No dia 25 de outubro, a Moderna anunciou os dados preliminares quanto ao estudo KidCOVE, que avalia a eficácia da vacina de mRNA (mRNA-1273) contra COVID-19 em crianças de 6 a 12 anos.
O estudo KidCOVE
O estudo tem como objetivo avaliar a segurança e eficácia da vacina mRNA-1273, desenvolvida pela ModernaTX, Inc., a mesma idealizadora da pesquisa, em crianças. Foram recrutadas crianças da faixa etária entre 6 meses e 12 anos, divididas em três fases de planejamento. O primeiro ensaio englobou participantes entre 6 e 12 anos de idade, o segundo entre 2 e 6 anos e a última fase testou em crianças entre 6 meses e 2 anos. Trata-se de um ensaio clínico de fase 2/3, o que permitiu observar os resultados de forma mais rápida e com menor número de voluntários.
Além da faixa etária, os voluntários foram divididos em dois grupos: experimental e placebo. No grupo experimental, os participantes receberam a vacina em duas doses, com intervalo de 28 dias. Já o grupo placebo recebeu injeções de solução salina, no mesmo intervalo e número de doses, sem eficácia contra o vírus causador da COVID-19. O objetivo é comparar os dois grupos e verificar o potencial de ação da vacina.
A vacina desenvolvida é feita a partir de uma molécula de mRNA do vírus SARS-CoV-2, responsável por produzir uma proteína que constitui o vírus. Desta forma, a sua inoculação no organismo auxilia o sistema imunológico do paciente a reconhecer esta proteína e criar defesas contra o vírus, estando preparado para eventuais infecções futuras.
Como funciona uma vacina de mRNA
Algumas vacinas utilizam o agente causador da doença (como um vírus) de forma inativa ou atenuada para desencadear uma resposta imunológica pelo nosso organismo. Diferentemente, as vacinas de mRNA, como o nome sugere, usam um mRNA para atingir a imunização. No caso do SARS-CoV-2, normalmente, é utilizado um mRNA responsável pela síntese da proteína spike, encontrada na superfície do vírus. Este mRNA, presente na vacina, chega até as células e uma proteína do vírus é produzida pelo hospedeiro.
Em seguida, assim como no vírus, esta proteína será expressa na superfície das células do hospedeiro, onde serão reconhecidas pelo sistema imunológico. Uma vez identificada, o organismo passa a produzir anticorpos contra esta molécula estranha, confundindo a situação com uma infecção. Com isso, o repertório de “armas” e estratégias contra o vírus está montado. No caso de uma infecção real pelo SARS-CoV-2, estamos preparados para combatê-lo.
Resultados preliminares
Embora a previsão para fim do estudo seja 12 de junho de 2023, alguns resultados preliminares foram liberados a respeito dos grupos testados. E os resultados são animadores. Os voluntários da primeira faixa etária (entre 6 e 12 anos) do grupo experimental tiveram produção de anticorpos neutralizantes contra o SARS-CoV-2 após a aplicação das duas doses. A vacina mRNA-1273 foi bem tolerada, na maioria dos casos, apresentando perfil de segurança e tolerabilidade semelhante a de adultos e adolescentes.
Os eventos adversos mais comuns foram fadiga, dor de cabeça e no local de aplicação e febre, considerados leves ou moderados. Todos os participantes serão monitorados por 12 meses após a segunda injeção para avaliar a proteção e segurança a longo prazo, o que indica que o estudo continua em andamento e estes resultados preliminares podem sofrer alteração. As outras faixas etárias ainda estão em etapa de avaliação.
A nota completa emitida pela empresa pode ser acessada no link: Press Releases
Conclusão
A vacinação é importante e garante apenas a proteção individual, mas de toda população. Esta é a forma mais segura e eficaz de se adquirir imunização contra uma determinada doença infecciosa. E, no tempo desta pandemia, vacinar-se é fundamental para impedir o agravamento da COVID-19. Toda vacina licenciada para uso passou antes por diversas fases de avaliação, garantindo sua segurança. Por isso, se você ainda não se vacinou, confira o calendário de vacinação da sua cidade e vacine-se. E fique de olho nos novos estudos que estão em andamento com as vacinas em crianças e adolescentes.
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Referências:
Anunciados primeiros dados de eficácia da vacina da Moderna em crianças de 6 a 11 anos