Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos e Biossimilares (PróGenéricos), a Losartana foi um dos medicamentos mais vendidos no Brasil no ano passado. A droga é um bloqueador do receptor da angiotensina (BRA), aprovado para o tratamento da hipertensão arterial e da insuficiência cardíaca.
Revise o mecanismo de ação e a prescrição da Losartana, bem como os principais efeitos adversos esperados nos pacientes.
Losartana Potássica: antagonista de receptor da angiotensina II
A Losartana Potássica (Cozaar®, Corus®) é um antagonista seletivo e competitivo do receptor da angiotensina II, capaz de bloquear os efeitos de vasoconstrição e secreção de aldosterona.
Em geral, são a droga de escolha na intolerância aos inibidores da ECA, e útil em pacientes hiperiricêmicos. Os antagonistas dos receptores da angiotensina II podem induzir uma inibição mais completa do sistema renina-angiotensina do que os iECA, e não afetam a resposta à bradicinina, aumentam a taxa de fluxo urinário, e também aumentam a excreção de cloreto, magnésio, ácido úrico, cálcio e fosfato.
Além da forma comercial isolada de losartana, é possível identificar a droga combinada com outros medicamentos, como a hidroclorotiazida e o anlodipino.
Para quem prescrever?
Seu uso é indicado para adultos com hipertensão arterial sistêmica e insuficiência cardíaca, visando a redução do risco de morbidade e mortalidade cardiovascular. Além disso, pode ser usado para proteção renal em pacientes com diabetes tipo 2 e proteinúria.
Para gestantes, o uso não é recomendado durante o primeiro trimestre, e contraindicado nos meses seguintes. Inibidores da ECA podem aumentar levemente o risco de teratogênese, e sugere-se que possam existir riscos similares com o uso de antagonistas de receptor de angiotensina II.
Como prescrever?
A losartana pode ser encontrada na forma de comprimidos revestidos, de 25 mg, 50 mg ou 100 mg. Sugere-se iniciar com 50 mg via oral uma vez ao dia, e aumentar conforme resposta e tolerabilidade do paciente. O efeito máximo é observado cerca de 3-6 semanas após o início do tratamento.
Orientar o paciente que prefira tomar o medicamento pela manhã, sempre que possível. Além disso, evitar o uso de bebidas alcoólicas, manter uma dieta equilibrada com baixo teor de sódio e aumentar a ingestão de água durante o dia melhoram os resultados terapêuticos.
Antes da realização de procedimentos cirúrgicos eletivos em pacientes com insuficiência cardíaca, é importante suspender o uso da losartana no dia. Além disso, caso a pressão sanguínea esteja baixa antes da cirurgia, recomenda-se a suspensão. O uso crônico da losartana pode levar a hipotensão intraoperatória com a indução/manutenção da anestesia.
Ainda, é importante estar atento aos riscos de interações medicamentosas, conferindo todas as medicações em uso antes da prescrição. Em uso de alisquireno, por exemplo, pode haver aumento dos efeitos hipercalêmicos, hipotensivos e nefrotóxicos. O carbonato de lítio também pode interagir com a losartana, aumentando a litemia e podendo oferecer riscos ao paciente.
Leia também: AINEs, inibidores do sistema renina-angiotensina e diuréticos: uma combinação perigosa.
Quais os principais efeitos adversos esperados?
Com o uso da losartana, alguns sintomas adversos podem aparecer, como vertigem, tontura e hipotensão. Além disso, alguns pacientes apresentam fadiga, sonolência, dor de cabeça, distúrbios do sono, palpitações e alterações gastrointestinais.
Os achados laboratoriais podem indicar hipoglicemia, hipercalemia, alterações renais, anemia e aumento de ureia, creatinina e potássio sanguíneos.
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Referências:
Cozaar® losartana potássica. Organon Farmacêutica Ltda. Bula de medicamento.
Mulla, S., Patel, P., & Siddiqui, W. J. (2024). Losartan. In StatPearls. StatPearls Publishing. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK526065/
Conselho Federal de Farmácia (CFF). Brasil: Losartana, dipirona, sildenafila e tadalafila nas lista dos genéricos mais vendidos em 2023. Disponível em: https://site.cff.org.br/noticia/Noticias-gerais/15/02/2024/brasil-losartana-dipirona-sildenafila-e-tadalafila-nas-lista-dos-genericos-mais-vendidos-em-2023