Análise de gravidade de pneumonia adquirida na comunidade pelo Escore CURB-65

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Escore CURB-65 – definição, indicações e razões de uso

O escore CURB-65 é um índice desenvolvido para a avaliação da gravidade de pacientes com Pneumonia Adquirida na Comunidade (PAC).

O principal objetivo do CURB-65 é estratificar a gravidade e o risco de mortalidade para pacientes que adquiriram PAC. Dessa forma, pode ser utilizado em qualquer paciente com PAC.

Além disso, o CURB-65 é utilizado para orientar o local mais apropriado para a realização do tratamento do paciente.

E por que usar?

A classificação do paciente com pneumonia adquirida na comunidade por meio do escore CURB-65 avalia a gravidade do quadro, estima a taxa de mortalidade e proporciona melhor orientação sobre a escolha do local onde deverá ser realizado o tratamento.

raio-x pneumonia adquirida na comunidade pac escore curb-65

Critérios e pontuações – saiba como calcular e interpretar

O escore CURB-65 é composto de 5 critérios clínicos, fisiológicos e laboratoriais. Veja cada um deles bem como a pontuação atribuída para cada valor encontrado durante a avaliação do paciente com PAC:

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Após a atribuição da pontuação individual para cada um dos critérios, é realizado o somatório total. Assim temos:

Pontuação total: 0 – Baixo risco de mortalidade (0,6%). Considerar tratamento domiciliar.

Pontuação total: 1 – Baixo risco de mortalidade (2,7%). Considerar tratamento domiciliar.

Pontuação total: 2 – Risco Moderado de mortalidade (6,8%). Considerar internação em enfermaria por curto período ou tratamento ambulatorial com supervisão rigorosa.

Pontuação total: 3 – Alto risco de mortalidade (14,0%). Necessária hospitalização e considerar internar em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Pontuação total: 4 ou 5 – Alto risco de mortalidade (24,8%). Necessária hospitalização e considerar internar em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

 

Atenção! Algumas limitações e armadilhas

O escore CURB-65 possui baixa sensibilidade e alta especificidade para identificar pacientes que necessitam de internação em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Ou seja, alguns pacientes que possuem pontuação igual a 0 ou 1 no CURB-65 ainda sim necessitam de internação em UTI.

Ainda, o CURB-65 não atribui pontos para comorbidades ou para pacientes que residem em lares de idosos. Isso ocorre pois, no estudo original, a maioria dos pacientes apresentava algum desses fatores.

Não obstante, a ureia sérica elevada e a confusão mental são parâmetros que podem estar elevados por conta de outras condições prévias não relacionadas com a infecção respiratória.

Nesse sentido, existe um escore chamado “SOAR” que estratifica o risco de pacientes com Pneumonia Adquirida na Comunidade (PAC) sem levar em conta a ureia sérica e a confusão mental. Nele, são pontuados: pressão arterial sistólica (S), baixa oxigenação (O), idade avançada (A) e frequência respiratória (R).

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Quais os próximos passos?

De forma geral, após obter a pontuação total do paciente no escore CURB-65, temos as seguintes orientações:

– Paciente com pontuação entre 0-1: tratamento domiciliar/ambulatorial.

– Paciente com pontuação 2: internação em enfermaria.

– Paciente com pontuação entre 3-5: internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

A internação de pacientes com alta pontuação no escore CURB-65 permite melhora no cuidado proporcionado e nas tomadas de decisões terapêuticas pela disponibilidade de testes laboratoriais com resultados rápidos.

E lembre-se: pacientes com alta pontuação no escore CURB-65 devem ser avaliados em escores específicos para o diagnóstico de sepse, como por exemplo o SOFA.

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O estudo original que desenvolveu o critério CURB-65 incluiu 1.068 pacientes, e o estudo de validação posterior foi realizado na Índia, contando com 150 pacientes. O escore foi desenvolvido pelo médico pneumologista John Macfarlane, especialista em medicina torácica com foco em infecções bacterianas adquiridas na comunidade.

Para saber mais sobre este e outros escores, acesse o nosso app WeMEDS®. Disponível na versão web ou para download para iOS ou Android.

Referências:

Lim WS, van der Eerden MM, Laing R, Boersma WG, Karalus N, Town GI, Lewis SA, Macfarlane JT. Defining community acquired pneumonia severity on presentation to hospital: an international derivation and validation study. Thorax. 2003 May;58(5):377-82. doi: 10.1136/thorax.58.5.377.

British Thoracic Society, Myint PK, Kamath AV, Vowler SL, Maisey DN, Harrison BD. Severity assessment criteria recommended by the British Thoracic Society (BTS) for community-acquired pneumonia (CAP) and older patients. Should SOAR (systolic blood pressure, oxygenation, age and respiratory rate) criteria be used in older people? A compilation study of two prospective cohorts. Age Ageing. 2006 May;35(3):286-91. doi: 10.1093/ageing/afj081. PMID: 16638769.

Aujesky D, Auble TE, Yealy DM, Stone RA, Obrosky DS, Meehan TP, Graff LG, Fine JM, Fine MJ. Prospective comparison of three validated prediction rules for prognosis in community-acquired pneumonia. Am J Med. 2005 Apr;118(4):384-92. doi: 10.1016/j.amjmed.2005.01.006.

Capelastegui A, España PP, Quintana JM, Areitio I, Gorordo I, Egurrola M, Bilbao A. Validation of a predictive rule for the management of community-acquired pneumonia. Eur Respir J. 2006 Jan;27(1):151-7. doi: 10.1183/09031936.06.00062505.

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