Avaliação do risco de TEV utilizando Escore de Pádua

cuidado paliativo

O escore de Pádua é um índice desenvolvido para a identificação e estratificação do risco de TEV (tromboembolismo venoso) em pacientes hospitalizados. O escore utiliza 11 critérios clínicos para a determinação da sua pontuação.

Veja como utilizá-lo e interpretar seus achados na rotina clínica.

Escore de Padua

O escore de Pádua é uma escala de pontuação desenvolvida com o objetivo principal de avaliar o risco de o paciente desenvolver um quadro de TEV (tromboembolismo venoso) quando hospitalizado.

O escore foi desenvolvido a partir de um estudo prospectivo com 1.180 pacientes, avaliados por um período de 2 anos. Após os resultados, foi identificado que o escore auxilia na discriminação entre pacientes com baixo ou alto risco de TEV. Foi identificado também que a adoção de tromboprofilaxia adequada em pacientes de alto risco durante a internação evita eventos tromboembólicos com baixo risco de sangramento.

E por que usar?

O tromboembolismo venoso está associado ao aumento da mortalidade, e pacientes hospitalizados possuem maior risco para TEV. No entanto, a profilaxia adequada de pacientes com alto risco não é sempre realizada.

Segundo o estudo ENDORSE, no Brasil cerca de 41% dos doentes clínicos e 54% dos pacientes cirúrgicos não recebem a profilaxia medicamentosa e mecânica correta para o tromboembolismo venoso. Considerando a gravidade desse cenário, devemos estar atentos!

paciente UTI escore de padua

Critérios, Pontuação e Interpretação

O escore Pádua utiliza 11 critérios clínicos para a determinação de sua pontuação. Veja cada um deles, bem como a pontuação atribuída para cada critério encontrado durante a avaliação de um paciente.

escore de padua risco de tev

Lembrando que câncer ativo pode incluir metástases, e uso de quimio ou radioterapia nos últimos 6 meses. Também é importante destacar que no critério de “TEV/TVP prévios”, a trombose superficial venosa não deve ser considerada na pontuação.

Após a atribuição da pontuação individual para cada um dos critérios, é realizado o somatório total. A interpretação dependerá do valor total obtido no paciente avaliado. O risco estimado pode ser avaliado em uma estratificação de 2 categorias. Assim, temos:

Pontuação total 0-3 = risco baixo de TEV (0,3%).

Pontuação total 4-20 = risco alto de TEV (2,2% recebendo tromboprofilaxia ou 11% sem tratamento profilático).

 

escore padua risco de tev

Após a determinação da pontuação, o que fazer?

A utilização do escore auxilia na tomada de decisão quanto ao tratamento.

Para pacientes de risco baixo, a tromboprofilaxia deve ser considerada caso a caso. Já em casos de alto risco, todos os pacientes (desde que não tenham nenhuma contraindicação) devem receber tratamento profilático.

No tratamento de tromboprofilaxia podem ser utilizados heparina ou enoxaparina, por exemplo.

 

Quais as limitações e armadilhas?

O escore de Pádua ainda não foi validado em grandes estudos prospectivos. Seu uso rotineiro não pode ser totalmente comprovado. A validação só foi feita em pacientes em enfermarias gerais de clínica médica, não levando em consideração situações específicas (como por exemplo pacientes em UTI).

Além disso, o uso do escore não leva em consideração o risco hemorrágico.

escore de padua tev

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Referências:

Barbar S, et al. A risk assessment model for the identification of hospitalized medical patients at risk for venous thromboembolism: the Padua Prediction Score. J Thromb Haemost. 2010 Nov;8(11):2450-7. doi: 10.1111/j.1538-7836.2010.04044.x.

Vardi M, et al. Venous thromboembolism and the utility of the Padua Prediction Score in patients with sepsis admitted to internal medicine departments. J Thromb Haemost. 2013 Mar;11(3):467-73. doi: 10.1111/jth.12108.

Zhou H, et al. Assessment of the Risk of Venous Thromboembolism in Medical Inpatients using the Padua Prediction Score and Caprini Risk Assessment Model. J Atheroscler Thromb. 2018 Nov 1;25(11):1091-1104. doi: 10.5551/jat.43653.

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