OMS classifica aspartame como possivelmente carcinogênico (grupo 2B). Entenda mais sobre essa classificação.

OMS classifica aspartame como possivelmente carcinogênico (grupo 2B)

No último dia 13, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou os resultados da avaliação do risco relacionado ao aspartame. A avaliação foi realizada pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) e pelo Comitê Conjunto de Especialistas em Aditivos Alimentares da Organização para Agricultura e Alimentação (JECFA).

O adoçante foi classificado como possivelmente carcinogênico para humanos, dentro do grupo IARC 2B, e essa notícia assustou a população.

Veja mais sobre o relatório da OMS e sobre as categorias IARC, e também como orientar os pacientes nessa situação.

Aspartame é classificado no grupo IARC 2B: entenda o que isso significa

A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) faz parte da Organização Mundial de Saúde (OMS) e avalia os produtos carcinogênicos para humanos. O grupo IARC é uma classificação dos produtos quanto a estes riscos, e possui 4 categorias:

  1. Grupo 1: carcinogênicos para humanos.

O grupo 1 inclui agentes que foram amplamente estudados, tanto em humanos quanto em animais, e uma associação causal foi estabelecida entre eles e o câncer. Nesse grupo, estão as terapias com estrogênio, a infecção pelo HPV, o etanol das bebidas alcoólicas e as carnes processadas, por exemplo.

OMS classifica aspartame como possivelmente carcinogênico (grupo 2B). Entenda mais sobre essa classificação.

  1. Grupo 2A: provavelmente carcinogênicos para humanos.

Nesse grupo, pode ser que haja uma associação positiva entre a exposição ao agente e o câncer, pois os estudos já observaram isso.  No entanto, os vieses não podem ser descartados com confiança razoável. O uso de esteroides anabolizantes é um exemplo.

 

  1. Grupo 2B: possivelmente carcinogênicos para humanos.

Em geral, nesse grupo são os aqueles que há evidências para dizer que o produto causa câncer em animais, mas os estudos em humanos são limitados ou insuficientes. É nessa classificação que o aspartame está incluído.

Outros exemplos nessa classificação (que não assustam tanto!) são: trabalhar em lavanderia a seco, pó a base de talco e campos eletromagnéticos de radiofrequência (por exemplo, transmissão de áudio de TV, internet).

aspartame

  1. Grupo 3: não classificável como carcinogênicos para humanos.

Nesse caso, existem vários estudos de alta qualidade que não mostram uma associação positiva entre a exposição ao agente e diversos tipos de câncer, em qualquer nível observado de exposição.

 

A OMS reforça que não é necessário alterar o padrão de consumo atual

O aspartame foi classificado no grupo 2B, sendo possivelmente carcinogênico para humanos, mas como mencionamos, não há motivos para alarmismo. Segundo o JECFA, “as evidências de uma associação entre o consumo de aspartame e o câncer em humanos não são convincentes”.

A OMS afirma que não é necessário alterar o padrão de consumo de aspartame, pois a ingestão diária atual está dentro dos limites aceitáveis, de até 40 mg/kg/dia. Só para termos conhecimento, uma lata de refrigerante diet (coca cola no Brasil, por exemplo) contém 42 mg do adoçante.

Mais pesquisas são necessárias para refinar o entendimento do papel do aspartame no câncer, e os pacientes devem ser orientados de forma adequada nesse sentido, reforçando os dados de medicina baseada em evidência.

Também é necessário reforçar o papel do consumo, não apenas do aspartame, mas de qualquer outro produto em excesso a longo prazo. O consumo de bebidas alcoólicas, tabaco e diversos outros produtos na categoria 1 são mais prejudiciais e devem ser questionados. Hábitos de vida saudáveis seguem sendo a melhor forma de prevenção contra a doença.

 

 

Referências:

BRASIL. Ministério da Saúde. OMS divulga resultados da avaliação de perigo e risco do aspartame. 14 de julho de 2023. Disponível em: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2023/oms-divulga-resultados-da-avaliacao-de-perigo-e-risco-do-aspartame

Jonathan M Samet and others, The IARC Monographs: Updated Procedures for Modern and Transparent Evidence Synthesis in Cancer Hazard Identification, JNCI: Journal of the National Cancer Institute, Volume 112, Issue 1, January 2020, Pages 30 – 37, https://doi.org/10.1093/jnci/djz169

 

Google search engine

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui