A Eritropoetina (EPO) é um hormônio produzido pelos rins que estimula a produção de hemácias em resposta à hipóxia nos tecidos.
O exame que mensura a concentração deste hormônio na corrente sanguínea não é utilizado de forma rotineira. Sua avaliação é útil para em anemias nefrogênicas e policitemias, bem como no acompanhamento de nefropatas, na avaliação de candidatos ao uso de eritropoetina exógena e na investigação de doping.
Entendendo o exame que avalia eritropoetina sanguínea
A Eritropoetina (EPO) é um hormônio produzida pelos rins em resposta à hipóxia (diminuição do oxigênio) nos tecidos. Esse hormônio acaba estimulando a medula óssea vermelha a produzir hemácias, com o objetivo de carrear mais oxigênio para os tecidos.
Tal mecanismo de feedback é bastante sensível a mudanças mínimas nos níveis de oxigênio. Fisiologicamente, os níveis de eritropoetina são, portanto, inversamente proporcionais à concentração sérica de hemoglobina.
Em situações em que a hemoglobina está baixa, seja na falha de produção (p. ex. anemia ferropriva, megaloblástica) ou aumento da destruição de hemácias (anemia hemolítica) vai existir o aumento da liberação de eritropoetina para buscar compensar o estado. Esse aumento também pode ser observado em resposta à hipoxemia crônica, que é uma situação encontrada na policitemia secundária.
Por outro lado, pacientes com comprometimento renal vão ter níveis baixos deste hormônio (lembre-se a eritropoetina é produzida nos rins), o que acaba cursando com um quadro de anemia. No entanto, os níveis também podem estar baixos em situação de Policitemia Vera (primária): uma neoplasia de precursores mieloides, que cursa com a produção de hemácias independentemente do estímulo da eritropoetina.
Quando solicitar o exame?
Como citamos, a dosagem de eritropoetina é útil na investigação de anemias de causas indeterminadas, na diferenciação de Policitemia vera de policitemia secundária, e na avaliação de anemias nefrogênicas.
Importante ressaltar que eritropoetina exógena pode ser administrada em pacientes com anemia, principalmente decorrente de doenças renais, e pode ser avaliada em candidatos à esta terapêutica. Contudo, acaba também sendo um método de doping para esportistas, por aumentar a capacidade de oxigenação tecidual ao aumentar o número de hemácias.
Quais os valores de referência?
Em adultos, valores normais estão entre 4,3 e 29 um/mL. Em recém-nascidos até 2 meses, entre 5 e 13 um/mL. Em crianças e adolescentes até 16 anos, entre 9 e 28 um/mL.
Lembrando que os valores de referência podem ter pequenas variações de acordo com o laboratório.
Quais as interferências que podemos encontrar no exame?
Na gravidez os níveis de eritropoetina tendem a ser mais elevados, assim como em uso de alguns medicamentos, como esteroides anabolizantes, andrógenos, contraceptivos orais, zidovudina, fenoterol, adrenalina.
Por outro lado, transfusões sanguíneas reduzem os níveis hormonais, assim como o uso de enalapril, acetazolamida, anfotericina B, cisplatina, furosemida e teofilina.
Por fim, é importante lembrar que podem existir autoanticorpos contra o hormônio, comprometendo o resultado do exame.
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Referências:
Pagana, KD; Pagana TJ. Mosby’s Manual of Diagnostic and Laboratory Tests. 6 ed. – Elsiever – 2017.
Caquet, René. 250 exames de laboratório: prescrição e interpretação / René Caquet; tradução de Laís mEDEIROS, Bruna Steffens e Janyne Martini – 12. Ed. – Rio de Janeiro – RJ: Thieme Publicações, 2017