Diagnóstico e Tratamento da Epistaxe

A epistaxe é definida como qualquer sangramento oriundo da mucosa (mucosa pituitária) de qualquer parte das fossas nasais – é o sangramento do nariz. Corresponde a uma alteração da hemostasia dentro da cavidade nasal, causado por um comprometimento da integridade de sua mucosa.

É a causa mais frequente de hemorragia, sendo a principal emergência otorrinolaringológica. Pode variar de acordo com a intensidade e a gravidade, e são mais comuns por traumas locais. Sua incidência quanto a idade é de maneira bifásica, apresentando 2 picos: o primeiro entre 10 e 13 anos, e o segundo em idosos.

Veja mais sobre a condição, como fazer o diagnóstico e como realizar o tratamento.

Entendendo a Epistaxe

A epistaxe é a causa mais frequente dentre as hemorragias. Isso se deve pela intensa vascularização presente na região e da maior fragilidade da mucosa nasal.

As fossas nasais são irrigadas pelos sistemas das artérias carótidas interna e externa, com múltiplas anastomoses. O principal suprimento vascular da mucosa das fossas nasais deriva da Artéria Carótida Externa.

Clinicamente, a epistaxe é classificada em anterior (na área de Little) ou posterior (na área de Woodruff), dependendo da origem (localização) do sangramento.

epistaxe

Há também uma classificação quanto a gravidade. As epistaxes graves originam-se de duas regiões distintas na fossas nasais, separadas anatomicamente pela concha nasal média e irrigadas por sistemas arteriais diferentes. Assim, a condição grave pode ser classificada de acordo com sua origem em “superior” e “posterior”, sendo as graves referidas como de maioria em origem posterior.

Em sua grande maioria, sangramentos nasais são de etiologia idiopática. Entretanto, existem algumas causas atribuíveis para o surgimento, como: traumas, desvios e perfurações septais, processos inflamatórios, tumores, doenças granulomatosas e algumas condições cardiovasculares (hipertensão arterial sistêmica, hipertensão venosa, telangiectasia hemorrágica hereditária).

Por fim, alterações sanguíneas também podem ser causas importantes como: hemofilia, doença de Von Willebrand e púrpura trombocitopênica idiopática.

epistaxe sangramento nasal

Diagnóstico

O diagnóstico é simples, visto que o paciente chega ao atendimento com sangramento pelas narinas. Porém, alguns pontos devem ser considerados:

Inicialmente, é fundamental que o médico se certifique de que realmente se trata de um caso de epistaxe, uma vez que nem todo sangramento nasal provém de sua mucosa. Há possibilidade deste sangramento ser causado por hemorragia digestiva alta com regurgitação pelas fossas nasais, ou lesões vasculares de base de crânio, por exemplo.

É necessária uma anamnese completa, com dados gerais e quadros prévios, início do caso, quantidade / volume do sangramento, tratamentos realizados, fatores predisponentes e doenças crônicas.

Na confirmação da epistaxe, o próximo passo é a avaliação otorrinolaringológica, com rinoscopia anterior para verificar, se possível, o ponto hemorrágico. O exame da orofaringe é necessário para avaliar se há sangramento faríngeo descendente. Pode-se pedir ao paciente que assoe o nariz com a finalidade de remover os coágulos das fossas nasais.

epistaxe

Como tratar?

Seja em adultos ou crianças, sangramentos nasais são raramente graves, podendo ser abordados de maneira conservadora, na maioria dos casos. O objetivo é cessar o sangramento e evitar sua recorrência.

O tratamento descrito para a contenção de epistaxe inclui:

  • Hemostasia local, com metodologia sequencial: compressão digital, cauterização, tamponamento nasal anterior e tamponamento nasal ântero-posterior.
  • Cauterizações arteriais (“ligaduras”).
  • Embolização.
  • Tratamento geral (que pode incluir controle de discrasias sanguíneas com transfusões, concentrado de plaquetas e fatores de coagulação em casos graves).

 

Referências:

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