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A fosfatase ácida prostática é uma enzima presente na próstata, capaz de hidrolisar ésteres de fosfato em pH ácido – sendo fundamental no processo de espermatogênese.
O exame de fosfatase ácida prostática mede a concentração dessa enzima na corrente sanguínea. Valores muito elevados são relacionados principalmente com câncer de próstata.
Para que serve o exame de Fosfatase Ácida Prostática?
A fosfatase ácida prostática é uma enzima presente na próstata (no interior de lisossomos), capaz de hidrolisar ésteres de fosfato em pH ácido (inferior a 5). Em outras palavras, é responsável pela remoção de grupos de fosfatos de diversas moléculas como nucleotídeos e proteínas – sendo fundamental no processo de espermatogênese.
Existem outros tipos de fosfatases ácidas, sendo a isoenzima fração 1 a específica para a próstata. A fosfatase ácida prostática representa cerca de 50% do total de fosfatases ácidas.
Dessa maneira, qualquer alteração na próstata faz com que haja extravasamento de fosfatase ácida prostática para a corrente sanguínea, aumentando seus níveis séricos.
Diante de um câncer de próstata, particularmente com metástase óssea, há um aumento progressivo da produção dessa enzima. Assim, a determinação da fosfatase ácida é usada para rastreamento, estadiamento e monitoramento pós-tratamento do câncer de próstata (mas seu uso está sendo amplamente substituído pelo PSA).
Leia também: Câncer de Próstata – quando o screening é indicado?
Quais os valores de referência?
Como mencionamos, o exame de fosfatase ácida prostática é solicitado na avaliação diagnóstica, no monitoramento e no seguimento de afecções prostáticas, principalmente em câncer de próstata metastático.
Os valores de referência podem variar de acordo com os laboratórios. No entanto, de forma geral considera-se fosfatase ácida prostática alta se os níveis forem superiores a 3,5 UI/L.
É importante lembrar que a fosfatase ácida é muito semelhante com a fosfatase alcalina. Assim, qualquer condição que eleve muito a fosfatase alcalina podem indicar falsamente níveis elevados de fosfatase ácida.
Além disso, níveis falsamente elevados de fosfatase ácida podem ocorrer em homens após manipulação prostática (p.ex. toque retal ou cistoscopia).
Outras condições que podem ser interferentes no exame incluem:
- Pacientes com valores de bilirrubina acima de 5 mg/dL e triglicerídeos acima de 750 mg/dL podem produzir resultados falsamente elevados de fosfatase ácida prostática.
- Amostras estocadas em temperatura ambiente por mais de 1 hora pode reduzir falsamente a concentração da enzima, uma vez que é sensível ao calor e à variação de pH.
- As hemácias são ricas em fosfatase ácida; assim, a presença de hemólise pode evidenciar um valor falsamente elevado.
- Algumas drogas podem elevar falsamente a concentração de fosfatase ácida na corrente sanguínea, como cefoxitina, doxiciclina, clofibrato, andrógenos e esteroides anabolizantes.
- Por outro lado, álcool, fluoretos, heparinas, oxalatos e fosfatos podem reduzir falsamente a concentração da enzima na corrente sanguínea.
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Uma curiosidade: uma vez que a fosfatase ácida é encontrada em altas doses no fluido seminal, a detecção de fosfatase ácida em secreções vaginais é um indicativo presuntivo para indicar a presença de abuso sexual. Assim, na medicina legal, a detecção dessa enzima na secreção vaginal é uma das armas utilizadas como um teste presuntivo para determinar que houve abuso sexual, especialmente se a vítima veio a falecer.
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Referências:
Pagana, KD; Pagana TJ. Mosby’s Manual of Diagnostic and Laboratory Tests. 6 ed. – Elsiever – 2017.
Caquet, René. 250 exames de laboratório: prescrição e interpretação / René Caquet; tradução de Laís mEDEIROS, Bruna Steffens e Janyne Martini – 12. Ed. – Rio de Janeiro – RJ: Thieme Publicações, 2017.
Romslo I. Prostatic acid phosphatase. British medical journal, 1(5745), 406. https://doi.org/10.1136/bmj.1.5745.406
Muniyan, S., Chaturvedi, N. K., Dwyer, J. G., Lagrange, C. A., Chaney, W. G., & Lin, M. F. (2013). Human prostatic acid phosphatase: structure, function and regulation. International journal of molecular sciences, 14(5), 10438–10464. https://doi.org/10.3390/ijms140510438