Mpox continua uma emergência de saúde internacional, segundo OMS

Mpox continua uma emergência de saúde internacional, segundo OMS

Nessa semana, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a Mpox continua atendendo aos critérios de emergência de saúde pública de interesse internacional.

Segundo o Diretor-Geral da OMS, o aumento de casos de Mpox e a disseminação geográfica da doença, somados a violência no leste da República Democrática do Congo, dificultam a resposta às medidas de enfrentamento ao surto da doença. O relatório completo da reunião deve ser emitido na próxima semana.

Revise os principais pontos sobre Mpox, uma doença considerada emergência de saúde pública de interesse internacional desde agosto de 2024.

A Mpox é uma zoonose causada pelo vírus MPXV

A Mpox é uma doença infectocontagiosa zoonótica causada pelo ortopoxvírus monkeypox (MPXV), que resulta em um erupção cutânea semelhante à varíola.

O nome “Monkeypox” (“Varíola dos Macacos”) decorre do fato do vírus ter sido isolado pela primeira vez – na Dinamarca, em 1958 – em uma colônia de macacos. No entanto, a maioria dos animais suscetíveis são roedores, além de poder acometer o próprio ser humano.

Existem duas cepas genéticas distintas do vírus:

  • Clado da África Central (clado 1): causador da doença mais grave, mais transmissível – responsável pela doença na bacia do Congo.
  • Clado da África Ocidental (claro 2): menos virulento.

Pode ainda existir uma terceira cepa, que foi identificada no surto de 2022 – em decorrência de novas mutações.

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Geralmente a infecção causa uma sintomas sistêmicos – incluindo mialgia, calafrios, febre e erupção cutânea

A transmissão pode ocorrer de animal para humano e de humano para humano, sendo que a transmissão em moradores da mesma casa é próxima de 9%. O vírus entra no paciente através da mucosa oral, mucosa respiratória ou mais raramente por meio de pequenas lesões na pele.

Uma vez dentro do organismo, infecta os macrófagos, chegando até os linfonodos, onde se replica intensamente. Na sequência, o vírus se espalha pela corrente sanguínea, acometendo órgãos como fígado e baço, locais onde pode continuar se replicando.

Nesse momento, temos o período prodrômico, que dura até 5 dias – caracterizado por cefaleia intensa, febre, náusea, mialgia, linfadenopatia (localizada ou generalizada), lombalgia e importante fadiga.

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Por fim, o vírus infecta células cutâneas, onde leva a formação de um processo inflamatório local, com pápulas, vesículas e pústulas. O número de lesões varia de algumas a milhares.

Tende a ser mais comum no rosto (95%), embora se desenvolva também nas palmas das mãos e solas de pés (75%); outros locais incluem membrana conjuntiva (20%), ânus (30%), mucosa oral (70%) e genitálias (30%).

Essa lesões são riquíssimas em conteúdo viral – o que permite que seja transmitido para outros seres vivos, perpetuando assim o seu ciclo.

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Linha do tempo e a atual epidemia de Mpox

Como citamos, o vírus foi isolado pela primeira vez na Dinamarca, em 1958, de uma colônia de macacos de laboratório de Cingapura, usados para pesquisa do vírus da poliomielite. O primeiro caso humano foi identificado em uma criança na República Democrática do Congo em 1970.

Desde a descontinuação da vacinação contra a varíola (no Brasil por exemplo foi descontinuada em 1973 pela erradicação), que também protege contra a Monkeypox, a maioria dos casos ocorreu na África Central e Ocidental.

Em 2003 ocorreu um surto de 71 casos nos Estados Unidos em seis estados (Illinois, Indiana, Kansas, Missouri, Ohio e Wisconsin) – devido ao contato de humanos com cães-da-pradaria domesticados (um roedor) que tiveram contato com roedores africanos em um centro de distribuição em Illinois.

Em 2022, a OMS informou que a “varíola dos macacos” era endêmica em vários países africanos, incluindo Benin, Camarões, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Gabão, Gana (identificada apenas em animais), Costa do Marfim, Libéria, Nigéria, República do Congo, Serra Leoa e Sudão do Sul.

Em 2022 ocorreu um surto global. Porém, deve-se ressaltar novamente que não é uma doença nova, ocorrendo desde 1970 em humanos, principalmente no continente Africano.

Em 2024, uma nova variante foi confirmada (clado 1b) na República Democrática do Congo. No entanto, nenhum caso com a nova variante foi identificado no Brasil.

Em 14 de agosto 2024, o Diretor Geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou que, devido ao aumento do número de casos e da nova variante identificada, a Mpox constitui uma emergência de saúde pública de interesse internacional.

Mpox continua uma emergência de saúde internacional, segundo OMS

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Como tratar um paciente com Mpox?

Variante 1b e o aumento do número de casos de Mpox.

LC16m8: nova vacina contra Mpox é aprovada para uso emergencial.

Miocardite aguda em paciente com Monkeypox: relato de caso.

Tecovirimat para monkeypox: como funciona e quem é elegível ao tratamento.

 

Referências:

WHO Director-General announces that mpox remains a public health emergency of international concern. News and Press Release. 27 Feb 2025

WHO – WORLD HEALTH ORGANIZATION. Mpox. https://www.who.int/health-topics/mpox

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