TDAH: como diagnosticar e tratar o transtorno de déficit de atenção com hiperatividade

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O transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) é uma disfunção psiquiátrica neurobiológica, de início na infância e que perdura durante a vida. Apresenta na desatenção, inquietude e impulsividade alguns de seus sintomas.

Entenda mais sobre o diagnóstico e tratamento da doença.

Transtorno de déficit de atenção com hiperatividade

O transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) ocorre em cerca de 3-5% das crianças em todo mundo. Cerca de 50% dos casos apresentados na infância perduram durante a idade adulta.

A etiologia é baseada em 3 pilares: genéticos, biológicos e psicossociais. A partir desse tripé, há uma disfunção de neurotransmissores dopaminérgicos e noradrenérgicos na área frontal (pré-frontal, frontal motora, giro cíngulo) e regiões subcorticais (estriado, tálamo médiodorsal), bem como na região límbica cerebral (núcleo acumbens, amígdala e hipocampo).

A insuficiência nesses circuitos cerebrais cursa com os diversos achados clínicos típicos dessa condição.

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Como identificar um paciente com TDAH?

Os achados clínicos tipicamente presente incluem: distração, hiperatividade, impulsividade, esquecimento, desorganização. A inteligência pode ser normal ou elevada.

Ao diagnóstico, é importante estar atento a “banalização” da doença, mantendo os critérios médicos adequados durante a investigação do paciente. O diagnóstico é clínico, e todos os critérios devem estar presentes (de A até E), sendo que A é classificatório:

transtorno de déficit de atenção com hiperatividade

transtorno de déficit de atenção e hiperatividade

Ainda, é importante especificar a gravidade da condição do paciente.

Quando todos os critérios foram preenchidos no passado, mas nem todos nos últimos 6 meses, e os sintomas ainda resultam em prejuízo no funcionamento social, acadêmico ou profissional, o paciente encontra-se em remissão parcial.

Na presença de poucos sintomas, sem grandes prejuízos no funcionamento social ou profissional, o paciente pode estar com a doença leve. Em casos graves, muitos sintomas além dos necessários para o diagnóstico estão presentes, ou os sintomas resultam em graves prejuízos no funcionamento social ou profissional.

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Como tratar um paciente com TDAH?

Novamente destacamos a importância de não banalizar a doença e sempre evitar a tratamentos sem necessidade. O médico deve ter o tato suficiente para saber quando existe doença de fato. Isso porque ultimamente o diagnóstico de TDAH tem sido feito muitas vezes por “modismo”.

A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é essencial, e deve ser iniciada o mais precoce possível, sendo a primeira opção de tratamento. O envolvimento familiar com orientações e conscientização também é necessário. Ainda, estar atento para outras doenças psiquiátricas associadas, como depressão.

Em casos refratários ou graves, a utilização de medicamento concomitante é então permitida. A base farmacológica é o uso de estimulantes Sistema Nervoso Central (SNC), que inibem a recaptação da Dopamina e Noradrenalina – agindo, portanto, na base do mecanismo fisiopatológico.

Sugere-se o uso de psicoestimulantes, como metilfenidato (Ritalina®) ou lisdexanfetamina como primeira linha, ambos via oral uma vez ao dia. Alternativamente, antipsicóticos podem auxiliar em casos específicos, essencialmente para controle de comportamento.

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Referências:

Bukstein, O. – attention deficit hyperactivity disorder in adults: Epidemiology, pathogenesis, clinical features, course, assessment, and diagnosis. In: UpToDate, Post TW (Ed), UpToDate, Waltham, MA.

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Tripp G, Wickens JR. Neurobiology of ADHD. Neuropharmacology. 2009 Dec;57(7-8):579-89. doi: 10.1016/j.neuropharm.2009.07.026.

Sharma A, Couture J. A review of the pathophysiology, etiology, and treatment of attention-deficit hyperactivity disorder (ADHD). Ann Pharmacother. 2014 Feb;48(2):209-25. doi: 10.1177/1060028013510699.

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