O escitalopram é um medicamento antidepressivo amplamente utilizado no tratamento de condições como depressão maior, transtorno de ansiedade generalizada, transtorno de pânico e transtorno obsessivo-compulsivo.
Revise o mecanismo de ação do escitalopram, além de como e quando prescrever esse inibidor seletivo da recaptação da serotonina para os pacientes.
Como funciona o Escitalopram?
O Oxalato de Escitalopram (Lexapro®, Esc®, Exodus®) é um inibidor seletivo da recaptação de serotonina (ISRS).
Sua ação bloqueia transporte de serotonina de volta à célula pré-sináptica, concentrando serotonina na fenda pré-sináptica – assim, aumentando a atividade serotoninérgica no Sistema Nervoso Central (SNC).
Quando prescrever?
O uso do escitalopram é indicado para pacientes com distúrbios psiquiátricos potencialmente relacionados ao desequilíbrio bioquímico da serotonina, como:
- Transtorno depressivo maior.
- Transtorno de ansiedade generalizada (TAG).
- Transtorno de pânico.
- Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).
- Fobia social.
- Estresse pós-traumático (TEPT).
- Ejaculação precoce.
- Transtorno da compulsão alimentar periódica (BINGE), bulimia ou anorexia nervosa.
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É importante também lembrar das contraindicações do uso. Além de pacientes com hipersensibilidade aos componentes da fórmula, o medicamento é contraindicado em caso de uso concomitante (ou nos últimos 14 dias) de inibidores da monoaminoxidase (MAO), ou em combinação com azul de metileno.
Ainda, pacientes com história de prolongamento do intervalo QT, ou em uso de medicamentos que podem prolongar o intervalo QT, não devem utilizar o escitalopram.
Como prescrever e orientar o uso do Escitalopram?
O Oxalato de Escitalopram pode ser encontrado de diferentes formas comerciais: comprimidos revestidos de 10 mg, 15 mg ou 20 mg, comprimidos orodispersíveis (Esc ODT) de 5 mg até 20 mg, ou como solução oral de 10 mg/mL ou 20 mg/mL.
Para os pacientes elegíveis ao uso do escitalopram, sugere-se iniciar com 5-10 mg via oral uma vez ao dia. Se necessário, aumentar gradativamente a dose, até 20 mg ao dia. Os efeitos começam a se evidenciar após 2-4 semanas, com efeito completo após aproximadamente 3-6 meses.
Em pacientes com distúrbios hepáticos ou idosos, uso com cautela, sem exceder 10 mg/dia.
Lembrando que o uso é para pacientes adultos, visto que crianças e adolescentes apresentam maior risco de efeitos adversos com o medicamento – como tentativas de suicídio, pensamentos suicidas e agressividade.
Leia: Ideação Suicida na criança e no adolescente: como identificar?
Algumas orientações devem ser dadas aos pacientes, especialmente no início do tratamento. É possível que os sinais de ansiedade sejam intensificados nas duas primeiras semanas de terapia. Além disso, medicamento pode causar inquietação desagradável, desconforto, necessidade de se movimentar o tempo todo e incapacidade de ficar parado.
Orientar que, em caso de piora clínica, pensamentos suicidas ou autoflagelação, o paciente informe imediatamente o médico prescritor e procure auxílio profissional.
Quais os principais efeitos adversos do tratamento?
Dentre as reações adversas mais comuns, a náusea é a mais relatada pelos pacientes em estudos clínicos. Além disso, entre 1 e 10% dos pacientes relatam: sinusite, alteração de apetite, alterações do sono (sonhos anormais, dificuldades para dormir, sonolência durante o dia), tontura, tremores, inquietação, diarreia, constipação, boca seca, mialgias e artralgias, além de distúrbios sexuais.
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Referências:
LEXAPRO® – Oxalato de Escitalopram. Bula de medicamento.
Landy K, Rosani A, Estevez R. Escitalopram. 2023 Nov 10. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2024 Jan–. PMID: 32491666.
Baldwin DS, Asakura S, Koyama T, Hayano T, Hagino A, Reines E, Larsen K. Efficacy of escitalopram in the treatment of social anxiety disorder: A meta-analysis versus placebo. Eur Neuropsychopharmacol. 2016 Jun;26(6):1062-9. doi: 10.1016/j.euroneuro.2016.02.013. Epub 2016 Feb 27. PMID: 26971233.