A acne é uma condição dermatológica em que há um processo inflamatório no folículo pilossebáceo com consequente formação de pápulas e nodulações típicas. É popularmente conhecida como como “cravos” e “espinhas”.

Virtualmente todas as pessoas já tiveram alguma acne durante a vida – 85% dos adolescentes apresentam acne ativa.

A etiologia da condição é decorrente da combinação de um tripé:

1. Fatores genéticos
2. Fatores hormonais, principalmente testosterona
3. Fatores locais como hipersecreção local sebácea e infecção por Propionibacterium acnes

Outras condições contribuem para o aparecimento de espinhas como o estresse emocional, o uso de cosméticos na face, medicamentos (como corticoides). Alimentos como o consumo de chocolate não são comprovadamente causadores dessa condição.

Mas como de fato se forma a Acne?

Para se entender a formação da Acne, devemos compreender adequadamente a estrutura do acometimento: a unidade pilo-sebácea. Observe a imagem:

Essa unidade é achada logo abaixo da pele, sendo um local aonde nascem os pelos, além de produzir sebo (glândula sebácea) que hidrata a pele. São encontradas em praticamente todo o corpo, principalmente na região da face, costas e peito.

A acne justamente se inicia quando há obstrução do canal folicular, pelo excesso de produção de sebo (secundária à produção hormonal) associada à células mortas.

Essa associação (sebo + células mortas) forma o que conhecemos como “Comedão”, popularmente conhecido como “Cravo” – se tiver o poro fechado é o “cravo branco”, se tiver o poro aberto é o “cravo preto” – tendo uma pontinha preta, decorrente da oxidação sebácea.

Os comedões, por sua vez, constituem um excelente “meio de cultura” para o crescimento e proliferação de uma bactéria que vive normalmente na nossa pele sem fazer mal: Propionibacterium acnes.

Essa bactéria se alimenta do sebo, e como se prolifera de forma exponencial, acaba levando a formação de um processo inflamatório local – com liberação de fatores quimiotáticos, atraindo células de defesa no local.

Isso faz com que haja ruptura do folículo, com envolvimento inflamatório da derme circunjacente, culminando com a formação de pústula, nódulo inflamatório e eventualmente abscesso.

E como se classifica clinicamente a Acne?

A acne é classificada de acordo com o grau de gravidade

• Grau I: Acne não inflamatória. Constituem a presença de comedões (cravos): fechados (coloração branca) ou abertos (“ponta” preta). Apresentam ocasionais pústulas (espinhas)

  

• Grau II: Acne papulopustulosa. Caracterizada pela presença de comedões (cravos) e pápulas e pústulas (espinhas) em quantidade aumentada – principalmene em região de face

  

• Grau III: Acne nodulocística. Além da presença de pápulas e pústulas em grande quantidade (face, tronco, reigão proximal dos braços); apresentam cistos que eliminam substância purulenta

  

• Grau IV: Acne Conglobata. Predominam nódulos purulentos que confluem para a formação de abcessos fistulizantes, formando espécies de “túneis” que interconectam as diversas lesões.

  

• Grau V: Acne fulminans. Forma muito grave. Há lesões eritematoulcerosas com biópsia evidenciando vasculite. Eventualmente associado há um quadro sistêmico com poliartralgia, febre etc

Observações

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Referências Bibliográficas