

COVID-19: aumento do número de casos e de óbitos
Segundo o Painel do Conselho Nacional de Secretaria da Saúde (CONASS), até o dia 27 de novembro, mais de 35.100 casos de COVID-19 já foram confirmados no Brasil. Embora as campanhas de vacinação tenham se mostrado efetivas, o mês de novembro tem sido marcado por um aumento do número de casos e de óbitos pela doença.
Apenas na semana entre 20 e 26 de novembro, mais de 140 mil novos casos foram notificados em todo o país. O aumento do número de óbitos também acompanha a tendência, com cerca de 100 notificações em apenas um dia.
No último dia 25, o Rio de Janeiro registrou 11.381 novos casos e 31 óbitos. São Paulo também segue com altas taxas de notificação – em 10 de novembro, foram relatados mais de 7 mil casos novos.


Flexibilização de medidas restritivas permite nova variante: BQ.1
Com o aumento da cobertura vacinal, foi possível a flexibilizar medidas restritivas, como uso de máscara e distanciamento social. Ainda, eventos recentes como as eleições facilitaram o contato entre as pessoas.
Esses fatores comportamentais resultam no aumento da circulação de SARS-CoV-2, além do surgimento de variantes virais. E essas variantes são associadas as ondas de COVID-19 vistas ao longo da pandemia.
A Ômicron causou o aumento do número de casos em janeiro desse ano. Logo em seguida, BA.2 e BA.5 (subvariantes da Ômicron), resultando em outro pico de casos no fim de maio.
No final de outubro, a variante BQ.1 foi identificada, como uma subvariante da BA.5. Com a sua identificação, já era esperado que em meados de novembro houvesse uma nova onda de COVID-19.
Ainda não há evidências de maior risco dessa variante em comparação às outras, mas as informações são recentes. De fato, há uma vantagem viral e um escape do sistema imune, o que reduz a proteção da vacina, mas ainda não se sabe quanto a piora da gravidade dos sintomas.
Em 11 de novembro, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) emitiu um alerta sobre o aumento do número de casos de COVID-19, sugerindo novas medidas de enfrentamento.
Em uma nota anterior, no início de outubro, a SBI havia se pronunciado quanto a distribuição e uso de medicamentos aprovados para o tratamento da COVID-19 (como molnupiravir). No novo comunicado, o Comitê reforça que tais medicamentos devem estar prontamente disponíveis no setor público e privado.
Ainda, é necessário, de forma urgente, o aumento das taxas de vacinação e implementação das doses de reforço – que seguem em níveis insatisfatórios. Embora a aplicação da primeira dose da vacina tenha sido bem aceita, apenas cerca de metade da população tomou uma ou mais doses de reforço desde o início da campanha.
Além disso, a SBI recomenda adotar novamente medidas de prevenção de barreira, como uso de máscaras e distanciamento social. Em especial, evitar o risco de exposição à população mais vulnerável, como idosos e imunossuprimidos.
Com essas medidas, espera-se uma redução de número de casos, dos impactos causados pela infecção por SARS-CoV-2, além de evitar a superlotação dos serviços de saúde por casos graves da doença.
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Referências:
Nota Técnica da Sociedade Brasileira de Infectologia. Alerta para aumento do número de casos covid-19 e medidas necessárias para o enfrentamento atual. São Paulo, 11 de novembro de 2022.
Nota Técnica da Sociedade Brasileira de Infectologia. Incorporação, Indicação e Distribuição de Medicações para a Covid-19 no SUS. São Paulo, 05 de outubro de 2022.
Coronavírus Brasil. Painel de casos de doença pelo coronavírus 2019 (COVID-19) no Brasil pelo Ministério da Saúde. Acessado em 28 de novembro de 2022. Dados atualizados até 25/11/2022. https://covid.saude.gov.br/