Diagnóstico e Tratamento da Canelite (Síndrome do Estresse Tibial Medial)

canelite SETM

A canelite é uma síndrome dolorosa do terço médio distal da perna, decorrente da inflamação tibial, por sobrecarga mecânica de repetição. Acomete 13-20% dos atletas que praticam corrida, sendo uma das principais lesões em corredores.

Como ocorre a Síndrome do Estresse Tibial Medial?

A canelite (ou Síndrome do Estresse Tibial Medial – STEM) é uma condição que ocorre por sobrecarga óssea tibial, decorrente do uso excessivo e/ou inadequado.

A repetição de sobrecarga mecânica pode causar um desequilíbrio no metabolismo ósseo, afetando a reabsorção e a formação óssea. Dessa forma, pode haver um aumento das microlesões ósseas, sem tempo suficiente para que o organismo se recupere do trauma sofrido durante a atividade física.

A condição ocorre em maior frequência em indivíduos que praticam exercícios de impacto recorrentes, como corridas, bem como na falta de preparo para o exercício. O risco é maior em atletas que recentemente aumentaram os programas de treinamento, ou que não se aqueceram adequadamente antes do exercício.

Além disso, o uso de calçados inadequados (com absorção limitada de impacto) ou alterações biomecânicas, bem como alterações metabólicas como obesidade, deficiência de vitamina D e osteoporose, podem precipitar a canelite.

canelite

Como identificar um paciente com canelite?

O principal sintoma em pacientes é a dor, localizada ao longo dos dois terços distais da tíbia.

A dor geralmente envolve exercícios (é induzida por exercícios ou provocada durante ou após a atividade física), piora com impacto e reduz com repouso. Além disso, pode ser bilateral ou unilateral, e não há formigamento / dormência. Em caso de fratura associada, pode haver fraqueza e dor intensa.

O diagnóstico da condição é clínico, e pode ser associado aos achados de imagem – mais utilizados para identificar extensão da lesão.

A ressonância magnética é o exame de escolha, e identifica edema periosteal e edema da medula óssea. A cintilografia óssea pode ser realizada de forma alternativa, na qual é possível observar aumento da captação de radionuclídeos. As radiografias são úteis apenas em casos de fratura.

Diagnóstico e Tratamento da Canelite (Síndrome do Estresse Tibial Medial)

Tratando a canelite

Em geral, o tratamento da canelite é conservador, com repouso e uso de sintomáticos. O tempo de repouso depende de cada caso, mas sugere-se pelo menos 3-4 semanas. Se necessário, realizar imobilização da perna e, em alguns casos, a retirada do apoio pode ser benéfica (uso de muletas).

Cada caso deve ser individualizado, e para alguns pacientes, atividades físicas de baixo impacto e fisioterapia podem ajudar. Nesses casos, a prática de exercícios na fase de recuperação inclui alongamento e fortalecimento para corrigir desequilíbrios musculares.

Além disso, é importante orientar readequação dos exercícios físicos após a lesão – considerar peso, idade, fatores de risco, capacidades físicas. A melhor forma de prevenir lesões é evitando o estresse excessivo da região.

canelite sindrome do estresse tibial medial

De forma sintomática, aplicação de bolsas de gelo na região pode melhorar a inflamação e a dor, bem como uso de AINES – ibuprofeno, cetoprofeno, naproxeno. As condições de base, quando presentes, devem ser tratadas.

Casos graves e que não respondem com terapia conservadora podem necessitar de medidas cirúrgicas. No entanto, é muito raro, e a eficácia não é garantida.

Em geral, há recuperação completa com repouso e modificação da prática de exercícios. Pacientes que seguem com os exercícios de impacto antes da completa recuperação podem apresentar aumento da dor ou dor crônica, com redução da qualidade de vida, e até mesmo fraturas por estresse.

 

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Referências:

McClure, C. J., & Oh, R. (2023). Medial Tibial Stress Syndrome. In StatPearls. StatPearls Publishing. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30860714/

Deshmukh NS, Phansopkar P. Medial Tibial Stress Syndrome: A Review Article. Cureus. 2022 Jul 7;14(7):e26641. doi: 10.7759/cureus.26641. PMID: 35949792; PMCID: PMC9356648.

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