Essa semana, uma nova variante do coronavírus foi identificada no Brasil. A chamada XEC é uma sublinhagem da Ômicron, e já foi relatada em Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro. Essa variante é fruto de uma recombinação entre duas outras linhagens (KS.1.1 e KP.3.3), apresentando mutações que podem favorecer sua disseminação.
A XEC é considerada variante de monitoramento pela OMS
A variante XEC do coronavírus, uma nova sublinhagem da Ômicron, foi identificada recentemente no Brasil nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. A detecção ocorreu entre agosto e setembro, com os primeiros casos registrados na capital fluminense.
Os sintomas da variante do coronavírus são semelhantes aos das linhagens anteriores da Ômicron (febre, dor de garganta, tosse, dores no corpo, perda de olfato e de apetite), e até o momento, não há indicações de casos graves em pacientes com a nova variante.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a XEC como “variante de monitoramento” – variantes não tão prevalentes, mas que podem representar riscos emergentes. Dessa forma, o impacto da XEC ainda está sendo monitorado, e ela convive com o predomínio da linhagem JN.1, que circula amplamente no Brasil desde 2023.
Especialistas como a virologista Paola Resende, da Fiocruz, explicam que, embora a XEC possa ter maior transmissibilidade, a reação da população brasileira pode ser diferente devido à imunidade adquirida anteriormente. Além disso, não foi observada uma alta significativa nos casos de COVID-19 no Rio de Janeiro, apesar de haver um leve aumento em testes positivos durante o período de vigilância intensiva.
Desde o surgimento do SARS-CoV-2, diversas variantes foram identificadas, principalmente devido à evolução do vírus para se adaptar ao ambiente e escapar de respostas imunes.
A variante XEC do coronavírus é uma nova cepa que tem atraído atenção de especialistas devido à sua rápida disseminação, especialmente na Europa. Essa variante é classificada como recombinante, ou seja, resulta da combinação de duas variantes relacionadas da linhagem JN.1, especificamente KP.3.3 e KS.1.1. Como outras variantes emergentes, esta nova variante pertence à família Ômicron.
Embora ainda não tenha se tornado dominante globalmente, há preocupações de que a XEC possa ganhar essa posição nos próximos meses devido à sua vantagem de crescimento sobre outras variantes em circulação. Alguns casos já foram detectados nos Estados Unidos, mas as autoridades de saúde, como o CDC, ainda estão monitorando de perto a evolução da sua disseminação.
As vacinas contra COVID-19 protegem contra a nova variante?
A boa notícia é que as vacinas atuais parecem oferecer alguma proteção contra a XEC.
Mesmo que a correspondência entre o vírus e os antígenos das vacinas não seja perfeita, especialistas acreditam que elas podem reduzir significativamente o risco de formas graves da doença, especialmente quando combinadas com imunidade prévia por infecção ou vacinação.
O SARS-CoV-2 continua evoluindo, e novas variantes podem emergir conforme a imunidade populacional e a pressão seletiva (vacinas e imunidade prévia) mudam. Por isso, vigilância e sequenciamento genético são essenciais para monitorar possíveis riscos à saúde pública.
A recomendação das autoridades de saúde é manter a vacinação em dia, especialmente com as doses de reforço atualizadas, para reduzir o risco de formas graves da doença e hospitalizações.
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Referências:
New COVID Variant XEC Is Spreading in Europe. Here’s What You Need to Know. By Fran Kritz | Published on September 25, 2024.
The New XEC COVID Variant: 5 Things to Know. By Rachel Nania, AARP. Published September 18, 2024.
Bethânia Nunes. Covid: saiba sintomas da XEC, nova variante registrada no Brasil. Disponível em: https://www.metropoles.com/saude/covid-sintomas-xec-nova-variante-brasil. Acessado em 14/10/2024.
Maíra Menezes (IOC/Fiocruz). Fiocruz atua na detecção de nova variante do vírus Sars-CoV-2 no Brasil.