Escore de Framingham: cálculo do risco de eventos cardiovasculares em 10 anos

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O escore de Framingham é um índice desenvolvido para a identificação e estratificação do risco de eventos cardiovasculares em 10 anos. Veja como utilizar os critérios e pontuações e interpretar os resultados.

Escore de Framingham – critérios, pontuações e interpretação

O escore de Framingham foi desenvolvido a partir de um estudo prospectivo de centro único (Framingham Heart Study – realizado na cidade de Framingham, Massachusetts) – analisando 2.489 homens e 2.856 mulheres de 30 a 74 anos, por um período de 12 anos. Foi criado um algoritmo simples de previsão de doença coronariana em pacientes sem a doença evidente.

O médico que desenvolveu o trabalho foi o Dr. Peter W. F. Wilson, diretor de epidemiologia e medicina genômica do Atlanta VA Medical Center. Sua linha de pesquisa é voltada para questões metabólicas e cardiovasculares da população.

O principal objetivo do Escore Framingham é avaliar o risco de o paciente desenvolver um evento cardiovascular em 10 anos, como: acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico, AVC hemorrágico, acidente isquêmico transitório (AIT), doença arterial periférica, insuficiência cardíaca, morte de etiologia coronariana, infarto do miocárdio, insuficiência coronariana, angina.

O escore deve ser usado em pacientes entre 30 e 79 anos, sem histórico de doença coronariana, e são utilizados 8 critérios clínicos e fisiológicos para a determinação de sua pontuação. Veja cada um deles, assim como a pontuação atribuída para cada critério encontrado durante a avaliação do paciente:

calculadora framingham risco cardiovascular

O sexo é utilizado para determinar qual fórmula será utilizada. Em ambos os casos, é necessário utilizar o Coeficiente β, que também varia entre homens e mulheres.

calculadora de Framingham infarto

Após a atribuição da pontuação individual para cada um dos critérios, é realizado o cálculo. O escore fornece a porcentagem de risco de evento cardiovascular em 10 anos, que pode ser avaliado em uma estratificação de 3 categorias.

  1. Pontuação < 10 % – Risco baixo de evento cardiovascular em 10 anos.
  2. Pontuação 10-20% – Risco moderado de evento cardiovascular em 10 anos.
  3. Pontuação > 20 % – Risco alto de evento cardiovascular em 10 anos.

Atenção! Limitações e armadilhas

O escore de Framingham não pode ser utilizado em pacientes com histórico prévio de doença cardiovascular – eles são considerados automaticamente de alto risco. Também não pode ser usado em pacientes com claudicação intermitente ou diabetes.

Além disso, neste escore a ancestralidade não é levada em consideração no cálculo, diferente do escore ASCVD (2013). E por fim, os dados do escore são muito antigos, o que pode sugerir diferentes níveis de risco hoje.

Escala Framingham infarto

Após a determinação de risco, a conduta deve ser a seguinte:

Pacientes com escore de alto risco devem ser fortemente aconselhados à uma mudança de estilo de vida, visando minimizar os fatores que contribuem para o risco, como: tabagismo, sedentarismo, alimentação, entre outros. Recomenda-se também o tratamento da hipertensão e hipercolesterolemia.

Lembre-se: Os eventos cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo, com uma taxa de mortalidade estimada em quase 18 milhões/ano. Destes, cerca de 80% são por AVC.

Em sua maioria, podem ser prevenidos por abordagens comportamentais, como redução do consumo de álcool, tabaco, alteração da dieta e incentivo à atividade física.

escala Framingham exercicios

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Referências:

Benjamin EJ, Levy D, Vaziri SM, D’Agostino RB, Belanger AJ, Wolf PA. Independent Risk Factors for Atrial Fibrillation in a Population-Based Cohort. The Framingham Heart Study. JAMA. 1994;271(11):840–844. doi:10.1001/jama.1994.03510350050036

Wilson PW, D’Agostino RB, Levy D, Belanger AM, Silbershatz H, Kannel WB. Prediction of coronary heart disease using risk factor categories. Circulation. 1998 May 12;97(18):1837-47. doi: 10.1161/01.cir.97.18.1837. PMID: 9603539.

Sytkowski PA, Kannel WB, D’agostino RB. Changes in risk factors and the decline in mortality from cardiovascular disease. The Framingham Heart Study. N Engl J Med. 1990;322(23):1635-41.

 

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