O Rivotril® (clonazepam) é um benzodiazepínico, indicado principalmente para distúrbios de ansiedade, convulsões e alguns tipos de epilepsia. Sabemos que o clonazepam possui um potencial de causar tolerância, abuso e dependência, e o uso deve ser com monitorização regular pelo médico prescritor.
Veja mais sobre as indicações, efeitos, monitorização, e como prescrever em cada situação.
Clonazepam (Rivotril®): saiba mais
O Clonazepam (Rivotril®) é um medicamento da classe dos benzodiazepínicos, capaz de aumentar a atividade do GABA, provocando hiperpolarização da célula e diminuição da excitabilidade nervosa.
Sua absorção é rápida e completa quando administrado por via oral, especialmente em uso sublingual, e tem início de ação rápido. É encontrado comercialmente em comprimidos (normais ou sublinguais) e em solução oral.
Para quem prescrever?
O medicamento tem uma ampla utilização na neurologia e na psiquiatria.
A indicação primária é como adjuvante em crises epiléticas, crises de ausência e Síndrome de Lennox-Gastaut. Para adultos, o uso também é recomendado em transtornos de ansiedade, como ansiolítico geral, em distúrbios de pânico ou em fobia social.
Ainda, pode ser utilizado em transtornos de humor (como transtorno afetivo bipolar), síndromes psicóticas, vertigem, síndrome das pernas inquietas e síndrome da boca ardente.
Por fim, em alguns casos, o uso do clonazepam se mostra eficaz como adjuvante para insônia, abstinência de álcool e tremor essencial.
Lembrando que o receituário é azul (B1), por se tratar de uma substância psicotrópica, com potencial de abuso e dependência.
E quais as contraindicações?
Além da hipersensibilidade a benzodiazepínicos ou a qualquer dos componentes da fórmula, não é recomendado prescrever clonazepam para pacientes com glaucoma agudo de ângulo fechado, miastenia gravis, Doença de Alzheimer, esclerose múltipla, insuficiência respiratória ou hepática graves e apneia do sono.
Ainda, na gestação, a categoria de risco é C, mas o uso no terceiro trimestre é contraindicado.
Como prescrever?
A dose usual inicial para adultos é de 0,5-2 mg ao dia, via oral, podendo ser fracionado em até 2 doses. Se necessário, aumentar a cada 3 dias, até estabilização das crises.
Para transtornos de ansiedade e mioclonia, não é recomendado exceder 4 mg ao dia. Já para distúrbios epiléticos, a dose pode ser maior, mas não deve exceder 20 mg ao dia, e recomenda-se fracionar em 3 doses diárias.
Por ser um medicamento que causa sonolência, pode ser necessário que os pacientes tomem o medicamento apenas ao deitar-se. Em doses fracionadas, recomenda-se cautela ao dirigir, operar máquinas, ou realizar atividades que ofereçam riscos. Há relatos de pacientes que realizam atividades perigosas enquanto dormem, como cozinhar e dirigir.
Para crianças menores de 30 kg ou menores de 10 anos, iniciar com 0,01 mg/kg/dia via oral, e não exceder 0,2 mg/kg/dia. Pode ser fracionado em 3 doses diárias. Para crianças maiores, recomenda-se iniciar com 0,25 mg/dia, dividida em duas ou três doses ao dia, e não exceder 20 mg ao dia.
Para idosos, recomenda-se iniciar com doses reduzidas.
Na necessidade de interrupção do tratamento, não realizar de forma abrupta, visto que oferece riscos de abstinência. Quando necessário, realizar de forma gradual.
Como manter a monitorização?
Em caso de uso prolongado, o ideal é realizar periodicamente hemograma completo e testes de função hepática e renal.
Durante todo o tratamento, a resposta e adesão devem ser monitoradas. A piora clínica deve ser avaliada com cautela, e o risco de ideação suicida deve ser considerado, especialmente em pacientes de risco. Modificações de comportamento devem ser avaliadas de perto.
Também avaliar tolerância, abuso e dependência. Por fim, lembrar que o clonazepam pode perder eficácia anticonvulsivante em até 30% dos pacientes.
Outra recomendação é cautela com interações medicamentosas! O Rivotril® interage com diversos medicamentos. Para mais detalhes, é possível conferir a bula completa e as interações no nosso app WeMEDS®.
Quais os principais efeitos adversos?
Os efeitos adversos que acontecem com maior frequência são aqueles associados à depressão do sistema nervoso central, como sonolência, tontura, sensação de cabeça leve, concentração prejudicada, irritabilidade. Sugere-se aumento gradual da dose, para minimizar os riscos.
Cefaleia, fadiga, vertigem, náusea e insônia também são efeitos colaterais relatados em mais de 5% dos pacientes. Lembrar dos riscos de problemas comportamentais, depressão, labilidade emocional e ideação suicida.
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Referências:
Rivotril® (clonazepam). Blanver Farmoquímica e Farmacêutica S.A. 2022.
UpToDate®. Clonazepam: Drug information. 2022.
Balon R, Starcevic V. Role of Benzodiazepines in Anxiety Disorders. Adv Exp Med Biol. 2020;1191:367-388. doi: 10.1007/978-981-32-9705-0_20. PMID: 32002938.