Diagnóstico da Neuralgia do Trigêmeo

neuralgia do trigemeo

A neuralgia do trigêmeo é um distúrbio nervoso no qual há uma dor lancinante em hemiface, com duração de segundos. A dor geralmente é unilateral e ocorre no território sensitivo do nervo craniano trigêmeo em um dos seus ramos: oftálmico, maxilar ou mandibular.

A condição comete cerca de 10 a cada 100.000 pessoas por ano, sendo mais comum em mulheres (1,5:1) e em pessoas idosas.

Veja mais sobre a nevralgia do trigêmeo.

Como ocorre a neuralgia do trigêmeo?

O nervo trigêmeo é o quinto par craniano (V), e tem funções motoras (inerva músculos da mastigação e deglutição) e sensitivas (“capta” a sensibilidade da face e dente). Apresenta 3 ramos: V1 (oftálmico), região da testa; V2 (maxilar), região da bochecha; V3 (mandibular), região do queixo e lábio inferior.

Neuralgia do trigêmeo

A grande maioria dos casos de neuralgia do trigêmeo é secundária à compressão da raiz do nervo trigêmeo, geralmente por uma artéria ou veia. No entanto também pode ser decorrente por compressão por tumores, aneurisma sacular ou malformações arteriovenosas.

Essa compressão leva à desmielinização do nervo, que pode entrar em “curto” aos mínimos estímulos. Outra possibilidade para essa desmielinização é ser secundária à esclerose múltipla ou outras lesões estruturais do tronco cerebral. Poucos casos ficam sem explicação (idiopáticos).

glaucoma neuralgia do trigemeo

O quadro clínico é bem característico

O diagnóstico da neuralgia do trigêmeo é clínico. A forma típica é bem característica – o paciente apresenta quadros de repetição de curta duração (um a poucos segundos), com dor paroxística, intensa, súbita, descritas como semelhante a choque ou facada. Os ataques são cada vez mais intensos e frequentes.

Apesar de existir, evidentemente, dois nervos (um de cada lado), o acometimento é geralmente unilateral. A dor inicia quando o nervo é estimulado, e são vários os gatilhos, como barbear-se, escovar os dentes, falar, sorrir, lavar o rosto etc.

É recomendado que todos os pacientes façam ressonância magnética craniofacial (com e sem contraste) para distinguir a neuropatia clássica da neuropatia secundária.

veuralgia do trigemeo

Critérios da Sociedade Internacional de Cefaleia para confirmação do diagnóstico

Existem critérios propostos pela Sociedade Internacional de Cefaleia para confirmação. É necessário:

  1. Crises paroxísticas, de dor facial ou frontal, que duram de poucos segundos a menos de dois minutos.
  2. A dor tem pelo menos quatro das seguintes características:
    1. Distribuição ao longo de um ou mais ramos do trigêmeo.
    2. É súbita, intensa, aguda, superficial, com caráter de punhalada ou queimação.
    3. Grande intensidade.
    4. Precipitada a partir de áreas de gatilho ou por certas atividades diárias, tais como comer, falar, lavar o rosto ou escovar os dentes.
    5. Entre os paroxismos, o paciente é inteiramente assintomático.
  3. Não há nenhum déficit neurológico.
  4. As crises são estereotipadas para cada paciente.
  5. Quando necessário, devem ser excluídas outras causas de dor facial pela história, exame físico e investigações especiais.

Diagnóstico da Neuralgia do Trigêmeo

Como tratar um paciente com nevralgia do trigêmeo?

O tratamento farmacológico é o inicial para a forma clássica (compressão vascular ou idiopática) da nevralgia do trigêmeo. O medicamento mais estudado é a carbamazepina. Outras opções incluem a oxcarbazepina e a lamotrigina – todos anticonvulsivantes.

Casos refratários podem se beneficiar do uso de carbamazepina associada com outras drogas, como baclofeno, topiramato, clonazepam ou fenitoína. Caso o paciente não responda ao tratamento farmacológico, medidas invasivas são sugeridas, como a cirurgia de descompressão neurovascular.

Em caso de forma secundária, o tratamento deve ser direcionado para a causa subjacente.

A evolução dos pacientes é variável, e os episódios de agudização podem durar semanas e meses, seguidos de intervalos sem dor. Em quase todos os casos, a recorrência da dor é comum, tendendo a aumentar em frequência e gravidade com o tempo.

zumbido neuralgia do trigemeo

Quer saber mais sobre esta e outras condições clínicas? Acesse o conteúdo completo no nosso app WeMEDS®. Disponível na versão web ou para download para iOS ou Android.

Referências:

Shankar Kikkeri, N., & Nagalli, S. (2024). Trigeminal Neuralgia. In StatPearls. StatPearls Publishing.

Allam, A. K., Sharma, H., Larkin, M. B., & Viswanathan, A. (2023). Trigeminal Neuralgia: Diagnosis and Treatment. Neurologic clinics, 41(1), 107–121. https://doi.org/10.1016/j.ncl.2022.09.001

 

Google search engine

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui