Risperidona: como funciona, para quem indicar e como prescrever

síndrome serotoninérgica

Como funciona?

A Risperidona (Risperdal®, Zargus®, Perlid®) é um medicamento da classe dos antipsicóticos atípicos. Possui alta atividade antagonista dos receptores 5-HT2 e dopamina-D2, bem como para os receptores alfa1, alfa2 adrenérgicos e histaminérgicos. Seu antagonismo balanceado para receptores serotoninérgicos e dopaminérgicos pode reduzir a possibilidade de efeitos extrapiramidais.

Para quem é indicado? Como prescrever?

Seu uso é principalmente indicado em casos de transtorno esquizoafetivo e esquizofrenia (paranoide, catatônica, hebefrênica), tratamento de curto prazo de mania aguda e episódios mistos associados a transtorno bipolar tipo 1.

A risperidona também apresenta resultados benéficos no tratamento de irritabilidade ou agressividade associada ao autismo, e no transtorno de comportamento em pacientes com demência.

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O início e a duração do efeito são diferentes a depender da condição do paciente. Para agitação, os efeitos são observados em 70 minutos. Já em mania aguda bipolar, em 1-2 semanas. Na depressão, os efeitos são notados em 1 semana, com melhoria contínua em até 12 semanas. Na esquizofrenia, os efeitos são notados em até 15 dias, com melhoria contínua em até 6 semanas.

A dose usual recomendada para adultos é de 2-3 mg via oral uma vez ao dia ou 25 mg via intramuscular a cada 15 dias. Se necessário e tolerado, aumentar até 6 mg via oral ou 50 mg via intramuscular ao dia.

Em caso de transtorno de comportamento em pacientes com demência, optar por doses mais reduzidas. Iniciar com 0,25 mg via oral duas vezes ao dia e, se necessário, aumentar 0,25 mg/dia, até 1 mg duas vezes ao dia.

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Para crianças, recomenda-se iniciar com 0,5 mg via oral uma vez ao dia e aumentar gradativamente até 3 mg/dia. Já em caso de autismo, é possível graduar conforme o peso.

Para crianças com até 20 kg, iniciar com 0,25 mg via oral por três dias. A partir do quarto dia ajustar para 0,5 mg e, se necessário, ajustar 0,25 mg a cada duas semanas. Não exceder 1,5 mg ao dia. Para crianças com mais de 20 kg, dobrar essas doses, e não exceder 2,5 mg ao dia.

Para gestantes, atentar que a prescrição de risperidona é com risco – categoria C. Na lactação, o uso é criterioso. A risperidona é excretada no leite materno de forma não significativa. Não há relatos de efeito adverso no lactente, porém os estudos são escassos. Observar sonolência no lactente. Alguns autores sugerem o uso alternativo de olanzapina ou quetiapina.

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Quais os principais efeitos adversos?

Dentre os efeitos adversos mais relatados com o uso da risperidona, podemos destacar insônia, ansiedade e nervosismo. Visão turva, tontura, sedação e sonolência direcionam orientação para cuidar ao dirigir ou operar máquinas.

Infecções do trato respiratório, sinusite e nasofaringite também podem ocorrer em até 10% dos casos. Há também relatos de aumento de apetite e ganho de peso, bem como náuseas, constipação ou diarreia, dispepsia, vômitos. Em caso de aumento considerável de peso, reavaliar o tratamento.

Sintomas extrapiramidais podem ocorrer, e é importante orientar o paciente para que, na suspeita ou confirmação, descontinue o uso. Da mesma forma, deve-se descontinuar em caso de síndrome neuroléptica maligna, alterações hematológica, metabólicas, menstruais e de libido, galactorreia, disfunção erétil e ejaculatória.

Lembrando que a retirada da risperidona deve acontecer de forma gradual para minimizar os sintomas de rebote e abstinência. Reduzir a dose diária total de 10% a 20% a cada 1 a 2 semanas, com base na resposta e tolerabilidade.

 

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Referências:

RISPERDAL® (risperidona). Janssen-Cilag Farmacêutica Ltda. Bula de medicamento 2022.

UpToDate®. Risperidone: Drug information. 2022.

Álamo C. Risperidone ISM as a New Option in the Clinical Management of Schizophrenia: A Narrative Review. Adv Ther. 2022 Nov;39(11):4875-4891. doi: 10.1007/s12325-022-02299-8. Epub 2022.

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