Monkeypox: casos no Brasil, orientações do Ministério da Saúde e novo formulário da OMS

monkeypox exame

No último dia 15, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou um formulário desenvolvido com o objetivo de padronizar a coleta de características clínicas de pacientes com monkeypox (MPX). Na mesma semana, o Ministério da Saúde emitiu uma nota técnica com orientações acerca da doença.

RapidCore – formulário para padronizar a coleta de dados

O formulário de relato de caso Rapid Core foi desenvolvido para coletar dados obtidos por meio de exame, entrevista e revisão de anotações hospitalares ou clínicas de pacientes com infecção suspeita, provável ou confirmada por varíola dos macacos.

Os dados podem ser coletados prospectivamente ou retrospectivamente, e cada paciente possuirá um número de identificação, que consiste em um código local. O período de coleta de dados é definido como o período desde a admissão hospitalar ou primeira consulta clínica até a alta do atendimento, transferência, óbito ou continuidade da internação sem possibilidade de continuidade da coleta de dados.

O formulário é composto por três principais módulos:

  • Módulo 1: a ser preenchido no primeiro dia da admissão;
  • Módulo 2: a ser preenchido diariamente durante a internação por tantos dias quanto os recursos permitirem, ou em visitas de acompanhamento ao centro de saúde;
  • Módulo 3: a ser preenchido na última consulta, seja alta hospitalar, transferência, último ambulatório seguimento ou morte

Em caso de gestação recente / até 21 semanas, preencher o “módulo de gravidez”.

O formulário está disponível para download no site da OMS – ou você pode acessar clicando aqui.

Nota técnica do ministério da saúde – orientação para equipes de saúde da atenção primária

Na mesma semana, o Ministério da Saúde emitiu uma nota técnica com orientações acerca da doença. O documento apresenta diversas informações sobre monkeypox, com características clínicas e definição de casos, e opções terapêuticas. Ainda, é apresentado o fluxo de atendimento para casos suspeitos e reavaliação do paciente.

No documento já é adotada a nova nomenclatura da doença (doença Monkeypox ou MPX). Falamos sobre essa alteração em um post anterior.

O documento está disponível na página do Ministério da Saúde, e você também pode acessar clicando aqui.

monkeypox

Monkeypox: situação atual e novos casos no Brasil

Até a última atualização do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças), cerca de 13.300 casos já haviam sido confirmados, em 69 diferentes países.  No Brasil, novos casos foram confirmados no dia 18 de julho – segundo os dados mais recentes, são quase 450 casos brasileiros desde o início do monitoramento.

A disseminação da varíola já é conhecida por exigir contato próximo prolongado ou contato físico (pele a pele). Essa exposição pode ocorrer em uma variedade de ambientes (convívio social, relações sexuais, ambiente de assistência à saúde). O CDC reforça que a disseminação do vírus monkeypox ocorre principalmente através do contato próximo e íntimo com alguém infectado.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), até o momento o risco geral de contaminação por monkeypox ainda é considerado baixo. No entanto, esses dados podem mudar se o surto não for controlado. Nesse sentido, todos os países são encorajados a responder rapidamente na presença de um caso positivo, essencial para evitar a propagação e retardar a transmissão da doença.

Devemos nos vacinar?

Segundo a última atualização da OMS, a vacinação em massa não é necessária nem recomendada no momento. As decisões sobre o uso de vacinas contra varíola devem ser baseadas em uma avaliação completa, caso a caso, dos riscos e benefícios.

monkeypox vacina

A profilaxia pré-exposição (PrEP) é recomendada apenas para profissionais de saúde em risco, profissionais que trabalha com ortopoxvírus e profissionais de laboratório clínico realizando testes de diagnóstico para varíola.

Em caso de contato com o vírus, as medidas necessárias incluem isolamento e cuidados de suporte ao paciente durante o período infeccioso, que pode ser de até 4 semanas. Quando disponível, a profilaxia pós-exposição (PEP) é recomendada como um complemento estratégico, idealmente dentro de quatro dias após a primeira exposição.

Esta orientação provisória para vacinação para ajudar a interromper o surto de varíola é fornecida para apoiar a resposta global a uma situação em evolução. E vale destacar que as vacinas contra varíola são adquiridas quase exclusivamente para reservas do governo nacional e não estão disponíveis para uso comercial.

 

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Referências:

World Health Organization. Vaccines and immunization for monkeypox: Interim guidance, 14 June 2022. https://www.who.int/publications/i/item/who-mpx-immunization-2022.1

CNN Brasil Saúde. Brasil tem 449 casos confirmados de varíola dos macacos, diz Saúde. https://www.cnnbrasil.com.br/saude/brasil-tem-449-casos-confirmados-de-variola-dos-macacos-diz-saude/

World Health Organization. Global clinical data platform for monkeypox case report form (CRF). 15 July 2022 | Technical document. https://www.who.int/publications/i/item/WHO-MPX-Clinical_CRF-2022.2

Ministério da Saúde. Monkeypox: nota técnica orienta equipes de saúde da Atenção Primária. Material apresenta fluxos de atendimento e instruções de manejo da doença. Publicado em 14/07/2022. https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022./julho/monkeypox-nota-tecnica-orienta-equipes-de-saude-da-atencao-primaria

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