Retrospectiva 2021: foco em obesidade e saúde e as 7 maiores correntes do ano

saúde obesidade

O ano de 2021 foi marcado por um grande avanço na área médico-científica, e seguimos na luta contra a pandemia de COVID-19. A saúde nunca esteve em tanta evidência.

Dentre as diversas áreas médicas, elencamos aqui alguns tópicos importantes, com foco em obesidade e saúde, muitos discutidos ao longo desse ano.

COVID-19, obesidade e vacinas

Estar muito acima do peso ideal nunca foi tão perigoso!

Durante a COVID-19, americanos obesos sem quaisquer outros fatores de risco foram hospitalizados três vezes mais do que aqueles com peso corporal adequado. Quando combinada com outras condições de saúde relacionadas à dieta, como doenças cardiovasculares e diabetes, a obesidade aumentou o risco de hospitalização em seis vezes, e o risco de morte em doze vezes.

Houve inicial especulação de que as vacinas contra COVID-19 não funcionariam bem para pessoas com obesidade. Porém as três autorizadas pelo Food and Drug Administration (FDA) provaram funcionar igualmente bem independente do peso.

 

A tecnologia da saúde em evidência

Este foi um ano em que a telemedicina e a tecnologia em saúde deram saltos incríveis à frente. Investidores injetaram 24 bilhões de dólares em empresas de tecnologia da saúde em 2021. A telemedicina ascendeu de forma explosiva com o surgimento da pandemia e, em 2021, consolidou esses ganhos e continuou a crescer.

No tratamento da obesidade, apesar dos percalços da pandemia em manter uma rotina ativa de exercícios físicos e uma alimentação saudável, a telemedicina alcançou também seu espaço, se firmando como grande aliado ao facilitar o vínculo entre paciente e as equipes assistentes (médica, nutricional, etc.).

Falamos em um post anterior sobre Telemedicina na carona da COVID-19. Confira aqui.

saúde

O desaparecimento do “diet”

Não se assuste! Há uma tendência da busca por padrões alimentares mais saudáveis, anterior a 2021. O que mudou é que essa busca pelo saudável não está necessariamente aliada a dietas rígidas objetivando a perda de peso, e muito menos a palavra “diet”: um dos sinais mais claro de que o conceito das dietas está mudando vem dos profissionais de marketing.

As bebidas “diet” estão desaparecendo do mercado, tendo seu lugar tomado pelas “sugar free” nas prateleiras. O termo “diet” parece ter saído de moda, especialmente para Millennials e para a geração Z.

 

“O Body Positive” parece ter vindo para ficar

Muito se falou sobre “Body Positive” em 2021. Surgido em 1967, o “Body Positive” é um movimento que preza pela aceitação do corpo, sem a necessidade de se enquadrar num padrão. O lance é “amar o shape do jeitinho que ele é”.

saúde

Ao mesmo tempo em que o movimento auxilia na luta contra a gordofobia, há um limiar muito tênue entre falar de perda de peso visando melhora da saúde e a modificação corporal puramente estética. Há quem diga que ainda não estamos preparados para esta conversa, mas independente da causa, estamos felizes em ver uma paixão sustentada para interromper o preconceito sobre o peso e forma corporal.

Grandes progressos no tratamento da obesidade

Este foi um ano de grandes avanços para o tratamento da obesidade. Os análogos de GLP-1, como a Semaglutida, somaram muito como opção de medicamentos disponíveis. Não suficiente, em dezembro de 2021 foi aprovado pela ANVISA para uso no Brasil a combinação de Bupropiona com Naltrexona, sendo esta associação eficaz e segura sobretudo para redução da fome e no controle do chamado “apetite hedônico”, o comer por prazer e recompensa.

 

Uma “pandemia” também na carência de saúde mental

A pandemia COVID-19 acompanhou também uma crise de saúde mental: o coronavírus causou danos a muitas pessoas que nem mesmo foram infectadas.  Síndromes pós-COVID de ansiedade e depressão não tem sido incomuns.

Ainda, surgiu o conceito de “Brain Fog”, utilizado para caracterizar o estado de confusão, esquecimento, falta de foco ou pouca clareza mental, como numa espécie de “névoa” sobre o pensamento, raciocínio e memória. Como a relação entre saúde mental e obesidade é robusta, houve um aumento desta também durante a pandemia. Apesar disso, também cresceu no período a preocupação com a manutenção de uma boa saúde mental.

 

Nós podemos odiar o açúcar… mas devíamos odiar os “ultraprocessados” também

Durante a pandemia, houve um crescimento explosivo em uma ampla classe de produtos alimentícios que não são meramente processados ​​no sentido convencional – aqueles produzidos visando prolongar a vida útil – mas também são frequentemente modificados para maximizar o sabor, apelo visual, textura, odor e a velocidade com que são digeridos.

Esses alimentos são feitos pela desconstrução dos alimentos naturais em seus constituintes químicos, modificando-os e recombinando-os em novas formas. Alterações tão radicais renderam aos já conhecidos “processados” o prefixo “ultra”.  Toda essa “máscara” sobre o alimento estimula seu consumo, contribuindo fortemente para a obesidade. Não adianta a “coquinha” diet se for acompanhando um “belo” cheese-burger ultraprocessado, não é?

 

_____________________________________________________________________

Referências:

*Do texto original, foram retirados comentários de cunho pessoal dos autores, bem como trechos políticos que fugiam do foco em medicina.

  1. The Ten Biggest Stories of 2021 in Obesity and Health. 2021.
  2. Sherman, M. M., Ungureanu, S., & Rey, J. A. (2016). Naltrexone/Bupropion ER (Contrave): Newly Approved Treatment Option for Chronic Weight Management in Obese Adults. P & T : a peer-reviewed journal for formulary management41(3), 164–172.
  3. Americans Are Addicted to ‘Ultra-Processed’ Foods, and It’s Killing Us. 2021.

 

Google search engine

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui