A face cruel da Nova Medicina Germânica

Uma pseudociência difundida comumente por praticantes da medicina sem evidência é a Nova Medicina Germânica. Criada por um médico alemão, que teve inclusive sua licença médica cassada, essa pseudociência afirma que o desenvolvimento de doenças é uma resposta do organismo frente a distúrbios emocionais e uma das suas leis mais difundida é a “lei férrea do câncer”.

Esse médico, baseado em sua experiência pessoal relacionada a morte de um familiar e subsequente desenvolvimento de um tumor testicular, passou a acreditar que a causa do desenvolvimento do câncer estava relacionada ao trauma emocional sofrido. Após isso, ele seguiu investigando diversos pacientes oncológicos, questionando-os sobre eventos traumáticos e encontrou muitos relatos de traumas psicológicos prévios nas suas vidas.

Vieses óbvios da Nova Medicina Germânica

Somente por esse curto e simplório resumo de seu trabalho já encontramos milhares de erros bem básicos, o que já desmonta sua teoria. Começando pelos vieses mais primitivos como viés de seleção, de informação, principalmente envolvendo viés de memória e de resposta do paciente e, o mais importante de todos, viés de confusão, em que o desfecho pode ser explicado pela presença de um outro fator.

Vamos dar um exemplo prático: o tabagismo é fator de risco para desenvolvimento de alguns tipos de câncer de pulmão e pacientes tabagistas frequentemente fazem uso abusivo do álcool. Se você perguntar aos pacientes com câncer de pulmão sobre uso de tabaco e álcool, grande parte deles vai relatar uso abusivo do álcool, e isso não faz do álcool um causador de câncer de pulmão, é somente um viés de confusão.

Outro exemplo prático e bastante absurdo (para reforçar como essa análise simplificada não funciona) seria relacionar o consumo de picolés e afogamentos. Parece absurdo não é mesmo? Mas se você fechar os olhos para o viés de confusão relacionado a sazonalidade, em que observamos maior taxa de afogamentos e consumo de picolés no verão, você vai encontrar o resultado de que o aumento de consumo de picolés ocorre em paralelo ao aumento de afogamentos, mesmo que esse fator e o desfecho não tenham relação direta.

nova medicina germânica

A crueldade de identificar o paciente como o culpado

Outro ponto fraco dessa teoria envolve a crença da culpabilização e responsabilização única e exclusivamente do paciente em relação ao processo de adoecimento e cura. Para a Nova Medicina Germânica, os tratamentos oncológicos convencionais não são necessários e a cura será encontrada quando o paciente “elaborar” o trauma sofrido, superando-o.

Em caso de morte do paciente, não existe nenhum acusamento do profissional que o cuidava, a morte é incriminada ao paciente que falhou e não conseguiu superar esse trauma.

Ou seja, o pilar da Nova Medicina Germânica em relação a doença oncológica é basicamente culpar o paciente, se ele adoeceu, foi culpa dele, se não se curou e faleceu, também a culpa é dele. Não existe nenhuma responsabilização do profissional que o orientou, muitas vezes, a abandonar os tratamentos padrões e focar, é claro, sozinho, no trauma emocional sofrido.

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Então, além da falta de embasamento científico, uma questão muito importante a se levantar para os defensores da Nova Medicina Germânica é: Qual o sentido de culpar o paciente por aquilo que ele adoeceu? O que traz de benefício a ele e seus entes queridos responsabilizá-los por uma doença que já traz tanto sofrimento?

É uma crueldade sem tamanho ver uma pessoa num estado vulnerável como o paciente oncológico, assustado, muitas vezes desesperado pela cura e apontar todos os dedos e dizer: a culpa é toda sua. O pior ainda, é culpabilizar as emoções, algo que nós como seres humanos experenciamos dos mais diversos tipos, todos os dias da nossa vida, sem controle algum.

É normal sentir raiva, é normal sentir tristeza, luto, arrependimento, remorso, todos nós passamos por isso em algum momento de nossa vida e nem todos nós vamos desenvolver câncer ou doenças crônicas. Não existe linearidade entre essas duas coisas, e culpar as emoções de um ser vivo, algo inerente a ele, incontrolável e impossível de não sentir, é como “chover no molhado”, não leva a nada e só gera mais sofrimento.

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Ainda sabemos pouco sobre as doenças oncológicas

Já não é novidade que o estilo de vida, nossos hábitos, dietas e diversos fatores externos influenciam sim no desenvolvimento de certas doenças, mas sabemos que não está restrito a isso, e que existem outros fatores associados, principalmente genéticos, que fazem com que um certo indivíduo desenvolva uma doença e outro não.

Precisamos reconhecer e compreender que ainda pouco sabemos sobre o processo de adoecimento e cura das doenças oncológicas, mas profissionais sérios e dedicados sempre estão pesquisando fatores de risco e em busca de novos tratamentos e prevenções, sempre em prol do paciente.

Enquanto, do outro lado, observamos uma marcada fragilidade daqueles que defendem a teoria da Nova Medicina Germânica, pois há completa falta de implicação do profissional que a defende, impelindo cruelmente ao paciente a responsabilidade sobre a sua vida ou morte.

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22 COMENTÁRIOS

  1. Matéria totalmente distorcida com um olhar infeliz e muito simplório sobre esta nova ferramenta que auxilia um novo olhar para saúde! Em nenhum dos casos esses conhecimentos da Medicina Germânica quer ser soberano e nem excluir a medicina tradicional, e muito menos culpar e apontar o paciente, A germânica apenas inclui também, um olhar para a história do paciente, as emoções e situações que passou na vida e que impactaram na sua saúde, visto que entendemos a necessidade de olhar as pessoas como um todo, como seres o divisíveis, o que já está mais que comprovado hoje é que não dá para separar a saúde física da saúde emocional! A cura é um processo totalmente integrativo e quem acha que só existe um caminho, uma.medicina soberana, já está muito ultrapassado🙌🏻🙏🏻 Luz e Paz

    • Como o próprio texto diz, a saúde emocional é importante sim quando se fala do ser humano como um todo. Simplório é dizer que o câncer do paciente surgiu de um evento emocional grave e inesperado, e mais simplório ainda é delegar a ele somente a possibilidade de se curar. Toda ajuda é bem vinda mas a culpabilização NUNCA traz benefício para o paciente, especialmente vindo de uma teoria infundada. Além disso, já é mais do que comprovado que tratamentos sem embasamento atrapalham sim na adesão do paciente ao tratamento convencional já que em grande parte é sofrido e longo.

    • Perfeita a sua colocação, achei de mal grado e desnecessário esse texto, quem conhece e já vivenciou a medicina germânica, sabe que essa colocação é daqueles que se acham soberanos: os poderosos jalecos brancos. A fase cruel da medicina tradicional, a medicina do adoecimento.

    • Concordo com você! Como médica e ser humano que já enfrentou casos de câncer na família, com cura e outro sem cura, afirmo que o fator emocional e espiritual estão importantemente entrelaçados a esses processos e seus desfechos. O paciente jamais será culpado pelo seu desfecho negativo, somos seres em evolução e não estamos aqui para sermos perfeitos e essa mesma verdade cabe a nós profissionais médicos!

    • Penso exatamente isso. O importante é ampliar o conhecimento, com um olhar interativo, que cuide de observar e tratar as emoções, as quais sem dúvida alguma são uma parte importante do sistema como um todo.

  2. O Titulo desta matéria de veria ser “A face cruel da Medicina Convencional”
    A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde como “um estado de completo bem-estar
    físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades”. Direito social, inerente
    à condição de cidadania, que deve ser assegurado sem distinção de raça, de religião, ideologia
    política ou condição socioeconômica, a saúde é assim apresentada como um valor coletivo, um bem
    de todos.

    • Exatamente! Fico feliz em ver que o mundo está abrindo os olhos e sendo mais esclarecido em relação a medicina convencional. Principalmente por ser profissional da saúde e sempre ter tido uma conexão espiritual muito grande, inclusive com meus pacientes! A medicina tradicional não é negativa, claro que não, mas poucos entendem sobre a industria farmacêutica e como ela tem um interesse gigantesco em nos ver dependentes dela!

  3. Essa matéria é completamente distorcida, quem a produziu nem teve a capacidade de pesquisar como é trabalhada a Medicina Germânica.
    Esqueceu que o ser humano tem emoções, sentimentos, traumas que os adoecem.
    Essa pessoa deveria pesquisar a indústria farmacêutica, que entopem pessoas dos ditos “remédios” que trazem cada vez mais doenças. Medicamentos são necessários sim, mas para curto prazo , não para uma sentença uma escravidão para o resto da vida. Pessoas assim perseguem todo tipo de práticas integrativas, que possam libertar pessoas desses químicos nocivos, pois essas práticas ensinam pessoas a tratar a saúde , sendo assim não precisarem tomar mais essas químicas o resto da vida.

  4. Que matéria infeliz. Nunca vi essa culpabilização feita por profissionais da nova medicina germânica. Assim como nunca vi um profissional falar para o paciente interromper qualquer tratamento na área da medicina tradicional. Me pergunto se já passou por algum atendimento da NMG. Se a medicina tradicional parasse de ignorar as emoções do paciente com certeza já estaria bem mais avancada. Tudo deve ser levado em consideração quando está em risco a saúde de um paciente. Tratar todos os víeis é sim necessário. Corpo, mente e emoções.

  5. Essa matéria sim, é completamente enviesada! Quantos gênios do passado foram considerados loucos, por apresentarem novos paradigmas e confrontarem os sistemas de suas épocas?

    Cabe a qualquer um pesquisar e conhecer a fundo o que a Medicina Germânica tem de bom, sem necessariamente desacreditar de ante-mão… assim como qualquer pessoa passando por uma situação de doença não deveria desacreditar da medicina tradicional…

    Mas fica a reflexão ao Portal Wemeds – completamente enviesados – para fazer matérias com um caráter mais informativo, e não tão inquisitório!

    • Exatamente! Quem entender uma vírgula sobre a indústria farmacêutica jamais vai abrir a boca para ir contra as medicinas “alternativas”. Mataram a medicina oriental aqui no ocidente e graças a força de informação que a digitalização nos permitiu, hoje estamos nos abrindo novamente para essa pratica!

  6. A face Cruel é não conhecer e rótular uma técnica que já está comprovada pelos benefícios que trás aos pacientes, contra fatos não há argumentos! Só nós mostra a arrogância de quem escreveu e a ignorância de acreditar apenas em sua interpretação! Como médicos deveriam estudar mais e ter a capacidade de compreender as outras teorias, quantos maus médicos exercem a medicina e não são punidos, está aí para ser ver, Freud tbm vou chamado de louco e hj os jalecos brancos estudam ele na faculdade! Hipocrisia tremenda….mas enfim! Viva a saúde e profissionais que realmente desejam o melhor para os pacientes, matérias como essa só mostram a escassez de compreensão!

  7. A medicina tradicional e seus cegos defensores atacam e criticam tudo que surge como alternativo para focar na cura e na longevidade saudavel das pessoas. Como medica vejo no dia a dia a importancia do acolhimento e as maravilhas que ocorrem qdo o paciente decide olhar p dentro de si e “acolher” a doença tentando achar um causa, um norte e mesmo uma chance de fazer escolhas diferentes.
    Muitos medicos querem basear todas as escolhas apenas em trabalhos científicos sem ao menos pensar e usar seu conhecimento pessoal e seu feeling no cotidiano.
    Precisamos aceitar opiniões diferentes e somar esforços para tratar nossos pacientes!
    A guerra entre os “papas” da medicina e a poderosa industria farmacêutica contra tudo e todos que oferecem um alternativa, só traz odio e prejuizo para os pacientes

  8. 💫Sou terapeuta Germânica a vários anos e até agora meus pacientes tiveram 100% de melhora. Estudei 2 anos de medicina tradicional e desisti. Fuii estudar Medicina Tradicional Chinesa e depois Nova Medicina Germânica etc. E confesso que foi a melhor escolha da minha vida. Eu me curei de patologias com a Medicina Germânica pq encontrei o programa biológico que era a raiz dos meus sintomas. E não foi só uma patologia… Uma delas foi o câncer de esofago, queriam me operar, e me curei com Medicina Germânica. Já faz 16 anos e nunca mais voltei ao médico.
    Sou eternamente grata ao Dr. Hamer. Alma de pura luz que passou pela Terra e desencarnou em 2017. Logo ele encarna de novo se é que já não está encarnado para dar continuidade no trabalho de expansão de consciência da humanidade.
    Uma nova Terra uma nova Era se aproxima.
    Eu fiz uma escolha de seguir a Medicina alternativa, isso não quer dizer que todos estejam evoluídos para entender que somos muito mais do que um corpo físico. E que somos uma Centelha Diviva com o Poder de cura dentro de nós.

    Gratidão, querido Dr. Hamer pela sua magnífica contribuição para a humanidade. Eu te amo e te honro para sempre. Sou sua semente que germinou.💫

    Com amor e luz,
    Nataly Resende

  9. Eu como médico Dermatologista entendo que cruel é ser um médico formado por um currículo médico montado pela indústria farmacêutica ,ser treinado como um escravo da indústria, alimentar a ganância das farmacêuticas e desconsiderar como um cego a participação do mental na criação das doenças.E ainda acreditar que está fazendo medicina enquanto seus recursos terapêuticos apenas tratam sintomas e mantém os pacientes fiéis consumidores desta indústria, enquanto o pobre médico não consegue explicar causa de pelo menos 90 porcento das patologias que trata.

  10. De onde saiu esse relato de culpa?
    De forma alguma as pessoas que tem acesso as informações sobre a nova medicina germânica se sentem culpadas, pelo contrário, nós nos sentimos acolhidos do desamparo que a medicina tradicional nos trás diante das doenças.
    Não é se sentir culpado pelo que viveu, mas entender que o que foi vivido impactou tanto a ponto de o nosso corpo gerar uma adaptação a isso.
    Ter a chance de processar o que foi vivido é dar voz à dor que tantas vezes é desconsiderada na medicina tradicional.
    NÃO É CULPA É RECONHECIMENTO E AMPARO.
    O que foi vivido alterou a nossa biologia, entender o que foi vivido é a forma de restaura-la.
    Isso não significa desconsiderar a medicina tradicional, isso significa unir o melhor dos mundos e obter uma saúde melhor.

    “Simplório é dizer que o câncer do paciente surgiu de um evento emocional grave e inesperado, e mais simplório ainda é delegar a ele somente a possibilidade de se curar.”
    Em nenhum momento me senti desamparada, pelo contrário, fui escutada e amparada na nova medicina germânica como nunca fui na tradicional, em nenhum momento fui responsabilizada pelo meu tratamento ou pela minha cura.
    Não faz sentido nenhum essa matéria.

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