INTRODUÇÃO
O filme “Quase Deuses (Something the Lord Made)”, lançado em 2004, é baseado em fatos reais e relata a história de Vivien Thomas (Mos Def), um jovem carpinteiro negro que se formou apenas na educação básica. O filme foi produzido por Mike Drake e Julian Krainin, contando em seu elenco com os atores Alan Rickman e Mos Def.
A história do filme acontece na capital do estado americano do Tennessee, Nashville, nos anos 30, e mostra a trajetória de vida de Vivien que passa de zelador para diretor do laboratório de cirurgia da Universidade John Hopkins.
O FILME
A história de “Quase Deuses” começa no anos 30, quando Vivien Thomas é demitido de seu emprego na construção civil e é aceito no trabalho de faxineiro do laboratório de pesquisas cirúrgicas do Dr. Alfred Blalock (Alan Rickman). O Doutor pesquisador, aos poucos, percebe que Vivien possui muito talento para a pesquisa científica e o promove a assistente de laboratório.
Ao longo do tempo como assistente, o protagonista começa a estudar os livros do laboratório, o que desperta sua curiosidade sobre o sistema cardiovascular, e a auxiliar na intervenções cirúrgicas experimentais em cachorros.
Durante seu trabalho no John Hopkins, O Dr. Blalock recebe um desafio da médica Helen Taussig (Mary Stuart Masterson): conseguir solucionar cirurgicamente a tetralogia de Fallot (conhecida como síndrome do bebê azul) e que consiste em 4 defeitos cardíacos encontrados simultaneamente: estenose pulmonar, comunicação interventricular, sobreposição da aorta e hipertrofia do ventrículo direito.
Após tentativas falhas em cachorros, Vivien tem um sonho no qual lhe ocorre a ideia de como corrigir tais falhas cardíacas no experimento animal, o que acaba sendo de suma importância para o desenvolvimento da técnica de correção da tetralogia de Fallot em humanos. O protogonista e ajudante também desenvolveu alguns dos instrumentos cirúrgicos que deveriam ser utilizados durante o procedimento.
O Dr. Blalock então marca a primeira cirurgia para correção da síndrome em humanos e conta com a presença de Vivien como seu auxiliar. O pós-cirúrgico imediato corre bem e vemos a cor de pele do bebê passar de azulada para rosada. Mesmo com importante participação, Vivien não recebe nenhum reconhecimento imediato pelo feito, o que é corrigido ao final de sua vida pela instituição, ganhando uma pintura própria em quadro no Hall do John Hopkins.
**Nota: A primeira cirurgia foi realizada em 29/11/1944 em uma menina de 15 meses de idade e com quadro de hipóxia (oxigenação insuficiente dos tecidos). O pós-operatório foi difícil e a criança foi a óbito após 6 meses. A segunda operação só foi realizada no dia 3/2/1945, em uma menina de 11 anos de idade, com boa evolução. No Johns Hopkins, até 1949, mais de 1000 cirurgias para correção da Tetralogia de Fallot já haviam sido realizadas.
ANÁLISE
“Quase Deuses” é um filme que aborda questões de preconceito racial evidenciados pela dificuldade de inclusão de um jovem negro dentro de um projeto médico de grande importância. Além disso, mostra como a percepção e captação de valores e talentos que estão ao nosso redor não pode se limitar, exclusivamente, no fato de se possuir algum diploma acadêmico. Todos são capazes de cooperar.
A característica em comum mais marcante entre o médico e seu colaborador é o sentimento e consciência da importância das tarefas por eles desenvolvidas no âmbito assistencial, muito além do mérito e reconhecimento profissional que elas trazem.
MOTIVOS PARA ASSISTIR
Para profissionais e estudantes da área da saúde “Quase Deuses” é um filme que demonstra a importância do trabalho árduo e insistente em busca de soluções que muitas vezes parecem inalcançáveis. E mais, a história aponta como o trabalho entre uma equipe em sintonia com objetivos comuns pode gerar bons e duradouros frutos.
ONDE ENCONTRAR?
O filme “Quase Deuses” pode ser encontrado na HBO Max e YouTube.
FICHA TÉCNICA
Direção: Joseph Sargent
Produção: Mike Drake e Julian Krainin
Coprodução: Irving Sorkin
Roteiro: Peter Silverman e Robert Caswell
Elenco: Alan Rickman, Mos Def
Gênero: Filme biográfico
Música: Christopher Young
Direção de fotografia: Donald M. Morgan
Direção de arte: Halina Gebarowicz
Figurino: Karyn Wagner
Edição: Michael Brown
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