Como tratar um paciente com Mpox?

Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que a Mpox é uma emergência de saúde pública de importância internacional. Esse ano no Brasil, já foram relatados cerca de 700 casos – felizmente, nenhum identificado com a nova variante, endêmica na África Central.

A OMS orienta cooperação internacional, visando controlar a disseminação e facilitar o acesso ao diagnóstico, tratamento e uso de vacinas. Revise aqui o tratamento para Mpox.

Orientações gerais para os pacientes com Mpox

A Mpox é uma doença infectocontagiosa zoonótica causada pelo ortopoxvírus MPVX. A condição geralmente é sistêmica, com diversos achados clínicos, como mialgia, calafrios, febre e erupção cutânea.

Na grande maioria dos casos, o tratamento é apenas de suporte, uma vez que a condição é autolimitada nos pacientes com imunidade adequada. Orientar aos pacientes sob sinais de piora clínica que podem sugerir complicações como pneumonia e encefalite.

Ainda, lembrar ao paciente para manter as lesões cutâneas limpas e secas (não precisando utilizar nenhum produto específico), bem como orientar evitar tocar em feridas na boca ou nos olhos.

Todos os pacientes devem ser mantidos em precauções de isolamento, seja em estabelecimentos de saúde ou no domicílio. Isso deve ser mantido até que todas as lesões cutâneas tenham sido resolvidas e uma nova camada de pele tenha se formado – o que ocorre em 2-4 semanas.

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Como oferecer tratamento de suporte?

Em geral, o tratamento de suporte é suficiente, não necessitando de tratamento específico. Os pacientes devem receber alimentos e líquidos normalmente, objetivando manter um tratamento nutricional adequado.

O tratamento medicamentoso deve ser direcionado para os sintomas dos pacientes, o que usualmente é feito facilmente com a prescrição de analgésicos/anti-inflamatórios – por exemplo, dipirona 500 mg via oral a cada 6 horas se dor ou febre.

Na presença de náuseas, a prescrição de ondansetrona (Vonau®) se mostra uma excelente opção. Para o prurido das lesões, anti-histamínicos como a loratadina podem ser indicados.

E lembrando que, quando presentes, infecções bacterianas secundárias de pele devem ser adequadamente tratadas.

Como tratar um paciente com Mpox?

Há um tratamento específico?

O tratamento específico é a terapia antiviral, sendo reservada somente para pacientes com doença grave e aqueles com alto risco de doença grave – crianças com menos de 8 anos de idade, mulheres grávidas ou lactantes, pacientes imunocomprometidos.

A melhor opção antiviral é o medicamento Tecovirimat, que inibe uma proteína necessária para a replicação viral. A posologia indicada é de 600 mg via oral ou 200 mg via endovenosa a cada 12 horas por 14 dias.

Leia também: Tecovirimat para monkeypox: como funciona e quem é elegível ao tratamento.

O uso do antiviral Cidofovir, apesar de ter atividade in vitro contra a Mpox, não apresenta resultados clínicos suficientes para sua indicação para tal fim. Ainda, o Brincidofovir tem sua disponibilidade clínica incerta.

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O vírus MPXV foi isolado pela primeira vez na Dinamarca, em 1958, de uma colônia de macacos de laboratório de Cingapura, usados para pesquisa do vírus da poliomielite. Por essa razão, inicialmente foi chamada de “Varíola dos Macacos”. O primeiro caso humano foi identificado em uma criança na República Democrática do Congo em 1970.

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Referências:

BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Mpox. https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/m/mpox

Lu, J., Xing, H., Wang, C., Tang, M., Wu, C., Ye, F., Yin, L., Yang, Y., Tan, W., & Shen, L. (2023). Mpox (formerly monkeypox): pathogenesis, prevention, and treatment. Signal transduction and targeted therapy, 8(1), 458. https://doi.org/10.1038/s41392-023-01675-2

Piparva KG, Fichadiya N, Joshi T, Malek S. Monkeypox: From Emerging Trends to Therapeutic Concerns. Cureus. 2024 Apr 23;16(4):e58866. doi: 10.7759/cureus.58866. PMID: 38800170; PMCID: PMC11116278.

 

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