Teste molecular para HPV foi incorporado no SUS

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No início do mês, o Ministério da Saúde informou que a testagem molecular para detecção do HPV foi incorporada no Sistema Único de Saúde (SUS). A análise molecular é mais precisa na identificação dos tipos virais mais frequentemente associados ao câncer de colo de útero, bem como permite maior intervalo entre a realização dos exames.

O câncer de colo de útero é o terceiro tipo de câncer mais incidente em mulheres brasileiras

O câncer de colo de útero é a terceira neoplasia mais comum no Brasil, com pico de incidência entre 35 e 49 anos. Segundo os últimos dados do INCA, foram estimados 17 mil novos casos por ano, resultando numa incidência de 15,38 casos a cada 100.000 mulheres. Ao analisar as diferentes regiões do Brasil, a incidência é maior no Norte do país (20,48/100.000) e nordeste (17,59/100.000).

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A grande maioria dos casos (99%) de câncer de colo de útero são causados por tipos oncogênicos do papiloma vírus humano (HPV) – sendo este sexualmente transmissível.

Mais de 200 subtipos de HPV já foram identificados, classificados de acordo com o risco associado ao desenvolvimento de tumores. Os subtipos de baixo risco, como HPV6 e HPV11, não são causadores de câncer, mas podem resultar em tumores benignos no trato respiratório ou verrugas genitais (condiloma acuminado).

Já os subtipos classificados como de alto risco são associados a transformações oncogênicas. Dentre esses, os subtipos 16 e o 18 são os relacionados ao maior número de neoplasias de colo de útero e anogenital, razão pela qual são os alvos das vacinas.

Atualmente, o rastreamento é realizado por coleta colpocitológica (Papanicolau), que avalia células presentes no colo uterino. Segundo o Ministério da Saúde, o exame deve ser realizado a cada 3 anos em mulheres e pacientes com útero, imunocompetentes, entre 25-64 anos, após dois exames anuais consecutivos normais.

HPV

 

Iniciativa global para eliminação do câncer de colo de útero

O Brasil faz parte de programa de apelo global para eliminação do câncer de colo de útero, que tem como principal objetivo manter as taxas de incidência dessa neoplasia abaixo de 4 / 100.000 mulheres.

Para isso, três estratégias estão sendo abordadas (chamada 90-70-90), e devem ter resultados até 2030: (1) vacinação de pelo menos 90% das meninas com até 15 anos até 2030, (2) rastreio de pelo menos 70% das mulheres com um teste de alto desempenho aos 35 anos, e (3) 90% das mulheres com lesões pré-cancerosas ou avançadas adequadamente tratadas.

Leia também: Sucesso da vacinação contra HPV na redução do número de casos de câncer de colo de útero.

vacina HPV

Teste molecular para HPV

O teste molecular para HPV detecta o DNA do vírus, por PCR em tempo real. A identificação viral indica que há infecção persistente, o que aumenta os riscos de lesões precursoras de câncer. Dessa forma, o diagnóstico (principalmente na ausência de sintomas) é mais preciso e ocorre de forma mais precoce que o exame citopatológico.

Além disso, o teste molecular para HPV pode ser repetido em intervalos maiores – em casos negativos, pode ser repetido apenas a cada 5 anos. Outra grande vantagem é que o teste molecular pode ser autocoletado, o que aumenta a adesão e facilita o acesso.

 

Referências:

BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Novo teste incorporado ao SUS para detecção do HPV vai beneficiar mulheres no Amapá. Publicado em 12/03/2024.

BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Teste para detecção do HPV em mulheres é incorporado ao SUS. Publicado em 12/03/2024.

WHO, World Health Organization. Cervical Cancer Elimination Initiative.

Instituto Nacional de Câncer (INCA). Coordenação de Prevenção e Vigilância. Divisão de Detecção Precoce e Apoio à Organização de Rede. DADOS E NÚMEROS SOBRE CÂNCER DO COLO DO ÚTERO – Relatório Anual 2023. Disponível em: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/dados_e_numeros_colo_22marco2023.pdf. Acessado em 18/03/2024.

 

 

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