Empaglifozina e Dapaglifozina – novas medicações para o tratamento da insuficiência cardíaca

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Atualizações da Sociedade Brasileira de Cardiologia – Dapaglifozina e Empaglifozina

Em 2021 a Sociedade Brasileira de Cardiologia publicou as atualizações das diretrizes de Insuficiência Cardíaca (IC), sendo que uma delas mostra um grande avanço no tratamento e grande impacto na sobrevida de paciente com IC.

A recomendação mais atual indica a associação de Dapaglifozina ou Empaglifozina, que também são indicadas para o controle do diabetes tipo 2, no tratamento já otimizado na IC com fração de ejeção reduzida, conforme observado nos estudos clínicos Empareg Outcomes e DAPA HF.

A Dapaglifozina e Empaglifozina pertencem a uma classe de medicamentos chamada de inibidores de SGLT2 que promovem a inibição do co-transportador sódio – glicose 2 (GLT2) presente no túbulo contorcido proximal (TCP) dos néfrons nos rins e é responsável por 90% da reabsorção de glicose.

Impacto cardiovascular

Os estudos citados são ambos controlados por placebo e randomizados (fase 3). É possível acessá-los na plataforma de ensaios clínicos ClinicalTrials (DAPA-HF e EMPA-REG OUTCOME).

Nos dois casos, foi demonstrado redução significativa dos principais eventos cardiovasculares adversos – morte cardiovascular, infarto não fatal ou AVC não fatal. Além disso, evidenciam uma surpreendente redução na hospitalização por insuficiência cardíaca naqueles pacientes já em tratamento otimizado.

No diabetes tipo 2 (DM2) a potência de redução de glicose da Dapaglifozina e da Empaglifozina é modesta, visto a redução na hemoglobina glicosilada de aproximadamente 0,5% a 1,0% nesses pacientes.

Já quanto ao impacto cardiovascular temos:

  • Redução na pressão sistólica (4 a 6 mm Hg) e diastólica (1 a 2 mm Hg) sem aumentar frequência cardíaca em pacientes com DM2;
  • Redução da pré e pós carga;
  • Redução da rigidez arterial;
  • Perda de peso corporal;
  • E melhora na eficiência da produção de energia mitocondrial cardíaca que pode ser cardioprotetora.

Alguns efeitos desfavoráveis podem ocorrer com o uso dessa classe de medicações como hipotensão, cetoacidose diabética, infecções genitais.

É importante lembrar que a excreção urinária de glicose induzida por drogas requer pelo menos função renal moderadamente preservada, e por isso os inibidores de SGLT2 são contraindicados em pacientes com taxa de filtração glomerular (TFG) <30 ml/min/1,73 m2.

Referências:

Zelniker TA, Braunwald E. Cardiac and Renal Effects of Sodium-Glucose Co-Transporter 2 Inhibitors in Diabetes: JACC State-of-the-Art Review. J Am Coll Cardiol. 2018 Oct 9;72(15):1845-1855. doi: 10.1016/j.jacc.2018.06.040. Epub 2018 Jul 31. PMID: 30075873.

Bernard Zinman, Christoph Wanner, John M. et al. Empagliflozin, Cardiovascular Outcomes, and Mortality in Type 2 Diabetes. N Engl J Med 2015; 373:2117-2128 DOI: 10.1056/NEJMoa1504720

John J.V. McMurray, Scott D. Solomon, Silvio E. Inzucchi et al. Dapagliflozin in Patients with Heart Failure and Reduced Ejection Fraction. N Engl J Med 2019; 381:1995-2008 DOI: 10.1056/NEJMoa1911303

Marcondes-Braga et al. Atualização de Tópicos Emergentes da Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca – 2021

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