A Telemedicina veio para ficar?

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Antes da pandemia de COVID-19, o acesso e a utilização da telemedicina eram insignificantes, com pouco interesse dos setores público e de saúde. Desde então, a tecnologia e os serviços de telemedicina passaram por um crescimento e investimento explosivos e estão prestes a mudar a forma como a assistência médica é fornecida agora e no futuro.

Mas a telemedicina realmente mudou a forma como os cuidados de saúde são prestados ou é apenas uma solução temporária para uma situação específica?

Avanço da Telemedicina durante a COVID-19

Com a emergência global da pandemia, ficou exposta a vulnerabilidade do nosso sistema de saúde. Nesse sentido, a telemedicina provou ser uma ferramenta eficaz para aumentar o acesso aos cuidados e melhorar a acessibilidade aos pacientes.

Embora existam certas condições médicas que exigem atendimento presencial, muitas questões não emergentes relacionadas à saúde podem ser abordadas virtualmente. No entanto, antes da pandemia de COVID-19, o acesso e a utilização da telemedicina despertavam pouco interesse dos setores público e de saúde.

Em 2015, a maioria dos médicos reconhecia o serviço de telehealth como uma ferramenta promissora para melhorar o acesso aos cuidados, mas apenas 15% dos médicos usavam os serviços em suas práticas clínicas.

A telemedicina e o monitoramento remoto de pacientes se expandiram rapidamente nos primeiros meses da pandemia, com o objetivo de conter a propagação do coronavírus. Além de aumentar o acesso aos cuidados e reduzir o risco de transmissão viral, a rápida adoção da telemedicina ajudou a conservar suprimentos médicos escassos, e ajudou a reduzir a pressão sobre um sistema de saúde cada vez mais sobrecarregado.

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Pacientes satisfeitos, médicos satisfeitos, tratamento eficaz

Muitos pacientes não tinham experiência anterior com telemedicina, e foram rapidamente transferidos para plataformas virtuais, incluindo encontros por vídeo e telefone. Apesar dessa rápida transição, vários estudos demonstraram que a satisfação do paciente foi semelhante aos encontros pessoais.

E isso também se reflete no profissional. Resultados semelhantes na satisfação do médico foram encontrados com a maioria dos prestadores de cuidados, expressando atitudes positivas em relação à adoção da telemedicina com cuidados comparáveis ​​às visitas presenciais.

E não é de hoje que a relação médico-paciente tem implicação direta no tratamento. Ter a confiança de um bom direcionamento melhora consideravelmente as respostas à terapia. Além disso, diante do contexto da COVID-19, muitos pacientes se sentiam ameaçados ao sair de casa, especialmente frequentando hospitais e clínicas. Com as consultas online, algumas dessas questões puderam ser amenizadas.

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A Telemedicina funciona para todos?

No início da pandemia, investimentos financeiros e de funcionários significativos foram direcionados, mas nem todos os sistemas de saúde adotaram essa mudança de foco. Os hospitais que não possuíam documentação clínica eletrônica, não eram afiliados a um sistema hospitalar, eram de propriedade de investidores ou estavam em uma área rural tinham menores chances de adotar a o sistema teleheath.

Essa discrepância no acesso é ainda mais pronunciada quando se observa uma escala mundial, com quase 3,7 bilhões de pessoas permanecendo offline. Enquanto a lacuna tecnológica urbano-rural é pequena em países desenvolvidos (como os EUA), nos países em desenvolvimento, o acesso urbano à internet foi 2,3 vezes maior que o acesso rural. Essas diferenças são ainda mais pronunciadas na África por exemplo – com 28% das famílias urbanas com acesso à internet, em comparação com apenas 6,3% nas áreas rurais.

Outra questão limitante é quanto as seguradoras de saúde. Apesar do progresso feito no ano passado, várias grandes seguradoras estão retirando parte de sua cobertura de telemedicina para questões não relacionadas a COVID-19.

A Telemedicina veio para ficar?

Com o retorno das atividades presenciais, muitos pacientes voltaram as consultas em clínicas e hospitais, reduzindo os atendimentos online. Os dados atuais indicam uma redução pela preferência da telemedicina em cerca de um terço dos pacientes.

No entanto, os números atuais ainda excedem as estatísticas anteriores à COVID-19. Além disso, as empresas de atendimento virtual continuam a fazer grandes investimentos no espaço de telehealt – atendimento por vídeo, bate-papo por texto no aplicativo com médicos, entrega de receitas.

Ainda, muitas faculdades de medicina já começaram a integrar a telemedicina em seu currículo educacional para que seus alunos possam usar essas tecnologias com responsabilidade e atender à crescente necessidade destes serviços.

Embora a telemedicina não esteja pronta para substituir o atendimento presencial, é um complemento útil quando confrontado com desastres e emergências de saúde pública. De forma geral, olhando os últimos meses desde o início da pandemia podemos supor que, mesmo longe de ser perfeita, a telemedicina está aqui para ficar.

Seu uso fornece aos profissionais de saúde a flexibilidade de fazer a transição rápida do atendimento das clínicas para as residências. No entanto, algumas barreiras ao acesso ainda existem, e são mais pronunciadas em comunidades rurais, minoritárias e tecnologicamente carentes.

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Referências:

Greiwe J. (2022). Telemedicine Lessons Learned During the COVID-19 Pandemic. Current allergy and asthma reports, 22(1), 1–5. https://doi.org/10.1007/s11882-022-01026-1

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