

O câncer colorretal é uma neoplasia maligna que acomete o cólon e/ou reto, sendo na maioria das vezes do tipo histológico adenocarcinoma – proveniente do epitélio glandular colônico. Quanto mais precoce o diagnóstico e tratamento, menor a morbimortalidade.
Revise aqui as principais orientações de tratamento para o câncer colorretal.
São estimados mais de 45 mil casos de câncer colorretal por ano até 2025
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a estimativa para o triênio 2023/2025 é de 45.630 novos casos de câncer colorretal no Brasil a cada ano.
Os principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença incluem: poliposes herediátárias, Síndrome de Lynch, doença inflamatória intestinal, história familiar positiva, dietas ricas em calorias, gorduras e carboidratos refinados, obesidade, tabagismo, alcoolismo, diabetes tipo 2 etc. Por outro lado, exercícios físicos, consumo adequado de fibras e controle da obesidade são fatores protetores contra o câncer colorretal.
Sabe-se que quanto mais precoce o diagnóstico e tratamento, menor a morbimortalidade. No entanto, em cerca de 80% dos casos, o diagnóstico é realizado em fases avançadas. De forma geral, a sobrevida em 5 anos para pacientes com câncer colorretal dependendo do estádio – variando de 93-97% no estádio 1, e < 8% em estádio IV.
Quando devemos operar?
Em grande parte dos pacientes com câncer colorretal a cirurgia curativa é possível, incluindo os casos em que já há metástases à distância, como em acometimentos hepáticos e pulmonares. Mesmo nos casos sem chance curativa, a cirurgia se torna necessária, uma vez que o tumor pode levar a diversas complicações como perfuração e obstrução.
E como fazer?
O princípio do tratamento é restaurar a continuidade do intestino e, sempre que possível, preservar a função intestinal. Isso é feito por meio da ressecção do segmento intestinal afetado, garantindo margens amplas ao redor da área removida.
Para tumores no cólon e reto alto, as margens devem ser de 5 cm, enquanto para tumores no reto médio e baixo, as margens devem ser de 2 cm, tanto distal quanto proximamente ao tumor.
A cirurgia pode ser realizada de duas maneiras: por laparotomia (cirurgia aberta) ou por laparoscopia (cirurgia minimamente invasiva com vídeo). Em ambos os casos, deve-se realizar uma linfadenectomia adequada, retirando no mínimo 12 linfonodos. É essencial também remover o tecido ao redor do tumor e os vasos sanguíneos que o alimentam, realizando uma ressecção em bloco.
Durante a cirurgia, é importante minimizar a manipulação do tumor e realizar ligaduras no início da ressecção, perto dos troncos de origem. A invasão de outras estruturas, como o intestino delgado, a bexiga, os ovários, o útero, o baço ou o fígado, não contraindica a ressecção; estas estruturas devem ser removidas em um bloco único, juntamente com as partes do cólon afetadas.
A terapia neoadjuvante é sempre necessária?
A terapia neoadjuvante consiste em um tratamento antes da cirurgia, que visa a redução do tumor, possibilitando cirurgias mais curativas e menos agressivas. Assim, é útil para o câncer de reto médio e baixo, uma vez que aparentemente apresenta uma biologia distinta do câncer de cólon.
Dessa maneira, a terapia neoadjuvante é recomendada para pacientes com tumores nas seguintes situações:
- Tumores em estádios T3, T4, ou com envolvimento linfonodal (N+).
- Tumores localizados a até 5 cm da margem anal e que invadem o esfíncter (reto baixo).
- Tumores que envolvem a circunferência do reto.
- Tumores que apresentam invasão linfovascular.
Terapia adjuvante e metástases
A terapia adjuvante consiste em um tratamento após a cirurgia, com objetivo de eliminar micrometástases restantes – aumentando assim a chance de cura. De forma geral, indica-se para o Câncer Colorretal T3/T4; N+ (ou insuficiente); pouco diferenciado, perfuração, obstrução; margens comprometidas.
Basicamente é a quimioterapia, que envolve como primeira escolha 5-Fluoracila, Leucovorin e Oxaliplatina. Há pouco tempo, a FDA (Food and Drug Administration) autorizou o uso de anticorpos monoclonais para o tratamento, para associação com a quimioterapia tradicional – o que aparentemente se reflete em melhores resultados.
Já em caso de metástases, existem várias abordagens; a cirurgia de ressecção das metástases hepáticas e pulmonares levam a um aumento de sobrevida expressivo nos pacientes acometidos. O plano de tratamento deve ser adaptado conforme as características individuais de cada paciente e a evolução das diretrizes clínicas.
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