Como prescrever Mirtazapina para pacientes com transtorno depressivo maior

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O transtorno depressivo é umas das condições mais comuns existentes atualmente, com prevalência na população mundial em torno de 10%. Uma das opções de tratamento disponíveis é a mirtazapina, um antidepressivo atípico da classe dos tetracíclicos.

Veja mais sobre como prescrever o medicamento, orientar os pacientes e monitorar o tratamento.

Uso de antidepressivos é uma opção no tratamento do transtorno depressivo maior

A depressão é um transtorno de humor no qual o paciente apresenta episódios recorrentes de tristeza, lentificação de pensamento, podendo apresentar em últimos casos pensamentos suicidas e alterações físicas como dores pelo corpo.

Associado aos sintomas depressivos, o paciente acometido por essa enfermidade pode apresentar ansiedade, angústia e diminuição de suas atividades psíquicas globais.

A base do tratamento é a psicoterapia, podendo ser associada ao uso de antidepressivos. Ainda, estimular prática de exercício físico é de extrema importância para a melhora do quadro, assim como um hábito dietético saudável rico em frutas e vegetais

Apesar das diferentes classes disponíveis, a eficácia dos antidepressivos é semelhante no tratamento da depressão, e a escolha baseia-se nos efeitos adversos, resposta individual e na tolerabilidade do paciente.

Aqui, trouxemos uma revisão sobre a Mirtazapina, um antidepressivo atípico, e como este pode ser usado no tratamento do transtorno depressivo maior.

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Mirtazapina para pacientes com transtorno depressivo maior: posologia e modo de usar

A mirtazapina (referência Remeron soltab®, similares: Menelat®, Razapina®, Razapina ODT®) é um antidepressivo  tetracíclico. Atua como antagonista de receptores a2 (pré-sinápticos) no sistema nervoso central, que age aumentando a transmissão noradrenérgica. Ainda, modula a função central da serotonina por interação com os receptores 5-HT2 e 5-HT3 – dessa forma, aumenta a atividade de neurotransmissores no Sistema Nervoso Central (SNC).

A droga pode ser encontrada em comprimidos revestidos ou orodispersíveis, de 15 mg a 45 mg.

A posologia recomendada é de 15-30 mg inicial, uma vez ao dia. Se necessário aumentar a dose para até 45 mg no mesmo horário.

Sugere-se administração ao deitar-se, visto que há risco de sonolência e amnésia retrógrada. Também orientar o paciente para não operar máquinas. Há relatos de pacientes que realizam atividades perigosas enquanto dormem, como cozinhar e dirigir.

O início de ação é observado em até 2 semanas. Lembrar que ao descontinuar, é necessário realizar de forma gradual. A interrupção do tratamento de forma abrupta oferece riscos de abstinência.

Não é necessário ajuste de dose em condições clínicas especiais, porém se deve usar com cautela em nefropatas e hepatopatas. Em idosos, a dose recomendada é a mesma, mas o aumento deve ser realizado sob cuidadosa supervisão a fim de obter uma resposta satisfatória e segura. Em crianças, o uso é contraindicado.

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Monitorizações e precauções sugeridas durante o tratamento

Monitorar sinais de agranulocitose ou neutropenia grave sempre que julgar necessário durante o tratamento. Em caso de uso combinado com varfarina, monitorar INR, pois há risco de aumento.

Monitorar função hepática e renal. Avaliar com cautela o estado de alerta mental e o sinais/sintomas de síndrome de serotonina. Ainda, alguns cuidados como aumento de peso, sintomas gastrointestinais, risco de epilepsia e síndrome cerebral orgânica devem ser considerados. Descontinuar o uso em caso de icterícia, sintomas de mania, sinais de depressão da medula óssea (febre, dor de garganta, estomatite, sinais de infecção) e convulsões.

Em diabéticos, monitorar glicemia. Ajuste de dose dos hipoglicemiantes pode ser necessária.

Pode causar acatisia / agitação psicomotora. Monitorar, pois o aumento de dose para estes pacientes pode ser prejudicial.

Em uso prolongado, é recomendado um monitoramento oftálmico. Pode causar efeitos colinérgicos e aumentar o risco de glaucoma de ângulo fechado em pacientes suscetíveis. Também considerar monitoramento cardiovascular, pelo aumento do risco de prolongamento do intervalo QT e arritmias ventriculares. Cautela em pacientes suscetíveis.

E lembre-se: sempre monitorar piora dos sintomas clínicos, tendências suicidas e mudanças incomuns de comportamento. Cautela maior no início do tratamento ou em ajustes de dose.

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Referências:

REMERON SOLTAB® (mirtazapina). Organon Farmacêutica Ltda. 2022.

UpToDate®. Mirtazapine: Drug information. 2022

Jilani TN, Gibbons JR, Faizy RM, Saadabadi A. Mirtazapine. 2022 Sep 7. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2023 Jan–. PMID: 30085601.

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