Escore de Centor modificado estima a probabilidade de Faringite Estreptocócica: saiba como usar

faringoamidalite faringite Arcanobacterium haemolyticum

Escore de Centor Modificado por McIsacc

O escore de Centor modificado por Mclsaac é um índice desenvolvido para estimar a probabilidade de faringite por Streptococcus do grupo A, a fim de direcionar a conduta clínica e evitar antibioticoterapia desnecessária.

O escore de Centor é uma ferramente de fácil aplicação, e possui alta sensibilidade e especificidade. Seu uso foi validado por diversos grupos de pesquisa, e pode ser utilizado em adultos e em crianças. No entanto, é importante destacar que o uso dos critérios de Centor não foram validados em menores de 3 anos.

criterios de jones febre reumatica

O escore de Centor modificado é composto por 5 critérios para a sua utilização. Veja:

  1. Qual a idade do paciente?
    1. 3-14 anos: somar 1 ponto.
    2. 15-44 anos: nenhum ponto
    3. Mais de 45 anos: reduzir 1 ponto
  2. Há presença de exsudato ou edema tonsilar?
    1. Sim: somar 1 ponto.
    2. Não: reduzir 1 ponto.
  3. O paciente apresenta linfonodomegalia cervical anterior dolorosa?
    1. Sim: somar 1 ponto.
    2. Não: reduzir 1 ponto.
  4. O paciente apresenta tosse?
    1. Sim: somar 1 ponto.
    2. Não: reduzir 1 ponto.
  5. O paciente apresenta febre (> 38ºC)?
    1. Sim: somar 1 ponto.
    2. Não: reduzir 1 ponto.

escore de centor modificado

Como interpretar o Escore de Centor? Qual a conduta baseada na pontuação?

Após a soma dos pontos dos Critérios de Centor, a interpretação se dá da seguinte maneira, bem como a conduta para cada caso.

Pontuação = 0: a probabilidade de infecção estreptocócica é de 1-2,5%. Não prescrever antibióticos.

Pontuação = 1: a probabilidade de infecção estreptocócica é de 5-10%. Pode ser necessário realizar testes para identificação do microrganismo causador.

Pontuação = 2: a probabilidade de infecção estreptocócica é de 11-17%. Sugere-se fortemente realizar testes para identificação do microrganismo causador.

Pontuação = 3: a probabilidade de infecção estreptocócica é de 28-35%. Se julgar necessário, realizar teste para identificação do microrganismo. Iniciar terapia empírica até que os resultados sejam liberados.

Pontuação ≥4: a probabilidade de infecção estreptocócica é de 51-53%. Iniciar o tratamento.

Mas na prática clínica, é isso mesmo que acontece?

Uma vez que mais de 95% dos casos de amigdalite aguda são por Streptococcus, em geral, inicia-se terapia empírica sempre que há suspeita.

Não é o ideal, visto que em casos virais o tratamento sintomático resolveria, mas o tratamento precoce (caso, de fato, estejamos falando de uma infecção bacteriana) acelera a recuperação clínica, reduz a transmissão, previne febre reumática e previne formação de abscessos.

escore de centor

Saiba mais sobre este e outros critérios com WeMEDS®

No estudo de origem, em 1981, Centor e colaboradores avaliaram 4 critérios: (1) exsudato tonsilar, (2) nódulos cervicais anteriores inchados e sensíveis, (3) ausência de tosse e (4) história de febre, a fim de diagnosticar infecção por Streptococcus do grupo A em adultos.

Posteriormente, esse escore foi modificado por McIsaac em 1998, e validado em 2004 pelo mesmo grupo, incluindo crianças. Diversos outros grupos validaram o uso do escore modificado, resultando em 100% de sensibilidade e < 90% de especificidade.

Quer saber mais? Acesse o conteúdo completo no nosso app WeMEDS®. Disponível na versão web ou para download para iOS ou Android.

Referências:

Centor RM, Witherspoon JM, Dalton HP, Brody CE, Link K. The diagnosis of strep throat in adults in the emergency room. Med Decis Making. 1981;1(3):239-46. doi: 10.1177/0272989X8100100304. PMID: 6763125.

McIsaac WJ, White D, Tannenbaum D, Low DE. A clinical score to reduce unnecessary antibiotic use in patients with sore throat. CMAJ. 1998 Jan 13;158(1):75-83. PMID: 9475915; PMCID: PMC1228750.

McIsaac WJ, Kellner JD, Aufricht P, Vanjaka A, Low DE. Empirical Validation of Guidelines for the Management of Pharyngitis in Children and Adults. JAMA.2004;291(13):1587-1595. doi:10.1001/jama.291.13.1587.

Fine AM, Nizet V, Mandl KD. Large-Scale Validation of the Centor and McIsaac Scores to Predict Group A Streptococcal Pharyngitis. Archives of internal medicine 2012;172(11):847-852. doi:10.1001/archinternmed.2012.950.

 

Google search engine

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui