Bexagliflozina: novo inibidor de SGLT2 aprovado pela FDA para diabetes tipo 2

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No início desse ano, a Food and Drug Administration (FDA), agência de regulação dos Estados Unidos, aprovou a utilização de um novo medicamento para o tratamento de diabetes tipo 2: a Bexagliflozina (Brenzavvy™, TheracosBio).

A droga é um inibidor de SGLT2, e os estudos indicaram uma redução nos níveis de HbA1c e glicemia de jejum em pacientes em uso após 24 semanas. Outros dessa classe incluem a dapagliflozina (Forxiga®) e a empagliflozina (Jardiance®).

Veja mais sobre a aprovação e o medicamento.

Bexagliflozina (Brenzavvy™): como funciona?

A bexagliflozina é um inibidor de SGLT2 (sodium glucose linked transporter); um transportador envolvido na reabsorção de glicose no néfron. Tendo como mecanismo de ação a inibição desse transportador, o medicamento inibe o processo de reabsorção da glicose para a corrente sanguínea, ou seja, aumenta a excreção urinária de glicose e, consequentemente, reduz seu nível no sangue.

A aprovação pela FDA ocorreu em decorrência da realização de 23 estudos clínicos que confirmaram a segurança e eficácia da droga, inclusive em pacientes com alto risco cardiovascular. Esses estudos envolveram mais de 5 mil adultos com diabetes tipo 2, incluindo mais de 300 com doença renal em estágio 3.

Após 24 semanas de tratamento, foi observada uma redução significativa nos níveis de HbA1c e de glicose em jejum. Os participantes utilizaram o medicamento via oral, em uma dose de 20 mg, 1 vez ao dia. Esses resultados foram observados em monoterapia, ou em terapia combinada com metformina ou como adição ao tratamento padrão (metformina, sulfonilureias, insulina, inibidores da DPP4, ou uma combinação de todos eles).

Além da melhora no nível glicêmico, também foi observado na fase 3 do estudo uma redução (modesta) do peso e da pressão arterial sistólica. De acordo com Mason Freeman, diretor do Translational Research Center no Massachusetts General Hospital, que acompanhou a realização do estudo, a bexagliflozina apresentou uma grande eficácia na redução dos níveis de glicose no sangue, sendo um “acréscimo importante à classe de medicamentos inibidores de SGLT2”.

diabetes tipo 2 bexagliflozina

É importante ressaltar que a bexagliflozina só pode ser utilizada por pacientes com taxa de filtração glomerular estimada (TFGe) > 30 mL/min/1,73m². Outra ressalva é que não deve ser administrada a pacientes com diabetes tipo 1, pois pode aumentar o risco de cetoacidose diabética nesses indivíduos. Além disso, o medicamento deve ser considerado em conjunto com uma dieta adequada e realização de exercícios físicos.

Alguns cuidados devem ser tomados para prescrição / uso

Cetoacidose: avaliar pacientes com sinais e sintomas de acidose metabólica, a fim de verificar se não apresentam cetoacidose (independente do nível de glicose no sangue). Antes de iniciar o tratamento, devem ser considerados os fatores de risco para essa condição.

Amputação do membro inferior: os fatores de risco devem ser considerados. Pacientes que apresentem sinais e sintomas de infecção ou úlceras nos membros inferiores devem ser monitorados, e caso essas condições ocorram o tratamento deve ser descontinuado.

Depleção de volume: pode resultar em insuficiência renal aguda. Antes de iniciar o tratamento, avaliar e corrigir o volume plasmático em pacientes com função renal prejudicada, baixa pressão arterial sistólica, idosos ou em uso de diuréticos. Os sinais e sintomas devem ser monitorados durante terapia.

Urosepse e pielonefrite: Avaliar pacientes para verificar a presença de sinais e sintomas de infecções do trato urinário e tratar prontamente, caso indicado.

Hipoglicemia: Considerar uma dose menor de insulina/secretagogos de insulina quando o tratamento for realizado em conjunto com a bexagliflozina.

Gangrena de Fournier: Considerando que já foram reportados casos graves em homens e mulheres tratados com inibidores de SGLT2, deve-se avaliar os pacientes que apresentem dor, inchaço ou manchas na área genital ou perineal, juntamente com febre ou mal-estar.

Infecção micótica genital: Foi visto como uma reação adversa relativamente comum. Monitorar e tratar apropriadamente.

 

Referências:

FDA. Brenzavvy (bexagliflozin). FULL PRESCRIBING INFORMATION. https://www.accessdata.fda.gov/drugsatfda_docs/label/2023/214373s000lbl.pdf

Associação Nacional de Atenção ao Diabetes. FDA aprova novo medicamento para diabetes tipo 2: bexagliflozina. Disponível em https://www.anad.org.br/fda-aprova-novo-medicamento-para-diabetes-tipo-2-bexagliflozina/. Acesso em abril de 2023.

Hoy SM. Bexagliflozin: First Approval. Drugs. 2023 Apr;83(5):447-453. doi: 10.1007/s40265-023-01848-x. PMID: 36867399.

 

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