Entendendo o papel da alfa-1-antitripsina

A Alfa-1-antitripsina é uma enzima produzida no fígado e tem como função primordial inibir a ação de proteases – elastase, tripsina, quimiotripsina e trombina. A deficiência na sua produção pode levar principalmente a danos teciduais pulmonares e hepáticos.

Diante disso, deve-se solicitar o teste que identifica AAT no sangue na suspeita de deficiência de alfa-1-antitripsina – avaliando, portanto, se a doença pulmonar e hepática do paciente tem como causa a deficiência de produção de essa enzima.

Papel da alfa-1-antitripsina

Nos pulmões os neutrófilos produzem uma enzima chamada elastase neutrofílica que é capaz de quebrar a elastina, o que permite destruir células envelhecidas, além de destruir bactérias se necessário. No entanto, essa mesma elastase acaba por destruir tecido sadio do pulmão, que é rico em elastina – responsável por dar força e elasticidade ao tecido pulmonar.

Por sorte, o fígado produz uma enzima chamada “Alfa-1-antitripsina” (AAT) que é capaz de se ligar à essa elastase, impedindo a destruição pulmonar.

alfa-1-antitripsina

Entendendo a DAAT

A deficiência da alfa-1-antitripsina (DAAT) é um distúrbio genético de herança autossômica co-dominante: em outras palavras, cada alelo contribui com 50% com a produção da enzima.

O gene que produz a alfa-1-antitripsina é conhecido como “SERPINA 1“, encontrado no braço longo do cromossomo 14. Na presença de mutações, pode ser que a enzima não seja feita, que seja produzida em baixas quantidades, ou que seja defeituosa. Dessa forma, o paciente apresenta uma deficiência na produção dessa enzima protetora.

Como resultado, a elastina do tecido pulmonar é destruída, fazendo com que os alvéolos percam elasticidade e integridade estrutural. O ácino pulmonar (conjunto de alvéolos) acaba por virar uma grande cavidade (enfisema), tendendo a acometer principalmente as bases pulmonares.

Além disso, há duas outras condições associadas, pela inflamação crônica das vias aéreas: bronquite crônica e bronquiectasia. Em conjunto, o comprometimento pulmonar resulta em DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica).

tosse

Em casos de mutações que resultem na AAT defeituosa, essa enzima alterada se agrega (polimerização patológica) com outras no retículo endoplasmático dos hepatócitos (onde são feitas), resultando em danos ao tecido hepático.

Outros comprometimentos mais raros da condição incluem paniculite (devido à proteólise sem controle) e vasculites.

 

Interpretando os resultados do exame

Primeiramente, vamos aos valores de referência, que dependem do método a ser realizado:

Método de Nefelometria: 80 – 213 mg/dL (0.8 – 2.13 g/L).

Método de Teste padrão purificado: 20-53 umol/L.

Método de Imunodifusão: 150-400 mg/dL.

deficiência de alfa-1-antitripsina

É preciso cuidado na interpretação dos achados!

Esses são valores gerais. No entanto, devemos estar atentos que os níveis séricos de alfa-1-antitripsina podem aumentar durante a gestação, bem como em uso de medicamentos, como contraceptivos orais.

Além disso, a AAT é uma proteína de fase aguda, e pode ter aumento da sua concentração em quadros inflamatórios. Desnutrição proteica e outras doenças hepáticas também podem alterar os valores do exame. É importante estar atento aos sinais, e avaliar a enzima apenas em casos de suspeita diagnóstica.

A confirmação da deficiência enzimática deve ser associada a identificação de alteração no gene SERPINA1. No Brasil, existem programas que oferecem métodos simples para a determinação fenotípica da alfa-1-antitripsina disfuncional. O teste é realizado através de coleta de gotas de sangue em papel filtro seco, enviado por correio para o laboratório de referência. É um método confirmatório mais barato que a genotipagem.

mutação alfa-1-antitripsina

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