ou C) essas são lançadas na circulação sanguínea. Essas toxinas levam a uma reatividade cutânea tardia, o que explica a formação de erupções avermelhadas na pele – rash cutâneos – clássico da doença.

rash cutâneo escarlatina

Como diagnosticar?

O diagnóstico é eminentemente clínico, através da clínica de exantema escarlatiniforme, associado tipicamente a uma faringoamigdalite estreptocócica (presença de exsudato purulento).

No caso de dúvida da presença de estreptococos associado na orofaringe, pode-se lançar mão de um teste rápido de detecção de antígeno, no qual a secreção da orofaringe e das amigdalas é colhida.

criança

E quais são os sinais e sintomas?

O quadro clínico é marcado por duas fases que podem se sobrepor:

  1. Fase Prodrómica: é o quadro da condição subjacente.

Uma vez que a faringoamigdalite é, de longe, a mais associada, o paciente apresenta de início agudo: febre alta (39-40ºC), dor de garganta, pus na garganta, dor abdominal, vômitos, cefaleia e prostração.

No caso das piodermites, evidencia-se lesões vesiculares-pustulosas com formação de crostosas amareladas (“crosta melicérica“) nas regiões da pele expostas – face e membros inferiores.

Como diagnosticar a Escarlatina?

  1. Fase exantemática: se inicia 24 – 48 horas após os pródromos.

Tem início no tórax, com disseminação para membros e pescoço – tipicamente poupando palmas das mãos e plantas dos pés. As lesões apresentam aspecto micropapilar, e o paciente apresenta palidez perioral e língua em “morango/framboesa”. O sinal patognomômico é a presença de exantema mais intenso nas regiões flexurais, formando linhas transversais avermelhadas características.

Em cerca de 1 semana o exantema começa a desaparecer através de uma descamação – laminar nas mãos e furfurácea (“farelo”) no tronco – com resolução em cerca de 3 semanas.

 

Prognóstico e tratamento

O tratamento é baseado na prescrição de antibióticos (penicilinas) e analgésicos / antitérmicos. O objetivo é eliminar a bactéria causadora, encurtar o período da doença, assim como reduzir o risco de transmissão e complicações.

Uma vez que existem ao menos 3 toxinas (A, B ou C), uma criança pode apresentar escarlatina mais de uma vez. Apesar disto, o prognóstico geralmente é bom com o tratamento adequado. Ocorre início do desaparecimento do rash em uma semana, com completa resolução em média de 3 semanas.

 

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Referências:

Wessels, M. R. (2022). Streptococcus pyogenes Pharyngitis and Scarlet Fever. In J. J. Ferretti (Eds.) et. al., Streptococcus pyogenes: Basic Biology to Clinical Manifestations. (2nd ed.). University of Oklahoma Health Sciences Center.

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