Nos dias atuais, principalmente após a pandemia do novo coronavírus, a discussão sobre a eficácia, e até mesmo sobre a necessidade, da imunização voltaram a gerar grandes repercussões na sociedade em geral.
Contudo, o fato é que há mais de 3 séculos as vacinas estão revolucionando o processo de saúde e doença de forma global, contribuindo muito para o aumento da qualidade e da expectativa de vida de todos nós. O avanço das imunizações em conjunto com o constante desenvolvimento das áreas de microbiologia, farmacologia, imunobiologia, epidemiologia e sociologia se tornaram os principais pilares mundiais na prevenção de doenças e promoção da saúde.
Nesse artigo iremos abordar como foi o processo de desenvolvimento das primeiras vacinas, sua evolução e importância para os dias atuais.
A Evolução e Desenvolvimento das Vacinas
Logo no início do século 17, época onde ainda não existia nenhuma vacina desenvolvida, uma doença terrível e com alta taxa de mortalidade, até mesmo entre pessoas jovens, estava assolando o mundo: a varíola.
No ano de 1798, um médico inglês chamado Edward Jenner publicou um trabalho chamado *Variolae Vaccinae*, onde relatou seu estudo e sua pesquisa sobre camponeses que acabavam desenvolvendo um condição benigna relacionada à varíola, denominada “vaccinia”. Essa condição ocorria pelo fato dos camponeses entrarem em contato com vacas infetadas pela varíola bovina durante o processo de ordenha. Edward Jenner percebeu que estes camponeses, ao terem contato com pessoas infectadas pela varíola humana não desenvolviam a doenças e com isso ele passou a desenvolver as primeiras técnicas de imunizações.
Contudo, somente por volta de 1870 que Louis Pasteur e Robert Koch conseguiram estabelecer claramente a relação entre causa e efeito dos microrganismos com as doenças. Pasteur então dá o nome de vacina a qualquer substância preparada com a finalidade de imunização de uma doença infecciosa, em homenagem a Edward Jenner. Já em 1885, Louis Pasteur consegue desenvolver a vacina para combater a raiva humana.
Albert Calmette e Camille Guerin, em 1909, conseguiram cultivar em bile de boi o bacilo que causava a tuberculose. Os bacilos assim cultivados tiveram sua virulência atenuada depois de sucessivas culturas. Assim, foi possível surgir a primeira vacina a partir de um microrganismo atenuado, a BCG. A BCG foi regulamentada como vacina e introduzida no Brasil no ano 1925, sendo aplicada até os dias atuais.
No século passado, a poliomielite se tornou epidêmica nos Estados Unidos e na Europa. O estado de paralisia das crianças gerou uma comoção mundial e bilhões de dólares foram arrecadados para financiar a pesquisa de uma vacina. E nenhum outro imunizante contribuiu tanto para a humanidade quanto esse. Em 1949, Jonas Salk produziu a primeira vacina para poliomielite a partir do vírus inativado. Ainda no mesmo ano, Albert Sabin produziu outra vacina por meio do vírus atenuado e que poderia ser aplicada de forma oral, com excreção do microrganismo no ambiente, colaborando ainda para a imunidade coletiva.
A colaboração das vacinas, tanto em seus benefícios diretos e indiretos, são reconhecidas de forma ampla no contexto mundial atualmente. Elas possuem um grande potencial em reduzir a taxa de mortalidade infantil, melhora as condições de saúde da sociedade e diminuem os gastos com a saúde pública reduzindo de forma drástica os recursos investidos em consultas, internações e tratamentos. Cabe agora manter o processo contínuo de informação, conscientização e educação da população quantos aos inúmeros benefícios à saúde proporcionados por uma das mais importantes conquistas da ciência, a vacina.
Quer saber mais sobre as vacinas? Leia o livro “A vacina no banco dos réus: Mitos e verdades sobre as vacinas”
Se você gosta de saber mais sobre história da medicina não deixe de ler nosso artigo sobre Hipócrates, o pai da medicina ocidental. Boa leitura!