Em dezembro do ano passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou uma nova diretriz que permite o uso de leite de vaca para bebês entre 6 a 11 meses que não tomam leite materno. O novo documento, chamado de “Guia para alimentação complementar de bebês e crianças de 6 a 23 meses de idade”, substitui as recomendações anteriores, de 2003.
Alimentação complementar durante a amamentação
Alimentação complementar é o processo de fornecimento de alimentos quando leite materno ou fórmula láctea isoladamente não são mais adequados para atender às necessidades nutricionais. Geralmente começa aos 6 meses e continua até 23 meses, embora a amamentação no seio materno possa continuar além deste período.
As consequências da desnutrição nesse período podem ser catastróficas para a longevidade dessa criança, pois incluem crescimento prejudicado, atraso no desenvolvimento motor, cognitivo e socioemocional. Mais tarde, pode levar ao aumento do risco de doenças não transmissíveis doenças (DNT).
Guia para alimentação complementar de bebês e crianças de 6 a 23 meses de idade
Sobre as fórmulas artificiais lácteas, que substituem o leite materno, todo mundo já conhecia. Mas, em dezembro do ano passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou uma nova diretriz que libera o uso de leite de vaca para bebês de 6 a 11 meses que não tomam leite materno.
“Para bebês de 6 a 11 meses que recebem leites diferentes do leite materno, pode-se oferecer fórmula infantil ou leite de origem animal”, cita o órgão.
A recomendação consta na publicação intitulada “Guia para alimentação complementar de bebês e crianças de 6 a 23 meses de idade” e não difere muito do que o Ministério da Saúde já dizia em 2019, no seu “Guia alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos”:
“O leite de vaca podem ser utilizados como ingredientes em receitas feitas em casa, desde os 6 meses de idade”, descreveu o Ministério da Saúde.
Os tipos de leites de origem animal que podem ser utilizados incluem leite animal pasteurizado, leite reconstituído evaporado (mas não condensado), iogurte natural ou leite fermentado. Porém, é importante ressaltar para os responsáveis do paciente que se a criança ainda toma leite materno, não é necessário substituir por leite de vaca ou fórmula.
Por fim, ressalta-se a importância de analisar em consultas de puerpério e puericultura acerca da amamentação (pega correta, queixas mamárias, etc) e sempre frisar que antes dos seis meses, a OMS contraindica qualquer outro alimento para os bebês além de leite materno.
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Referências
WHO Guideline for complementary feeding of infants and young children 6–23 months of age. Geneva: World Health Organization; 2023. https://www.who.int/publications/i/item/9789240081864
“OMS libera leite de vaca para bebês de 6 a 11 meses que não mamam”: 12/12/2023 às 19:04, disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/saude/oms-libera-leite-de-vaca-para-bebes-de-6-a-11-meses-que-nao-mamam/. Acesso em 25/03/2024
BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. GUIA ALIMENTAR PARA CRIANÇAS BRASILEIRAS MENORES DE 2 ANOS. Brasília – DF. 2019.
BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. SAÚDE DA CRIANÇA: Nutrição infantil. Aleitamento materno e alimentação complementar. Brasília – DF. 2009.