A cannabis medicinal tem sido objeto de pesquisa intensiva devido aos seus potenciais benefícios na saúde. Além de seu uso no tratamento de epilepsia e desordens neuropsiquiátricas, o canabidiol tem sido estudado por seus possíveis usos em questões ginecológicas.
Cannabis medicinal e sistema endocanabinóide na ginecologia
O sistema endocanabinóide (SEC) é um complexo sistema de sinalização molecular que desempenha um papel fundamental na regulação de uma variedade de funções fisiológicas e processos biológicos, incluindo o humor, o apetite, a memória, a dor, o sono, o sistema imunológico e a resposta ao estresse.
No contexto de questões ginecológicas, há diversos estudos em andamento.
Evidências sugerem que o SEC regula a função sensorial da bexiga durante o armazenamento e micção. Agonistas canabinóides exógenos e inibidores da inativação endocanabinóide têm o potencial de melhorar os sintomas do trato urinário inferior em síndromes da bexiga hiperativa e dolorosa, possivelmente através de efeitos nervosos sensoriais.
Além disso, alguns estudos já mostraram que o sistema endocanabinóide desempenha um papel na regulação hormonal e na modulação do humor. O SEC interage com vários neurotransmissores e hormônios envolvidos no ciclo menstrual, como serotonina e estrogênio. Isso sugere que pode ter o potencial de modular desequilíbrios hormonais e aliviar os sintomas da SPM.
Por fim, descobriu-se que o sistema endocanabinoide está presente e é amplamente expresso no ovário humano. Logo, há diversos trabalhos que falam sobre os benefícios desse sistema na síndrome dos ovários policísticos, endometriose e até mesmo vulvodínia (um transtorno de dor crônica que afeta a vulva, e pode acometer até 28% das mulheres).
Como orientar o uso adequado de Cannabis medicinal?
Devido ao potencial comprovado do canabidiol na medicina, a liberação de compra e venda dos produtos derivados de Cannabis vem sendo impulsionada.
A indicação e a forma de uso dos produtos à base de Cannabis são de responsabilidade do médico responsável. Além disso, é importante salientar que os pacientes devem ser informados sobre o produto e suas condições.
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Como em qualquer tratamento, é preciso levar em consideração fatores como o metabolismo, a presença de comorbidades, o uso concomitante de outras medicações, os hábitos pessoais e qual o objetivo do tratamento.
A experimentação é necessária para se chegar à melhor dose para cada paciente. O indicado é iniciar com doses baixas e aumentar gradativamente até chegar na dose alvo proposta, que trará os efeitos desejados.
A dose ideal é a menor dose mais eficaz o possível, ou seja, a menor dose necessária para alcançar os efeitos medicinais desejados, sem deflagrar efeitos colaterais indesejados.
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Referências:
UpToDate® – Medical use of cannabis and cannabinoids in adults. 2024.
Docmedia®. E-book. O uso de canabinoides na saúde feminina.
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Christie, S., Brookes, S., & Zagorodnyuk, V. (2021). Endocannabinoids in Bladder Sensory Mechanisms in Health and Diseases. Frontiers in pharmacology, 12, 708989. https://doi.org/10.3389/fphar.2021.708989