Novas recomendações – CDC
O CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças) atualizou (em 4 de janeiro) as recomendações de isolamento e quarentena para casos leves e assintomáticos da COVID-19.
Após 5 dias do teste positivo para coronavírus, pacientes sem sintomas respiratórios, febre e sem terapia medicamentosa podem realizar novamente o teste para detecção do vírus. Em caso negativo, o paciente pode sair do isolamento. Em caso positivo, recomenda-se mais 5 dias de isolamento.
No entanto, segue indispensável o uso de máscaras e precauções adicionais, como distanciamento social, evitar aglomerações desnecessárias e álcool gel, além de manter a vacinação em dia.
O principal argumento para a redução foi quanto a transmissão viral, que ocorre especialmente no início da infecção por coronavírus. Segundo o CDC, o pico de transmissão ocorre cerca de 1-2 dias após o início dos sintomas, e reduz consideravelmente uma semana após. O CDC argumenta que esses dados são atualizados e incluem estudos com a variante Delta.
Ainda, a decisão inclui o aumento da cobertura vacinal e a redução das taxas de hospitalização.
Outra questão levantada pelo CDC quanto a quarentena e isolamento é sobre o impacto na saúde mental da população, além das questões econômicas e sociais. Embora os esforços sejam evidentes, o real isolamento é muito desafiador, e estudos sugerem que poucas pessoas de fato se isolam por 10 dias completos.
Novas recomendações – Ministério da Saúde
As decisões tomadas pelo Ministério da Saúde tiveram como base as medidas adotadas pelos EUA, guiados pelo CDC.
Da mesma forma, se no quinto dia o paciente estiver assintomático (sem sintomas respiratórios, febre e sem terapia medicamentosa), pode realizar novamente o teste para detecção do coronavírus. Em caso negativo, o isolamento pode ser finalizado; em caso positivo, aguardar até o décimo dia.
Porém, o Ministério da Saúde recomenda que os pacientes ainda sintomáticos ao sétimo dia realizem uma nova testagem. Se o teste ao sétimo dia for negativo, aguardar 24h sem sintomas e esse paciente está liberado do isolamento. Em casos positivos deverá ser mantido até o décimo dia, necessariamente.
É o momento de reduzir o tempo de quarentena?
Essa redução para 10 dias de quarentena ainda é bastante controversa, especialmente no contexto da variante Ômicron. No Brasil, o tempo de 7 dias gera discussões ainda maiores.
Com o aumento do número de vacinados e o retorno das atividades presenciais, os casos de COVID-19 aumentaram, juntamente com aumentos sazonais de influenza e outras infecções por vírus respiratórios. Estatísticas recentes mostram que, no Brasil, voltamos a marca de quase 100 mil casos de COVID-19 ao dia.
Sabemos que a variante Ômicron foi classificada com uma variante de preocupação pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Não sabemos ainda o quanto essa redução no tempo de quarentena pode favorecer a transmissão viral (ou o surgimento de novas variantes), mas um dado é conhecido: o pico de transmissão da Ômicron é de 3-6 dias.
Além disso, recomenda-se que, ao quinto dia os pacientes assintomáticos realizem o teste para detecção do Sars-Cov-2. Sejamos práticos: quantos pacientes que não apresentem sintomas, de fato, realizarão o teste novamente? A subnotificação dos pacientes assintomáticos é um dado importante a ser considerado.
Com essas atualizações, o que nos resta é manter as medidas de proteção, seguir com os protocolos de vacinação, e aguardar a evolução da pandemia.
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Referências:
CDC. Centers for Disease Control and Prevention. Quarantine and Isolation. Updated Jan 9, 2022.
CNN. Entenda o debate sobre a redução da quarentena para a Covid-19 de assintomáticos. Jan 2022.