Osteoporose: uma doença perigosamente silenciosa

osteoporose

O dia 20 de outubro é marcado pelo Dia Mundial da Osteoporose. Atualmente, cerca de 40% das mulheres brancas são afetadas pela osteoporose pós menopausa e uma em cada três sofrerá uma fratura óssea por fragilidade, causada pela doença. Com o envelhecimento da população, esse número cresce de forma constante.

As fraturas osteoporóticas e a subsequente perda de mobilidade e autonomia dos seus portadores representam uma redução significativa na qualidade de vida. Além disso, fraturas do quadril e de coluna estão associadas a uma alta taxa de mortalidade em 12 meses.

Por ser conhecidamente uma doença silenciosa, vamos resumir algumas essencialidades sobre o assunto.

 

Osteoporose: o que é e como se desenvolve?

A osteoporose é uma doença osteometabólica caracterizada pela perda de massa óssea e enfraquecimento da microarquitetura óssea, resultando em fraturas por fragilidade.

Ao longo da vida, os ossos se desenvolvem e atingem o pico de massa óssea por volta dos 20-30 anos de idade. Nesse momento, há um aumento da densidade mineral óssea e uma menor propensão a fraturas. Apesar de parecer um tecido “morto”, nossos ossos estão em constante renovação, marcada simplificadamente pela interação entre osteoclastos, que são responsáveis pela reabsorção da matriz óssea consequente estímulo à regeneração óssea, realizada por osteoblastos. Os osteoclastos também participam do remodelamento ósseo, regulando a atividade dos osteoblastos.

Na osteoporose, há um desequilíbrio entre a osteoblastos e osteoclastos, causando perda de minerais ósseos (basicamente fosfato e cálcio). A perda contínua faz o osso ficar poroso – daí o nome osteoporose.

Visto isso, o diagnóstico precoce da osteoporose é essencial. Uma fratura inicial aumenta o risco de fraturas subsequentes, resultando em incapacidade de longo prazo e perda de independência do paciente. Uma em cada quatro mulheres que têm uma fratura na coluna irá fraturar novamente dentro de um ano. Após uma fratura de quadril, cerca de um quarto das pessoas morrem ou nunca mais andam.

Prevenção

Um estilo de vida saudável pode auxiliar na prevenção de diversas doenças, e a osteoporose é uma delas. Quanto maior o pico de massa óssea na vida adulta, menor será a probabilidade de perda óssea em idade avançada, razão pela qual a prevenção deve começar na infância e adolescência.

Além de uma alimentação balanceada e exercícios físicos regulares, alguns hábitos podem ser benéficos na vida adulta. Obtenção de vitamina D por exposição regular ao sol (15 minutos por dia); ingestão de alimentos ricos em vitamina D e cálcio e suplementar quando necessário; evitar o consumo de bebidas alcoólicas e o tabagismo; evitar quedas; e manter a avaliação da saúde óssea em dia.

osteoporose

Diagnóstico

Pacientes com fatores de risco ou fraturas por traumas de baixo impacto devem ser investigados. Ainda, mulheres com mais de 65 anos e pessoas em uso de medicamentos associados à perda óssea devem ser avaliados rotineiramente.

O exame padrão para diagnóstico é a densitometria óssea (DMO), exame radiológico que avalia a densidade óssea em regiões mais comumente afetadas pela doença – coluna lombar, região proximal do fêmur e terço distal do rádio.

Os dados de DMO são apresentados em gramas de mineral/cm² e avaliados em Z-score (para crianças, adolescentes, mulheres em pré-menopausa e homens <65 anos) e T-score (homens >65 anos e mulheres em pós-menopausa).

Tratamento

O melhor tratamento é a prevenção. Por isso, é importante orientar o paciente quanto à mudanças de hábitos de vida, como incentivar a prática de exercícios físicos regulares, evitar o consumo de álcool e cessar o tabagismo, quando aplicável. Medidas para evitar quedas também são aconselhadas.

As estratégias de tratamento farmacológico têm sido desenvolvidas com o objetivo de reduzir a reabsorção óssea excessiva ou aumentar a formação óssea.  A primeira linha de tratamento inclui inibidores de atividade dos osteoclastos – os bifosfonatos. Os mais utilizados são alendronato, risedronato e ácido zoledrônico. Em pacientes intolerantes, com contraindicações a bifosfonatos ou osteoporose grave com múltiplas fraturas por fragilidade, podemos lançar mão do uso de denosumabe, um anticorpo monoclonal contra RANKL, molécula associada à perda mineral óssea, teriparatida, uma forma recombinante do hormônio da paratireoide (PTH), estimulador da formação óssea e, mais recentemente, do romososumab, outro anticorpo monoclonal, este contra a molécula de esclerostina, estimulando a neoformação óssea.

A suplementação de cálcio de vitamina D também é realizada. O cálcio é o principal mineral ósseo (afinal, não é isso o desejado?) e vitamina D auxilia na sua absorção. Para portadores de osteoporose ou em risco de desenvolvê-la é recomendada suplementação de 1200mg de cálcio e 1000UI de vitamina D diariamente, mantendo os níveis desta acima de 30 ng/mL.

 

 

Conclusão

A osteoporose é uma doença que torna os ossos frágeis, aumentando muito o risco de fraturas, mesmo após uma pequena queda. A doença não tem sintomas óbvios, então muitas pessoas não sabem que têm osteoporose até que sofram uma fratura. As fraturas podem alterar a qualidade de vida do paciente, causando dor, incapacidade e perda de independência. Por essa razão, é importante conscientizar sobre a saúde óssea e a prevenção, diagnóstico e tratamento da osteoporose e fraturas relacionadas.

 

Fique por dentro do nosso conteúdo sobre Reumatologia no Portal.

 

 

Referências:

International Osteoporosis Foundation.

Rachner, et al. Osteoporosis: now and the future.

Google search engine

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui