Doenças cardiovasculares
Em estimativas recentes (prévias à COVID-19) publicadas pela Organização Mundial da Saúde, as doenças cardiovasculares são responsáveis por cerca de 17,9 milhões de mortes anuais. Esses dados correspondem a cerca de um terço das mortes totais por ano.
Nesse grande grupo de doenças, podemos destacar alterações coronarianas, doença cerebrovascular, doença cardíaca reumática e outras condições. Estima-se que 4 em cada 5 mortes ocorrem em decorrência de ataques cardíacos e derrames, sendo que, um terço de tais mortes ocorre prematuramente, em indivíduos com menos de 70 anos.
Existem alguns fatores de risco comportamentais quanto ao desenvolvimento destas doenças, aos quais podem ser elencados: dieta pouco saudável, sedentarismo, uso de tabaco e uso prejudicial de álcool.
Recentemente falamos um pouco sobre a dieta DASH para a saúde do coração, caso ainda não tenha lido vale a pena conferir!
Aumento da pressão arterial, hiperglicemia, hiperlipidemia, sobrepeso e obesidade são alguns sinais prévios que podem indicar distúrbios cardiovasculares. Tais fatores são determinados como intermediários, os quais podem ser avaliados em unidades de saúde básicas, e acompanhados, evitando a evolução para quadros graves da doença.
Ainda que a maioria das doenças cardiovasculares possa ser prevenida abordando-se os fatores de risco comportamentais, é de suma importância detectá-las o mais precocemente possível para que o direcionamento adequado do tratamento e melhora no prognóstico dos pacientes.
Biomarcadores de risco
Atualmente existem alguns biomarcadores de risco cardiovascular utilizados na rotina clínica, como por exemplo: perfil lipídico (colesterol total, HDL-colesterol, LDL-colesterol, colesterol não HDL, VLDL-colesterol e triglicerídeos), as apolipoproteínas, a lipoproteína(A), a proteína C reativa (PCR) ultrassensível e a microalbuminúria. Ainda assim, existem pesquisas que buscam encontrar possíveis candidatos a se tornarem novos biomarcadores, de forma que auxiliem no prognóstico e sobrevida do indivíduo.
Este é o caso das pesquisas conduzidas pelo Dr. Michael H. Criqui, da University of California, o qual explorou o potencial do fragmento N-terminal do peptídeo natriurético tipo B (NT-proBNP, do inglês N-terminal pro-B-type Natriuretic Peptide).
Este peptídeo foi inicialmente descrito em cérebro de porcos. Entretanto, sabe-se que este biomarcador é secretado principalmente pelos ventrículos em resposta à pré-carga aumentada, com resultado da elevação da pressão ventricular.
Os dados da pesquisa foram utilizados em um encontro da ACC Latin America 2021. Segundo o médico responsável, quando utilizados em conjunto, os dados fornecidos por NT-proBNP e troponina de alta sensibilidade (atualmente utilizado) melhoram a estratificação do risco de morte e de desfechos cardiovasculares, especialmente em pacientes com diabetes tipo 2.
Além disso, o NT-proBNP tem apresentado dados promissores quanto ao seu potencial como biomarcador de risco de morte e eventos cardiovasculares. Em especial, na prevenção secundária em pacientes com diabetes tipo 2 e doença cardiovascular ou renal associados ao uso deste biomarcador. Ainda, demais estudos realizados de maneira independente chegaram a conclusões parecidas.
Considerações finais
Atualmente nos beneficiamos de uma série de biomarcadores que possuem valor prognóstico para pacientes com insuficiência cardíaca. E de fato, há muitos estudos com o NT-proBNP em foco. Tal marcador é recomendado pelas diretrizes de prática atuais, não apenas no auxílio ao diagnóstico de insuficiência cardíaca, mas também em prognóstico e monitoramento do tratamento.
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Referências
WHO. Cardiovascular diseases. 2021.
WHO. Cardiovascular diseases (CVDs). 2021.