A Olmesartana é um antagonista seletivo e competitivo do receptor da angiotensina II, capaz de bloquear os efeitos de vasoconstrição e secreção de aldosterona. Seu uso é indicado para o tratamento de pacientes com hipertensão arterial sistêmica, em monoterapia ou em combinação com outros agentes anti-hipertensivos.
Veja mais detalhes sobre a bula do medicamento e como prescrever Olmesartana para Hipertensão.
Bloqueadores do Receptor de Angiotensina II são opções de primeira linha para Hipertensão Arterial Sistêmica
A Olmesartana Medoxomila (Benicar®, Fluxocor®, Olmecor®, Olmetec®, Olsar®) é um anti-hipertensivo da classe de bloqueadores do receptor de angiotensina II. Dessa forma, atua bloqueando os efeitos de vasoconstrição e secreção de aldosterona.
Assim como os diuréticos tiazídicos, os inibidores da enzima conversora de angiotensina (iECA) e os antagonistas dos canais de cálcio, os antagonistas do receptor de angiotensina II (ou BRA) fazem parte da primeira linha de tratamento para pacientes com hipertensão.
O uso de bloqueadores do receptor de angiotensina II é indicado principalmente em pacientes brancos, jovens, com nefropatia associada, insuficiência cardíaca e isquemia coronariana, mas que são intolerantes ao uso de iECAs pelo efeito da bradicinina.
Além disso, o uso de BRAs apresenta efeito uricosúrico – sendo útil para pacientes hiperuricêmicos.
Porém, é importante lembrar: o uso é contraindicado / deve ser suspenso em pacientes com creatinina > 3, estenose de artéria renal bilateral (ou unilateral nos casos de rim único), hipercalemia, história de tosse com IECA, angioedema, broncoespasmo e gravidez.
A Olmesartana é contraindicada para gestantes
O risco do uso de Olmesartana na gestação é D – ou seja, há evidência positiva de risco, e deve ser evitado ao máximo.
Devemos lembrar que a Olmesartana Medoxomila é um medicamento que atua no sistema renina-angiotensina. O uso de drogas que atuam diretamente nesse sistema durante o segundo e terceiro trimestres de gravidez já foi associado com dano fetal e até morte.
Já para lactantes, o uso de olmesartana é criterioso. Não há dados sobre transferência para o leite materno, e deve ser utilizado somente quando não for possível usar algum iECA, como captopril, enalapril etc.
Como prescrever Olmesartana para Hipertensão?
A Olmesartana é indicada para o tratamento da hipertensão em pacientes acima de 6 anos, como monoterapia ou em combinação com outros agentes anti-hipertensivos.
A posologia inicial para adultos é de 20 mg (1 comprimido) via oral uma vez ao dia. Para pacientes que necessitam de redução adicional da pressão arterial, a dose pode ser aumentada para até 40 mg 1 vez ao dia.
Em uso pediátrico, é indicado apenas para maiores de 6 anos e com peso superior a 35 kg. Nesse caso, sugere-se iniciar também com 20 mg uma vez ao dia.
A Hipertensão Arterial é uma condição silenciosa, e o diagnóstico precoce é essencial
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) representa um desafio significativo na prática clínica devido à sua natureza predominantemente assintomática nas fases iniciais. Sua característica silenciosa favorece a progressão da doença sem que o paciente perceba, levando a danos estruturais e funcionais em órgãos-alvo, como coração, cérebro, rins e vasos sanguíneos.
Quando os sinais e sintomas se manifestam, é provável que já haja comprometimento orgânico irreversível, aumentando o risco de eventos cardiovasculares maiores, como infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral e insuficiência renal crônica.
Diante desse cenário, torna-se imprescindível a implementação de estratégias de rastreamento sistemático, especialmente em populações de risco, associadas a um tratamento precoce e adequado.
A abordagem deve incluir modificações no estilo de vida e, quando indicado, terapêutica farmacológica baseada em diretrizes atualizadas, visando o controle efetivo da pressão arterial e a prevenção de complicações a longo prazo.
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Referências:
Benicar® (olmesartana medoxomila). Daiichi Sankyo Brasil Farmacêutica Ltda.
Warner, G. T., & Jarvis, B. (2002). Olmesartan medoxomil. Drugs, 62(9), 1345–1356. https://doi.org/10.2165/00003495-200262090-00005
